29 de maio de 2013

Yeah?!

Duda tem uma super amiga que é de Bangladesh. Ela e a família moraram muito tempo no Paquistão e estão em Milão há um ano, mais ou menos. A menina é uma graça, super educada. Duda e ela se comunicam em inglês, pois nem a garotinha, nem os pais aprenderam italiano.

A maioria das mães da escola não fala inglês. Só as estrangeiras. As italianas falam italiano e basta. Pois bem, a mãe da amiguinha da Duda se aproximou muito de mim por causa do meu inglês macarrônico (em terra de cego quem tem olho é rei, já dizia o ditado) e porque nossas filhas se dão muito bem. Meus problemas linguisticos com essa família começam sempre que tenho que conversar com a mãe, ou pior, com o pai! Tenho pavor dele! Não, ele é muito educado, sorridente, mas fala um inglês meio ajaponeisado, sabe? Eu não entendo nada. Pra piorar, no meio das frases, ele coloca um "yeah?" que, a meu ver, é para sentir se estou ou não entendendo o que ele está dizendo. E eu nunca estou.

Logo quando a menininha chegou na escola, o irmãozinho dela era muito pequeno e ainda ficava em casa, ou seja, na maioria das vezes era só o pai que a buscava na escola. Eram sempre 5 / 10 minutos de terror na minha vida. Eu esperava as reações dele. Se ele ria, eu ria. Se dizia "you know?", eu knowzava. Se falava o fatídico "yeah?", eu concordava. Devo ter concordado até com o uso de burka pelas mulheres mulçumanas e não sei!

A situação piorou quando a amiguinha começou a frequentar a minha casa. Toda vez, para buscá-la, o pai me liga. Agora, imagina só. Se, ao vivo, eu já não entendo o que a criatura fala, imagina pelo telefone?! É impressionante como sempre tem barulho quando ele me liga! Essa é a minha desculpa favorita. "Sorry, I can't listen because there is so much noise here. Could you repeat?". Sempre assim. Depois da terceira vez, eu entendo umas duas palavras...desastre.

Resolvi, então, que só iria me comunicar com a mãe e por escrito. Desastre. Outro dia ela me mandou uma mensagem assim: "for mom's email nd ph no how can I get? I really need to talk to u. When u r free tell me, plz. Thx." Até decifrei, mas juro que levei uns 5 minutos. Sou velhinha já e ela escreveu na linguagem de um Universo paralelo adolescente. Para que eu quero descer!

Hoje, quando cheguei para buscar meus filhos na escola, lá estavam eles. Pai e mãe. Unidos pelo inglês-arabe-grego-jamaicano. E os dois vieram conversar quando me viram. Estavam falando alguma coisa sobre o aniversário da amiguinha que será esta semana. Algo a ver com o tempo. Rain. Isso eu entendi. Será que vai chover, não vai chover, bla bla bla bla bla? Depois de um "yeah?" do pai, respondi segura: "No, don't worry. I don't think is gonna rain". A mãe: "But Sheyla, we are talking about the food". 

Yeah? Yeah! Bye


15 de maio de 2013

Satisfação garantida ou...nada!

Fui levar os casacões do inverno pra lavanderia pra guardá-los cheirosos e limpinhos. Deixei os coitadinhos numa lavanderia perto da escola das crianças em meados de abril. O atendente me disse que iria demorar 2 semanas, pois haviam recebido muitas roupas. Até aí, beleza. Duas semanas depois, voltei. Entreguei o papelzinho com o número do serviço e o rapaz foi buscar meus casacos. Voltou com as mãos vazias e me pediu mais uma semana, pois não haviam lavado. Ok. Não estou precisandoo dos casacos por agora mesmo...

Uma semana depois, voltei. O atendente, que naturalmente não lembrava de mim, voltou com as mãos vazias e disse que precisava de mais uma semana, pois não haviam terminado. Disse a ele que isso já havia acontecido e que achava um absurdo. Não consigo reproduzir, em palavras, a cara de paisagem do sujeito enquanto ouvia minhas reclamações! Todo trabalhado na indiferença!

Ontem, após mais uma semana, lá fui eu com cara de briga. Já cheguei, chegando. Pra intimidar o adversario, entende? Estiquei o braço, entreguei o papelzinho. Atendente suava de medo de mim (só que não!) e foi lá pra dentro e voltou....suspense....mais alguns pontinhos.....de mãos vazias!!!!! Isso mesmo! E sabe o que ele me disse? "Nós esquecemos de lavar!!" O que??? Esse rapaz não conhece a fúria de uma consumidora brasileira! Enfiei o dedo na cara dele e disse: "se esses casacos não estiverem prontos em dois dias, você vai ver o que eu vou fazer!!!!"

E aí? O que eu faço daqui a dois dias? Não tenho a menor ideia...


Update: Fui pegar os casacos e eles estavam lá, lavados! Que pena, tinha planejado tantas coisas pra dizer pro chinês...

13 de maio de 2013

Final da Costa Amalfitana - Dia 4

No nosso planejamento, a ideia - no dia 2 - era ir a Pompeia pela manhã, Sorrento a tarde e jantar em Positano. Como somos seres flexíveis e adaptáveis, mudamos todo o planejamento e só sobraram 2 horinhas para rodarmos por Sorrento no dia 4. Uma pena, pois tive uma impressão excelente da cidade. Ela é mais plana, num platô na montanha. Coisa linda de se ver.



Paramos o carro num estacionamento de uma praça que tem bem no centro da cidade. Ali mesmo, se pode comprar o ingresso para dar uma volta de trenzinho. Ele passa pelos principais pontos turísticos de Sorrento. Bem que tentamos, mas estava lotado. O passeio saia de 30 em 30 minutos e não tinha nem como reservar para mais tarde. Super indico para quem quer começar um trabalho por essas bandas: dono de empresa de trenzinho! Sucesso garantido!

Fomos a pé, nos "perdendo" pelas ruazinhas da cidade. Todas muito charmosas. De vez em quando nos deparávamos com uma super rampa que vai lá para o nível do mar.

Andamos, andamos e chegamos a um jardim lindinho que tem um elevador. Por 1 euro, você poupa suas pernocas e chega em 40 segundos na praia. Muito bom!






Alto, né?


São muitas ruazinhas como essa com restaurantes, cafés, lojas

Para os que gostam de um conforto: elevador




Para os que gostam de uma caminhada: rampa




Aliás, tivemos uma impressão ótima também da praia de Sorrento. Tem umas pedras que formam umas piscinas naturais e eles colocam umas espreguiçadeiras e escadas para você entrar no mar. A água é tão limpa que é possível ver o fundo fácil, fácil.

Passamos ainda no mosteiro de São Francisco, do século VIII. Lindo.


Depois disso, pegamos a estrada, pois íamos rodar bastante. Sorrento me deixou com gostinho de quero mais. Parece que a vida noturna por lá é bem intensa e a cidade tem muito a oferecer. Tchau Costa Amalfitana! Adorei te conhecer!

Pegamos a Marcella e colocamos: San Gimignano. Ouvi falar muitas vezes dessa cidadezinha medieval que fica na Toscana. É conhecida como a cidade das torres. Elas foram construídas por famílias importantes, como em Alba. A cidade é linda demais e foi declarada patrimônio cultural da humanidade, pela Unesco, em 1990.

E o que tem pra ver em San Gimignano? San Gimignano, ué! A cidade é, ela própria, o maior atrativo. Ela é toda murada e conserva todas as características originais. Incrível. Me senti teletransportada para outra época. Lá dentro tem museus, cafés, lojinhas e a melhor sorveteria do mundo, segundo os donos da loja! Tô brincando. Eles ganharam mesmo um prêmio, tá lá na porta. E o sorvete é, realmente, delicioso.

Começamos rodando pela rua principal, mas as crianças estavam desesperadas para ir ao banheiro. E era longe, mas sabe que foi um passeio interessante? Até o banheiro é feito na pedra. Mistura o moderno com o antigo. Adorei! (sentiram o drama, né? Já estou gostando até de visitar banheiros...eu gosto de tudo por aqui mesmo!)






Uma das torres

Amei o banheiro!


Piazza del Duomo


Imperdível: chocolate com nutella!
Rodamos bastante e, numa ruazinha, vimos uma placa: ponto panorâmico. Uma vista linda dos campos verdejantes da Toscana. San Gimignano fica no alto de uma colina o que contribuí para uma visão bacana da região. Ao redor, existem vinícolas em que é possível fazer degustação de vinhos e apreciar a culinária da região. 






Saímos de San Gimignano por volta das 19 horas e fomos direto para Lucca, a 120 km. Escolhi o hotel de Lucca pela internet e foi uma grata surpresa. Muito bom. Só não fica no centro, mas como estávamos de carro, não fez muita diferença. O quarto era enorme, com dois quartos, uma sala e um banheiro gigante. Tudo novinho e moderno. Super indicado. Chegamos tarde por lá, mas nem o cansaço nos abateu e fomos jantar no centrinho da cidade.

Lucca é a cidade que possui o muro mais bem conservado da região. E é mesmo. São 5 km de muro que circundam o centro antigo. Toda essa conservação tem uma explicação: eles refizeram o muro em 1544, pois achavam que o muro anterior não era mais suficiente para proteger a cidade. Só que o murão novo nunca foi utilizado em batalha e está intacto até hoje. Um detalhe interessante é que não é se trata apenas de um muro, mas de um nível superior. A sua espessura é tão grande que em cima existem árvores, casas e até um calçadão.

Essa foto eu tireo no dia seguinte. Dá pra ver as árvores em cima do muro? 
Como chegamos a noite, não deu pra ver direito o centro. Como estava escuro e não tem muita sinalização, fomos entrando com o carro no centro antigo. Vacilo. No dia seguinte, a atendente do hotel nos disse que só é possível entrar de carro até logo após as portas e parar nos estacionamentos colados no muro. E nós achamos o máximo rodar de carro pelo centro. Agora, é só aguardar a multa, pois ela virá, tenho certeza!

Almoçamos num restaurante pequeno que, creio eu, não tem muitos turistas. Chama Pecora Nera e tem até brinquedoteca para as crianças. Muito bom. 




Estávamos mortos e começou a chover. Fomos direto para o hotel e deixamos o dia seguinte para bater perna pelo centro. Amanhã, tem mais!

Obs 1: A Costa Amalfitana é a terra do limão. Vimos limão do tamanho de um melão! Coisa de maluco. Quem for pra lá, aproveite para experimentar o Lemmoncello, um licor forte, a base de limão que deve ser bebido geladíssimo. Marido é viciado nesse troço! Imagina se não se divertiu por lá?!



Obs 2: Para ajudar na descida e subida em Positano, existem ônibus internos, menores, que fazem o trajeto ladeira abaixo-ladeira acima.



12 de maio de 2013

Fui eu que fiz!

Meus filhos lindos! Amo ser mãe de vocês! Entendo cada vez mais o significado da palavrinha mãe depois que vocês entraram em minha vida, pois vocês são minha vida! E eu me sinto cada vez mais mãe toda vez que olho, abraço, beijo e me encantos com vocês! 





Meu melhor trabalho!



FELIZ DIA DAS MÃES PRA TODAS AS MAMÃES QUE PASSAM POR AQUI!


11 de maio de 2013

Costa Amalfitana - Dia 3

Fomos direto para Positano. É uma cidade que, literalmente, "escorrega" pela pedra. Na altura da circumvesuviana, você pensa que está vendo a cidade, mas é uma ilusão. Tem uma estrada, mão única, que você desce, desce, desce e, quando acha que está chegando, tem que descer mais um pouco. E a cidade vai se desenhando nessa rua: hotéis, restaurantes e muitas lojas. A gerente do nosso hotel disse que o último estacionamento, o que fica mais embaixo, chamava Mandara. Ótima dica, pois tem vários estacionamentos antes dele e beeeem mais distante da praia. Me disseram que são 2 km de descida. Imagina fazer isso com 2 crianças? E pior: imagina subir isso com 2 crianças?


A garagem Mandara fica a uns 600 metros da praia. Basta descer mais um pouquinho e se chega a uma escada. Depois da escada, a praia! Paramos em várias lojinhas no caminho e achei tudo muito caro, mas já sabia que Positano se tratava da cidade mais charmosa e cara da região então, não foi uma surpresa.

A praia é...simpática. Novamente, a impressão é a seguinte: o charme é mesmo o mar. Praia, já vi melhores. Tem um espaço da praia que é privado e é possível alugar caminhas e guarda-sol. E a outra parte é pública. Cada um com sua toalhinha e só. Tem alguns restaurantes na beirinha da praia que ajudam na hora da sede e da fome.

O grande barato da cidade e que eu amei foi mesmo o ladeirão. É longo, apertadinho e muito carino, como dizem os italianos. Poderia passar horas andando por ali. 















As crianças adoraram a praia apesar da água gélida. Eles brincaram muito com as pedras e, como já disse no post sobre Nice, acho o pós-praia das praias de pedra ótimo: sem areia grudando. Eles cataram muitas pedras pra trazer pra casa. Já temos um pote cheio delas por aqui! 

Passamos a manhã por ali, curtindo o solzinho maravilhoso e aí decidimos: vamos para a piscina do hotel? Todo mundo gostou da ideia e voltamos para lagartear com um pouco mais de conforto.

Voltando para o carro, encontramos uma igrejinha muito bonita e com uma vista linda! Mais fotos e vamos logo pra tal piscina que eu quero mais é sombra e água fresca!





Não tinha ninguém por ali. O único problema era a temperatura da água da piscina. Nem as crianças conseguiram encarar por muito tempo!




Pedi o almoço para os pequenos por ali mesmo e depois, marido e Duda partiram para um grande aventura: ir à praia de Praiano. A foto abaixo deixa claro que o hotel é beeeem em cima e a praia láaááá embaixo, a 400 degraus de distância! Eu não encarei, pois estou ficando velha e partes do meu corpo - que eu nem sabia que existiam - estão doendo pra caramba. Você sabia que existe um nervo chamado ciático? Eu tive o desprazer de conhecê-lo ano passado e ele está bem irritado comigo esses dias...preferi deixá-lo em paz! 




Alguns trechos são rampas


Vale o esforço, não?


A praia é assim: um cimentão. Mas o mar...ah, o mar!


Eles chegaram lá em cima arfando! Mas adoraram!

Ficamos na piscina até umas 18:00 quando resolvemos descer para tomar banho e seguir para nosso restaurante preferido da Costa Amalfitana, aquele que não é preciso pegar carro, o restaurante do hotel!!

Dia 4 tem Sorrento, San Gimignano e chegada em Lucca.