23 de novembro de 2012

Presentinho

Se eu pudesse dar um presente para os italianos seria: sabonete e desodorante! Hoje o metrô estava impossível! E aí vem a pergunta que não quer calar: Por que meu Deus? Por que?


Nota da autora: é claro que não são todos os italianos que tem um cheirinho mais...ao natural, mas uma boa parcela da população bem que precisa de uma ajudinha.

11 de novembro de 2012

Rapidinhas...ui!

Em Zermatt, Duda arrumou uma bola de neve de estimação! Ela fez uma bola bem redondinha e carregava de um lado para outro. A bola se chama Laila. E Laila nos acompanhou por uma tarde inteira! Até que na hora de entrarmos no restaurante, Laila teve que ficar de fora. Não aceitavam bolas de neve lá dentro...Duda a arrumou bem bonitinha, num montinho de neve embaixo da placa do restaurante e disse que Laila estava feliz, pois estava voltando para casa! Eu posso com isso?

 
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Dudu sempre roeu unhas. Fazia mais de 3 anos que eu não cortava as unhas das mãos dele. Tentei conversar, explicar que não era bom pra ele. Nada. Quando eu via, já estavam todas roídas. Há 3 semanas, ele foi ao dentista e teve que desgastar os caninos por causa do aparelho. Um dia, fui olhar as unhas e elas estavam grandes! Enormes! E eu dei os parabéns por ele ter ficado sem roer. Ele respondeu bem tristinho: "Mãe, eu não consigo mais roer...eu roeva (misturando italiano com português) bem , mas depois que a dentista cortou meu dentinho, eu não consigo mais...você tá feliz agora, né mamãe? Muito feliz porque você vai cortar as minhas unhas né?" Aí, perguntei: "Não consegue mais de jeito nenhum, filho?" E ele: "Mãe, se eu tentar muito, eu consigo o dedão e o fura-bolo. Mas o mindinho, o maior de todos e...como é mesmo o nome desse aqui? Ah! E o seu vizinho não consigo mais...que pena né, mamãe?" 

Aprenderam o nome dos dedinhos? 


Interlaken

Foto: www.zurich.ibm.com



Interlaken significa "entre lagos". A cidade, super charmosa por sinal, fica entre dois lagos enormes: o Thun e o Birenz. Além deles, fica pertinho de uma das maiores cadeias montanhosas da Suíça. Sua localização garante turismo o ano todo. Mas, é no verão que a cidade "bomba" mesmo. Nos disseram que fica muito lotada, pois as pessoas aproveitam os lagos e as possibilidades de trilhas nas montanhas. 

A cidade é pequena, com aproximadamente 5.800 habitantes, cheia de canais, lojinhas e restaurantes. Mas, o que chamou nossa atenção foi a quantidade de turistas japoneses. A cidade estava lotada de  japoneses por todos os lados. Aliás, os japoneses dominaram a Suiça! É japa pra todo lado. Japa sozinho, japa em grupo grande, japa em grupo pequeno, japa novo, japa velho, japa adolescente, japa em família, japa para todos os gostos. Impressionante! Perguntei para o garçon de um restaurante o porquê de tantas pessoas de olhinhos puxados e ele me deu a seguinte explicação: a Suiça, como é muito cara, precisa atrair quem tem dinheiro. E quem tem dinheiro para gastar? Maestro Zezinho, uma nota. Japoneses! Aí, eles fazem marcação homem a homem lá na terra do sol nascente. Muita propaganda para atrair a galera com muito dindin. Entendeu a jogada?

Não vi um lugar em que não tivessem japoneses comprando e muito! Incrível!

Voltando ao nosso passeio...

Fomos para Interlaken porque lá fica a cadeia montanhosa de Jungfrau juntamente com a estação de Jungfraujoch, nada mais, nada menos do que a estação de trem mais alta da Europa, a 3.454 metros acima do nível do mar. Esse trem, o Jungfraubahn, é um dos passeios mais famosos da Suíça. O esquema é o seguinte: você chega à estação de Interlaken Ost, compra as passagens no guichê, entrega todo o seu dinheiro e pertences  e toma o trem em direção a Kleine Scheidegg. O percurso é circular e pode ser feito para a direita ou para a esquerda, ao gosto do freguês. Nós começamos pela direita, na estrada de Wengen e descemos pelo outro lado, por Gindewald.

Foto do site www.wazariblog.com

Existem várias paradas pelo caminho e é possível descer para conhecer as cidades. Em algumas, é necessário descer para fazer a baldeação. Na penúltima parada, trocamos de trem e o caminho quase todo é feito em túneis dentro da montanha. É tão alto que o trem fica muito inclinado. Dá até um friozinho na barriga. Dentro dos túneis, o trem para nas diversas janelas panorâmicas e os passageiros se acabam de tanto tirar fotos. As paisagens são maravilhosas e lá em cima tem neve o ano todo. Ah! E é muito frio!

1o. trem

2o. trem




3o e último trem

Lá em Jungfraujoch tem um tour com 8 etapas, tudo incluído no preço da passagem. São 2 terraços, um castelo de gelo muito bacana, uma parte bem infantil, um corredor que conta a história do local com fotos e como fizeram para vencer a montanha, tem uma homenagem às pessoas que morreram durante a construção da ferrovia (só tem italiano!) que durou 16 anos, um local de brincadeiras na neve (no dia emque subimos estava fechado). Além disso, tem 3 restaurantes e uma lanchonete. 




Fazia tanto frio e ventava tanto do lado de fora que quando eu sorri para essa foto, meus dentes encheram de gelo! Achei que eu fosse ficar de boca aberta pra sempre! Só pensava no desenho A Fuga das Galinhas em que eles falam de boca aberta o tempo todo:


Mas o efeito do botox passou rápido e voltei ao normal!




Dudu patinando no castelo de gelo

Essa é a vista do observatório Sphinx. tá vendo o terraço, na ponta esquerda da foto?
Na foto abaixo, estamos nele!

A nuvem deu uma licença rapidinha só para a montanha sair na foto
Demos muito azar, pois na hora em que subimos estava muito nublado. Não dava pra ver nada. Tudo branco. Um pena...nos disseram que dá pra ver até a Floresta Negra, na Alemanha. O pior foi que, quando começamos a descer, o tempo começou a abrir, mas só de pensar em subir tudo de novo...Ô Muphy dos infernos!

Platô na hora em que subimos

Platô num dia "normal"


Para subir, demoramos umas 2,5 horas. Ficamos umas 2 horas lá no alto e mais 2 horas de descida. Como ainda passeamos por Grindewald, o passeio durou o dia todo. É puxado, mas é muito diferente e lindo de viver! 


Início da descida

Esperando o trem


Grindewald

As crianças no parque em Grindewald
Chegamos em Interlaken e ainda fomos dar uma volta pela cidade, comer chocolate e jantar com nossos amigos japoneses!








Jantamos um foundue. Estava uma delícia, mas ainda achamos os rodízios de Gramado melhor! Ponto para o Brasil!

No próximo post minha nova paixão: Lucerna!

Suiça, baby!

Como já contei no post anterior, resolvemos aproveitar o feriado e visitar algumas cidades na Suiça. Nosso primeiro destino foi Zermatt. Nos preparamos bem, pois sabíamos que já estava nevando por lá. Trocamos os pneus do carro (pneus de inverno), tiramos os casacos pesados do armário, programamos o GPS e partimos. Ao programar o destino, a Marcella, nossa GPS, perguntou se gostaríamos de evitar estradas com balsas. Ãh??? Aí, pensamos que poderia ser interssante pegar um ferry boat e atravessar um lago ou rio. A paisagem deveria ser bacana. Colocamos NÃO EVITAR balsas e seguimos. De repente, Marcella avisa que chegamos na tal balsa. Minha primeira reação foi: mas...cadê a água?! Não tinha água. Não tinha rio, não tinha lago, não tinha mar (claro!). A "balsa" era, na verdade, um trem! Funciona assim: os carros entram enfileirados, quando dá a hora certinha, o trem parte e atravessa uma montanha. O trajeto é num túnel totalmente escuro, apertadinho e sem fim (20 minutos a travessia)! Para alguém com claustrofobia não deve ser uma sensação muito boa, não...mas nós tiramos de letra! De um lado do túnel é a Itália, do outro, Suiça. Pronto, chegamos!




Zermatt é uma cidade gracinha, que fica a 1.600 metros de altitude e com, aproximadamente, 6.000 habitantes. Trata-se de uma área livre de carros e motores. Isso mesmo. Há anos, a população decidiu que não entrariam mais carros na cidade. E, se algum engraçadinho resolver quebrar a regra, multa. E cara! O jeito é parar o carro em Tasch, uma micro cidade que fica a 5 km. Lá, existem muitos estacionamentos. Deixamos o carro no Freddy e pegamos um taxi que tem autorização para ir até a entrada da cidade, num estacionamento gelado. De lá, o taxista liga para o hotel e um carrinho elétrico vem buscar os hóspedes. O único tipo de carro que trafega pela cidade são os modelos elétricos. Garanto que o ar é bem mais limpinho por lá. Outra forma de chegar a Zermatt é de trem. Tem uma estação em Tasch e os trens saem a cada 20 minutos. Nessa brincadeira, nosso trajeto de pouco mais de 200 km foi percorrido em 4 horas! Difícil rodar de carro pela Suiça!



Fizemos o check in no hotel e fomos direto subir a montanha para conhecer o Matterhorn, uma das montanhas mais conhecidas dos Alpes. Ele tem 4.478 metros e domina a cidade pois, de qualquer ponto, é possível enxergar aquela montanha enorme de forma triangular. Lembram da embalagem do toblerone? Pois é, aquela montanha que tá na foto é o Matterhorn. Na verdade, não subimos no Matterhorn, mas chega-se bem pertinho dele. Para subir, é preciso pegar um mega teleférico. Gente, como é grande aquela estrutura. Eu, sinceramente, não faço ideia de como constroem coisas desse nível nas montanhas...muito complexo.

Nesse passeio, começamos a perceber como a Suiça é cara! Qualquer passeiozinho não sai por menos de 100 francos por pessoa! Choquei! Aliás, achei tudo caro por aquelas bandas. Aí, vem a pergunta que não quer calar: tostines vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais? Nós é que somos pobrinhos ou é caro mesmo? 

Voltando à montanha....marido tem medo de altura e o teleférico, simplesmente, se recusava a acabar. Pra piorar a situação, tava um vento digno de tornado. E aí, já viu, né? O negócio balançava, balançava. Marido suava frio e tentava não demonstrar medo para as crianças que, por sinal, adoraram o programa. 




Nosso destino final era o Glacier Paradise, a 3.883 metros. Tivemos que trocar de carrinho só uma vez. Para a subida final, as cabines que, inicialmente, são para 6 pessoas, ficam pra trás e é preciso pegar um bonde grandão, como o do Pão de Açucar do Rio. Foi uma hora para chegar até lá! Mas, a paisagem vale cada centavo de franco suiço e cada minutinho! Lindo demais!







Depois que você entra no bonde maior, a subida é pesadíssima. Tá vendo aquele pontinho na pedra láááá em cima? Pus um circulinho vermelho nele...Lá é o Glacier Paradise!


E o que tem pra fazer lá em cima? Ué, você passa frio! Tô brincando...lá tem pista de esqui, uma castelo de gelo, um bar quentinho (tomamos leite e chocolate quente!) e uma vista maravilhosa! Pode-se ver várias montanhas, inclusive a Monte Rosa que fica na Itália. Aliás, esse teleférico vai tão longe, que você entra numa parte da Itália. Coisa de doido! Lá em cima, perguntei ao condutor do bonde se ele sabia a temperatura. A resposta: - 10! Tá bom pra vocês?

O que as crianças mais gostaram foi o castelo de gelo. Um lugar diferente, geladinho, cheio de esculturas.





Achei lindo lá em cima, mas a sensação não é das melhores, não. A altitude é poderosa. Eu fiquei tontinha e bem ofegante. A pressão do marido subiu e ele teve um leve mal estar. Não é um passeio para fracos! E aí? Vão encarar?

Começamos a descida e Marcello apagou. Dormiu a volta toda. E Duda tagarelou o tempo todo. 

Já lá embaixo, fomos dar uma volta pela cidade. Brincar na neve é o passatempo predileto dos meus filhos nesses passeios. Por onde passavam, catavam um pouquinho. Até guerra de bolinhas fizeram e o marido quase acertou num cachorro suiço. Pensei que ele fosse ser preso...




Passeamos pela cidade antiga, um local cheinho de casas construídas no século XVI. Muuuito bacana. Eu adorei. E chegamos até a ruazinha principal, cheia de restaurantes e lojinhas. Uma graça, mas tudo muito caro. Pra não dizer que não compramos nada em Zermatt, eu comprei um imã de geladeira e marido, um copinho de licor. Só. 




A cidade estava bem vazia e vários negócios fechados. Era feriado de finados e, mesmo começando a temporada de neve, a cidade pára. Até o Museu do Matterhorn estava fechado...Depois do jantar, banho e cama.

No dia seguinte, acordamos com neve caindo do céu! Lindo, lindo. Fomos dar uma volta antes de seguirmos viagem para Interlaken. Fomos à igrejinha da cidade, voltamos na cidade antiga, passeamos na rua principal, mais guerrinha de neve e já era hora de pegar a estrada de novo.








Ao programarmos o GPS, a Marcella perguntou de novo se gostaríamos de evitar balsas. Como já sabíamos do que se tratava, marcamos SIM, EVITAR BALSAS! E fomos. Passamos pela tal balsa, demos um tchau e achávamos que tínhamos ganho a batalha, mas...no meio do caminho tinha uma montanha. Começamos a subir. E o nível de neve na estrada também. E a estrada estava deserta. E, de repente, um bloqueio. Sério. fecharam por causa da neve. Como havíamos visto que faltavam 15 minutos para a balsa sair, demos a volta e marido começou a correr na montanha cheia de neve ou só pegaríamos a próxima balsa 1,5 hora depois. Gente, me senti num filme de James Bond. Estrada sinuosa, cheia de neve, a mil! Preferia que fosse o filme da Pequena Sereia...





Definitivamente, viajar de carro na Suíça é um desafio!

Próximo post: Interlaken!