No último final de semana resolvemos curtir uma praia já que o verão está, literalmente, chegando ao fim. Até a sexta-feira ainda não sabíamos se iríamos ou não, por motivos de saúde na família. Meu sogro exagerou no torresmo e uma artéria não gostou nada dessa brincadeira e deu um susto nele...e na gente! Graças a Deus e a todos os Santos, ele já está em casa pronto para começar a dieta e as atividades físicas! Minha sogra que nos incentivou e não deixou desmarcarmos a viagem, mas é complicado este negócio de gente doente no Brasil e nós aqui na Itália. Hoje, meu pai está fazendo uma cirurgia e a agonia transatlântica já começou...Mas, como o ser humano é extremamente adaptável, vamos nos acostumar a cuidar, torcer, rir, chorar, ajudar os nossos familiares e amigos à distância.
Mas, vamos à viagem! Fomos para Viareggio (na Toscana), uma cidade a quase 300 km de Milão. Na verdade, ficamo em Lido de Camaiore, mas as praias são grudadas umas nas outras e, como a maior delas é Viareggio, resolvemos chamar tudo de Viareggio mesmo. A região é linda e a viagem foi super tranquila. Marido havia comprado no Brasil um CD de MP3 com 182 músicas da MPB. Tocou de tudo um pouco de Eu caçador de mim até La Solitudine cantada pelo Renato Russo. Agora, você deve estar se perguntado: Mas La solitudine é MPB? Pois é, eu fiz a mesma pergunta...Marido disse que como é o Renato Russo, vira MPB.
Antes de chegarmos ao Hotel, demos uma passadinha em Pisa para mostrarmos a famosa Torre Pendente às crianças. Gente, eles adoraram. Tiraram foto normal, foto segurando a torre para não cair, foto empurrando a torre para ela cair etc.
Mas, o bacana foi o comentário da Duda, depois que contei toda a história de como a torre entortou (eu estudei antes de ir, pois sei que eles perguntam muito): "ô mãe, parece que ela é torta mesmo, né?" Adorei a sagacidade e caí na gargalhada. Acho que ela não imaginava que fosse tããão torta!
Guto comentou com as crianças que eu e ele já havíamos ido a Pisa antes. Dudu perguntou se ela ainda era reta quando nós fomos. Quantos anos será que meus filhos pensam que nós temos?
Chegamos no hotel já de noite e fomos só jantar. A recepcionista do hotel nos indicou um restaurante na beira da praia, o Marilena. Maravilhoso! Eu fui de pizza, Guto de calzone e as crianças de carninha com batata frita. Gostamos tanto do lugar que voltamos no dia seguinte.
Eu sempre tenho como referência o Rio e, nesta metáfora, o nosso hotel ficava na Nossa Senhora de Copacabana e olha que gracinha o calçadão da Avenida Atlântica. São vários kilometros de lojas e restaurantes, com uma ciclovia circundando todo o calçadão. Como já era final de estação, a cidade estava mais vazia, mas imagino que em agosto deve ser extremamente badalada. Quando digo final de estação é que a partir de 30 de setembro tudo em Lido de Camaiore vai fechar: restaurantes, lojas, hotéis. Tudo! Perguntei para uma brasileira que conhecemos na praia do que as pessoas vivem no inverno e ela me disse que eles vão arrumar trabalho em outros lugares. Impressionante.
A praia de Lido é linda, com areia branca, fina e limpa, enorme e o mar é transparente, quase sem ondas. Ótimo para ir com crianças. As barracas de praia são como em Rimini, grandes estruturas que oferecem vestiários, banheiros (sem buraco!), espreguiçadeiras, guarda sol, parquinho, duchas, locais de descanso e até piscina. Show!
Ê vida mais ou menos
Olha as montanhas atrás! Lindo!
Piscina da barraca de praia
Não pode nem colocar a bunda nesta areia aí que tem que pagar!
Aqueles dois pontinhos marrons são o marido e o Dudu
O esquema é o seguinte: você aluga seu espaço numa das barracas e pode usufruir de tudo o que ela oferece. Se você não quer pagar, não pode sequer ficar na areia em frente as barracas. Existem espaços na orla chamados de Spiaggia Libera (ou praia livre) em que você poderá curtir a praia sem pagar nada. Eu acho isso meio estranho, pois pra mim, a praia é pública. Claro, se quero ficar no guarda sol, com a caminha bonitinha, entrar na piscininha, tenho que pagar, sim. Mas não poder sentar para contemplar o mar no espaço em frente à barraca é ...... sei lá.
Aproveitamos um sábado maravilhoso de sol e lá pelas 18 horas resolvemos dar uma volta pelo calçadão. Foi aí que fiz uma coisa que não fazia há uns 10 anos: andei de bicicleta! No hotel tinham várias bicicletas disponíveis para os hóspedes poderem passear pela cidade! A minha, escolhida pela Duda, era rosa, tinha uma cadeirinha na garupa, não tinha freio e o marido passou o passeio todo tentando me derrubar e a Duda na garupa e foi uma loucura. resultado: cheguei exausta!
No domingo, fomos à praia, mas São Pedro não colaborou. O tempo fechou, esfriou e tivemos que sair mais cedo. Ótimo! Como só aproveitamos 1 dia, já temos motivo para voltar no próximo verão!!
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