27 de julho de 2013

Abusada

Fechamos um pacote num hotel que me foi indicado por uma amiga. Nas vésperas da viagem, resolvemos dar uma olhada nas avaliações do booking e tripadvisor. Pra que?! Cada coisa que li que fiquei apavorada com o que ia encontrar. Pra minimizar o risco, entrei em contato com hotel pra me mostrarem, no site, o quarto exato que havíamos reservado. A atendente me dizia: clique ali, clique acolá, clique não sei aonde, tá vendo esse i bem pequeno? Clique nele. Aí, vi a realidade e não gostei.  Disse a ela que a grande maioria das reclamações haviam sido sobre os quartos, muito antigos. Disse a ela que uma das avaliações falava em quartos dos anos 80, com TVs de tubo e péssima qualidade de imagem. Sabe o que a criatura respondeu? "A senhora vai estar na Sardegna, uma praia maravilhosa, hotel com piscina, por que vai ver TV?". Ah! Desci do salto e deixei claro que as ferias eram minhas, não dela e, caso eu quisesse passar 7 dias vendo TV, eu veria e que, nesse caso, eu gostaria de ter uma TV de qualidade para perder meu tempo na Sardegna! E que o que eu faço nas minhas fêrias é problema meu e não dela! Blá blá blá blá...Que abuso, né não?! Nessa hora, ela pediu desculpas e disse que iríamos gostar do quarto que era amplo e que ela solicitaria um quarto próximo da praia pra nós! Eu acho que ela queria garantir que eu fosse à praia...

Bom, o fato é que estamos há 6 dias na Sardegna e eu não liguei a TV nenhuma vez...não é que a abusada estava certa?

17 de julho de 2013

Cruzeiro - Parte 7 e última

Você conhece Dubrovnik? Não? Então, arrume as malas e vá pra lá. Essa cidade foi uma grata surpresa. Nós havíamos ido à Croácia ano passado, mas mais ao norte. Sabíamos da beleza do mar e das praias, mas não imaginava que tinha uma cidade tão gracinha. E eu nunca nem tinha ouvido falar de Dubrov (íntima!)...pecado.

Meus pais foram de excursão para conhecer o centro antigo. Nós resolvemos ir à praia. Descemos do navio e pegamos um taxi que nos deixou no centro antigo. Ele disse que deveríamos atravessar o centro e que teria uma praia bacana do outro lado. Quando descemos, já me encantei. O centro antigo é todo murado. Um muro bem alto e clarinho que faz um contraste lindo com áquela água verde da Croácia.





Quando entramos no centrinho...UAU! É muito lindo. Não tem foto no mundo que reflita a beleza do lugar. É tudo muito clarinho, cheinho de lojas, restaurantes, sorveterias, igrejas e museus. Rodamos tudo por ali até chegarmos do outro lado. Quando saímos...UAU! Que mar! Lindo demais!











Andamos uns 300 metros e chegamos na praia. O nome dela? Não faço ideia. É uma prainha pequena, de pedras (argh!). Tem um bar/restaurante que aluga caminhas e guarda sol e, do outro lado, tem a praia pública. Tem chuveiro de água doce baratinho (só comprar a fichinha no restaurante. Com 1euro, compramos 7 fichas! Muito banho!) e uma lojinha que aluga caiaques, passeio de banana etc. Só. 







A grande atração é o mar. Limpo, verdinho, temperatura perfeita, cheio de peixinhos (que não são meus amigos!). Só tem um defeito: as pedras que machucam muito os pés. Quem for por lá deve comprar aqueles sapatinhos de neoprene pra ajudar. Eu entrei de havaianas, mas não é o ideal. As crianças e marido foram descalços mesmo, mas reclamaram bastante. E até eu, a rainha do medo do mar, fiquei ali dentro, curtindo a água gostosa.

Depois da praia, fomos almoçar. Demos a volta por fora da muralha e entramos perto da funivia (não subimos, mas imagno que a vista deve ser deslumbrante lá de cima). No primeiro restaurante, tinha um cara laçando fregueses. Muito simpático e falava italiano, inglês, alemão e dizia bom dia em português. Ficamos por lá mesmo. Comidinha gostosa. Descemos para a rua principal do centro de novo. Tomamos um sorvete delícia e fomos pegar um taxi para voltar para o navio.








Quando descemos do navio, entramos em um taxi e o motorista perguntou se tínhamos os passaportes. Claro que não! Havíamos saído todos os outros dias sem eles, pois o pessoal do navio os recolhem no primeiro dia e devolvem no penúltimo, ou seja, no dia de navegação. E nós recebemos os nossos passaportes e guardamos no cofre, nem pensamos que iríamos precisar. Tivemos que sair do taxi e eu voltei correndo para o navio, peguei os passaportes e voltei. Pegamos outro taxi. Na volta para o navio, pegamos o primeiro motorista, aquele que nos avisou dos passaportes. Coincidência. O Dudu que reconheceu. Ele falava um pouco de inglês e disse que a cidade é animada quado chegam os navios, mas quando não é temporada dos cruzeiros, é beeemm tranquila. Tranquila demais, segundo ele. Disse também que não estava muito animado com a chegada do Euro por lá, o que iria acontecer em 10 dias. Só deu tempo de falar isso e chegamos. Cidade pequena.

Fui direto arrumar as malas. No navio, é preciso deixá-las na porta do quarto, no último dia, até às 2 da manhã. Eles recolhem e depois basta retirá-las no check out, em terra. Meus pais levaram as crianças para a sala de jogos e passaram o resto da tarde por lá. Jantamos à noite, fomos para o bar/boite e estava acabando...como passou rápido. Uma pena.

Na manhã seguinte, a saída foi feita por grupos. Cada grupo se dirigiu a um ponto de encontro. Eles anunciavam o grupo que devia sair. Simples. Saimos e as malas estavam nos aguardando. 

Aproveitamos o desembarque em Veneza para levar as crianças para conhecê-la. É sempre um grande prazer ir a Veneza. Ô cidade bonita. Eu tinha ido com marido há muitos anos atrás, quando nem tínhamos as crianças. Foi ótimo rever aqueles canais charmosos. A cidade estava lotada!!! Fizemos só alguns pontos: Rialto, Piazza San Marco, Ponte dos Suspiros. Estávamos todos cansados e ainda tínhamos uma estrada pela frente.










A viagem foi maravilhosa, inesquecível. Meu medo de navio passou completamente e já estamos pensando em outros mares...vamos lá?

Cruzeiro - Parte 6

Dia de navegação é bom e ruim. É bom porque é possível dormir um pouco mais, curtir preguiça na piscina do navio, comer a hora que quer. É ruim porque estão os 5.000 passageiros lá dentro. Tudo muito cheio. 

Com a super população a bordo, a equipe de lazer trabalhou pra caramba. Teve show, brincadeira pra criança, pra adulto, pra adolescente por todo lado. Meus filhos até foram um pouquinho no kids club, mas não se animaram muito. O negócio deles é piscina mesmo, toboágua e essas coisas. Além disso, foi dia de briga com italianas na piscina por causa de toalha, de soninho depois do almoço,  de noite do capitão de novo (e dessa vez nós fomos arrumadinhos!), de show do Michael Jackson depois do jantar e da Duda tirando milhares de auto-retratos. Muito bom.











F.I.M

14 de julho de 2013

Cruzeiro - Parte 5

Dia de Istambul! Um dos motivos de termos escolhido este trajeto - Itália / Grécia / Turquia / Croácia - era por causa de Istambul. Marido era doido pra conhecer a cidade! Fechamos excursão em terra, pois queríamos fazer os dois continentes: europeu e asiático. Por conta própria seria contra-produtivo demais, pois a cidade é imensa.

Istambul é a maior cidade da Turquia e uma das maiores do mundo! Com mais de 15 milhões de habitantes, ocupa ambas as margens do Estreito de Bósforo e do norte do Mar Mármara que separam a Europa da Ásia no sentido norte-sul. 

Pontos turísticos Istambul


É uma cidade moderna, com muita história pra contar. Já se chamou Bizâncio e Constantinopla (lembra das aulas de História?) e é conhecida como a cidade das 7 colinas pois, assim como Roma, possui...adivinha? 7 colinas! Em cada uma delas, tem uma mesquita. Aliás, basta piscar para encontrar uma mesquita por lá. São mais de 3.500!! Num País em que mais de 90% da população é islâmica, não podia ser diferente.

Pegamos nosso ônibus no porto e fomos direto para uma das margens do Bósforo para pegar uma balsa. Fizemos a travessia da parte europeia para a asiática pela água. Uma agradável surpresa. Além de termos uma vista privilegiada, vimos vários pontos turísticos da cidade como o Palácio Topikapi, o Museu de Arte Moderna. várias mesquitas, um mosteiro/fortaleza gigante etc. Muita coisa linda pra se ver. 





Vimos nosso navio estacionado





Depois de 40 minutos, chegamos na parte asiática. Nossa primeira vez na Ásia!


Os pezinhos das crianças não saíram na foto, pois descemos do barco e tinha um parquinho. Eles foram correndo pra lá! Tirar foto na Ásia? Pra quê? Melhor escorregar, né?

Ah! No barquinho, serviram café, suco de laranja, água, cerveja (às 8 da manhã!) e chá de maçã. Meu pai via o homenzinho ir e vir com a bandeja e ninguém aceitar nada. Com pena do rapaz, ele pegou um chá, tentou tomar, mas estava horrível. Aí, vem o homenzinho: "são 2 euros, senhor!'. Era tudo pago e meu pai com pena do rapaz! Momento-mico total. 

Seguimos direto para o Palácio Beylerbeyi, construído entre 1861-1865 pelo sultão Abdulaziz. Tratava-se do palácio de verão dos sultões. Suntuoso e luxuoso, fica embaixo de uma ponte linda. E lá, cheguei à conclusão de que morar embaixo da ponte pode não ser tão ruim assim... 

Chegamos e atravessamos um túnel bem longo e saímos num jardim bonito. Logo depois entramos no Palácio. Não se pode tirar fotos lá dentro e tem que usar proteção nos sapatos. O chão é todo de palhinha e eles mantêm o original. Passamos por diversas salas e quartos. Tem até uma sala de oração voltada para Meca. Aprendemos que só as 4 primeiras esposas que davam um filho homem ao Sultão tinham direito a quartos, além da mãe dele. Informação super importante pra minha vida! O lugar tem ouro pra todo lado e os lustres...ah! Lindos demais. Achei interessante, pois nunca imaginei visitar o Palácio de um Sultão. Saímos e ficamos pelo jardim até nosso ônibus chegar.








Saímos de lá e fomos para o programa-mico do dia. Excursão é assim, né? Nos levaram para uma loja de casacos de couro. Entramos e nos fizeram sentar em uma sala com uma passarela no meio. Entrou um cara e disse que casacos de couro são artig...zzzzzzzz. Começou o desfile com os modelos mais improváveis do mundo fashion. Um era a cara do Elvis na sua época mais roliça, o outro parecia o Agostinho Carrara da Grande Família, uma estava de ressaca e usou óculos escuros o tempo todo, outra era tão fofinha que só usava os casacos super largos...enfim, constrangedor. Eles desfilaram, convidaram uns turistas para desfilar também, mais mico. Tocou "Ai se eu te pego" e "Gustavo Lima e você". Meus filhos cantaram. As luzes piscavam. Um horror. Ofereceram chá, meu pai não aceitou achando que era pago e era de graça (brincadeira! ele aceitou!) e nos levaram para uma loja gigante e cheia de casacos de couro caros. Tchau. Voltamos para o ônibus.


Depois, seguimos para o restaurante. O almoço estava incluído no pacote. Melhor que não estivesse! Nos levaram para um hotel (isso mesmo, caro leitor! Tanto lugar bacana, fomos comer no restaurante horrível de um hotel meia-boca de Istambul!). Perda de tempo total. Nem a comida era possível escolher. Já estava incluído no pacote: um frango bem temperado, arroz, umas verduras, um doce estranho e só. Pedimos um frango sem temperos para as crianças e eles providenciaram. Quando Marido foi cortar o frango para o Dudu, ele sentiu o cheiro. Gente, estava estragado!! Meio cru e fedido demais. Deixamos de lado e meus filhos ficaram a base de batata frita. São esses momentos que me fazem desanimar com as excursões...mas, quem tá na chuva é pra se molhar. 

Seguimos com nosso grupo até o centro da cidade. Vimos a Mesquita Azul (linda demais!), a Basílica de Santa Sofia e fomos para a Cisterna da Basílica. Muito bacana o local. É um reservatório subterrâneo que foi construído a pedido do imperador Justiniano I. Tem 336 colunas de 9 metros de altura cada e com capacidade para 80.000 litros de água, a sua área total ocupa 10 000 m². Ela foi utilizada para abastecer a cidade até o final do século XIV e hoje é apenas um ponto turístico bem curioso.

Dentre as 336 colunas, estão 3 muito especiais: a das lágrimas e outras duas onde foram colocadas cabeças da medusa que geram polémica sobre a sua posição e origem. Mas, sendo sincera, não entendi bem o porquê. Explico: nossa guia falava alemão e italiano e não sei se, nesta hora, ela já estava cansada ou se era o calor, mas ela não conseguia completar uma frase em italiano e a repetir em alemão. Ela começava em alemão, falava em italiano pelo meio e, acho eu, concluia em árabe. Só pode. Passei a ignorá-la e só tirar fotos!

Ela explicou (tentou explicar...) o porquê da Medusa ter os cabelos de serpente, mas isso nós já sabíamos pois a nossa guia de Izmir já havia explicado. Sabe aqueles olhos turcos/gregos? Eles são conhecidos como um talismã contra o mau-olhado, contra o olhar da Medusa. É o seguinte: Afrodite, a Deusa do amor, estava com muito ciúmes da Medusa que era uma mulher muito linda e encantava os homens. Aí, pra sacanear a arrasa-quarteirão, ela transformou os cabelos da moça em cobras para os homens não mais se aproximarem e, além disso, quem a Medusa encarasse, virava pedra. Quem tivesse o tal olho-turco/grego, estaria a salvo. Entendeu? Resumindo: tem duas estátuas com o rosto da Medusa na Cisterna e eu não sei o porquê. Se alguém souber, deixe nos comentários, por favor. 

A Mesquita Azul. Não entramos, pois não
fazia parte da programação da excursão.
Fiquei arrasada. Queria muito entrar.




Saímos de lá e nossa guia nos liberou para rodarmos pelo Gran Bazar. Ah! Eu amei o Gran Bazar. Tem tudo. Tudo mesmo. E mais alguma coisa...A diversão é negociar muito e pagar bem menos do que eles pediram inicialmente e ainda assim ter a sensação de que pagou mais do que devia. Tudo lá é negociável e os vendedores são enlouquecidos. Não te deixam sair de mãos vazias. Fizemos algumas comprinhas e só rodamos umas 3 ruazinhas do Bazar. são mais de 4.000 negócios. Eu achei que fossem barraquinhas bem simples, mas são lojinhas mesmo. Algumas bem arrumadas. De artigos pra casa a ouro, você encontra por lá.

A caminho do Gran Bazar. me lembrou o El Caminito.


Entrada do Gran Bazar

São muitas ruazinhas como esta
Inshalá! Quanto ouro!
Istambul é grandiosa e merece mais do que um dia. Muito mais. Uma pena termos ficado tão pouco. Trocaria sem pestanejar a uma hora perdida na loja de couros para ir à Mesquita Azul (a única com 6 minaretes) e à Basílica de Santa Sofia (que só vimos por fora!). Mas, foi ótimo termos ido à parte oriental! Adorei desbravar novos continentes, mas fiquei com gostinho de quero mais.

Vimos muitas mulheres de burca pelas ruas, não ouvimos o toque para as orações, não comemos kebab, mas saímos de lá maravilhados com as possibilidades que a cidade oferece.

Voltamos para o navio no fim da tarde. Só o tempo de tomar banho e irmos jantar. Foi noite italiana e bem animada. Depois, teve festa tropical na piscina. Ficamos um pouquinho, pois as crianças estavam exaustas.








Tchau Turquia! Até a próxima!