29 de fevereiro de 2012

Das coisas que só acontecem na Itália!

O estacionamento da escola das crianças é um inferno. Na verdade, não existe estacionamento na escola. Existe apenas uma rua pequenina com uma escolinha italiana ao fundo, ou seja, uma rua sem saída. Acho que existem espaços para 10 carros estacionarem de uma lado e uns doze do outro. Imagina a confusão na hora de deixar e pegar os pequenos. Como o povo italiano é "criativo" no que diz respeito ao trânsito, as pessoas acham os lugares mais inusitados para parar e formam-se filas dupla, tripla, quádrupla. Quem chega primeiro, pára nas vagas e, na hora de sair, invariavelmente, deve esperar que o pessoal que chegou depois saia primeiro com o carro.


Olha que lindo!
Eu chego sempre com 20 minutos de antecedência (capricorniana, eu?!) e pego, quase sempre, um lugarzinho que não é vaga, mas que dá pra fingir que é. Fica entre dois portões, o de um prédio residencial e o da tal escolinha italiana. Não atrapalho ningúém, mas várias vezes fiquei esperando uns 10 minutos até os carros das filas extras saírem.

Outro dia, teve um engarrafamento gigante na rua perpendicular, a que dá para a rua principal e, quem estava na ruazinha micro, ficou preso por muito tempo. Uma senhora, que saiu do prédio residencial, resolveu que se buzinasse muito, o Universo iria resolver o problema do engarrafamento e ela iria sair dali. E a desgramenta buzinou por 10 minutos initerruptos!!! Super agradável! Uma mãe da nossa escola que estava chegando ao carro com as crianças se irritou de tal maneira que parou ao lado do carro da senhora barulhenta e começou a berrar: BASTA!! BASTA!! BAAAAAASSSSSSSSTAAAAAAAA!

Me diz se dá pra não amar essa terra?!

26 de fevereiro de 2012

Voltaremos a nossa programação normal!

Voltamos para Milão e esse bloguinho voltará à sua programação normal! Mas, isso só acontecerá  depois que todas as 6 malas estejam desfeitas e que cada tralhinha seja guardada em seu devido lugar!! Como sei que tenho leitores e leitoras ávidos pelos meus maravilhosos posts (isso é piada viu minha gente?!), se alguém quiser vir aqui me ajudar com a bagagem gigantesca, será bem vind@!

Enquanto estava em Brasília fiz uma ressonância magnética e foi....complicado! Nunca pensei que eu fosse dar trabalho. Saí de casa nervosa pra caramba. Quando cheguei, o rapaz me disse que o tubo era aberto dos dois lados. Aí, pensei que seria tranquilo até por que eu não tenho problema com lugares fechados. Só fiquei meio apavoradinha uma vez, no aquário do Gardaland...mas passou. Na ressonância me deu uma angústia...inexplicável! Entrei e saí do tubo 3 vezes até fazer o tal exame e só consegui, pois tirei o paninho que tampava os ouvidos e a almofada das pernas. Isso me deu uma sensação de liberdade gigantesca. Para passar o tempo, rezei, cantei e contei quantas vezes o aparelho fazia determinado som. Tinha um clanc clunc que aconteceu 110 vezes!!

Isso é para contar que apesar de a viagem ter sido ótima, achei os aviões mais apertados...ou será que eu cresci? Só se for para os lados! Sério, tanto no voo nacional para Guarulhos quanto no voo para Milão, achei tudo bem menor. E a sensação foi a mesma da ressonância magnética. Quem sabe as empresas de aviação não fazem um convênio com os hospitais...já que os passageiros não conseguem se mexer, já saem dos voos com o resultado da ressonância...O slogan podia ser: Ganhe tempo, viaje e faça seus exames ao mesmo tempo! 

22 de fevereiro de 2012

A Dama de Metal

Ontem, eu e marido íamos assistir ao filme A Dama de Ferro. Marcello, curioso, começou a perguntar para o avô:

- Vô, o que é a Dama de Ferro?
- É um filme que conta a história da Margareth Tatcher, a primeira ministra britânica...
- Ah!!! E ela vira metal?

Como dizem as minhas sobrinhas: Me divirto!!

17 de fevereiro de 2012

A vida corrida em Brasília


Definitivamente, eu vou precisar de férias depois dessas férias em Brasília! Primeiro que é muito estranho passar férias na cidade em que eu morei minha vida inteira. Segundo que são tantos compromissos que eu não parei um só minuto. Lógico que, a maioria, são compromissos legais, mas já teve dia de levar as crianças ao médico pela manhã, almoçar com o pessoal do meu antigo trabalho, lanchar com as amigas, levar as crianças ao shopping e jantar com a família! Cansou? Eu também!!

Ontem, uma amiga me ligou e perguntou que dia eu teria disponível para irmos comer um risoto na casa dela. Será que risoto no café da manhã cai bem? Pois só teremos este horário disponível até a véspera de irmos embora!

13 de fevereiro de 2012

Fotos Antigas

Não tenho tido tempo de vir por aqui.... Muitos compromissos! É um tal de almoço aqui, lanche ali, jantar acolá, médico aqui, médico ali, médico acolá...a família vai voltar com o check up completo e beeem mais gordinha! Todo mundo chama a gente para comer alguma coisa em algum lugar....não recebi um convitinho para uma caminhada no parque, um passeio de bicicleta...porque será?

Como não tenho mais casa em Brasília, fico pulando de casa em casa! Fiquei 14 dias na minha sogra e agora mudei para a casa dos meus pais. Ontem, meu pai estava mostrando fotos antigas para a Duda. Ele pegou todas as minhas fotos de infância e digitalizou. Este trabalho nunca seria feito por mim, pois nem sei como começar a digitalizar uma foto! Sou uma negação em relação à tecnologia! Como estou numa mega sessão de nostalgia, aproveito para postar uma de minhas fotos de quando era bebê! Linda, não? Modesta também, né?




Meu nascimento foi tão importante que saiu até no jornal! Vocês nem imaginam, quando leem o bloguinho, que a vida de vocês mudará para sempre, não é?  Nossa! Melhor parar por aqui.

8 de fevereiro de 2012

Meu cebolinha

Marcello sempre teve problema na fala. Falava bem enroladinho quando era pequeno e eu, sinceramente, achava lindinho! Até irmos à dentista e ela me explicar que ele não iria aprender os fonemas corretamente sozinho, pois a lingua dele é grande demais para a boca e muito flácida (e eu que achava que só bumbum e barriga eram flácidos! Santa ingenuidad, Batman!). A dentista indicou na mesma hora uma fonoaudióloga, mas antes ainda passamos num otorrino para ver se estava tudo bem na parte respiratória. Chegamos na fono e ela fez uma avaliação com ele. Resultado: 18 fonemas a serem trabalhados!! Eu nem imaginava o quanto ele falava enrolado...acho que a gente que convive diariamente acaba se acostumando e aprendendo o "dialeto" infantil.

Começamos o tratamento com a Tia "Calol". Trabalhamos 17 fonemas e nos mudamos para Milão. Faltou o último, o danado do erre. O erre da balata, da palede, do calaca, da alanha! Por falar em aranha, Marcello é apaixonado desde pequeno pelo homem aranha! Já escolheu dois anos seguidos este herói como tema de seu aniversário e os amiguinhos já estavam começando a brincar quando ele falava que o "meu heloi pefelido é o homem alanha!". Criancinhas podem ser muito crueis umas com as outras....Na verdade, elas são muito sinceras.

Chegamos em Brasília e meu pai havia conseguido uns encaixes na agenda da Tia Calol. Ontem, foi a terceira sessão dele e sabe o que aconteceu? Ele conseguiu falar o erre! E saiu feliz da vida e a Tia Carol veio me mostrar o exercício e ele falava: cenoura, pirulito, pêra, girafa! E vibrava!

Quando estávamos no carro, voltando para casa e treinando as palavrinhas, ele disse:

- Mãe, tem uma coisa que quero falar muito, quer ouvir? ARanha!! Meu heRoi favoRito é o homem aRanha!!

Comecei a aplaudir!!

6 de fevereiro de 2012

A Fazenda

Não, não é reality show. Aliás, nunca nem assisti ao programa com esse nome e acho que nunca vou assistir. Minha fase reality acabou há uns 4 anos...

É que passamos o final de semana na fazenda do meu sogro que fica a uma hora de Brasília. Foi muito divertido e as crianças se acabaram de tanto brincar. Duda não queria voltar! Passavam o dia inteirinho livres, leves e soltos com os amiguinhos que moram por lá, correndo, nadando, andando a cavalo (sozinhos!), brincando. Realmente, esse tipo de ambiente é ótimo para eles. O contato com a natureza é um privilégio para poucos nos dias de hoje e isso é excelente para criarmos filhos ambientalmente responsáveis. 





Eu também me divirto, mas minha vida por lá é um pouco, digamos, limitada. Explico: eu sou uma pessoa urbana, nem um pouco rural e não muito ligada a essas coisas bucólicas. Gosto de cidades, asfalto, luzes, bichinhos domésticos. Tenho problemas sérios com mato, terra e bichos fora de controle. Não vou achar natural nunca um besouro gigante sobrevoar a minha cabeça, bater na parede e cair aos meus pés. Sem chance.

Eu vou a fazenda desde que conheci o Guto. Ele é engenheiro agrônomo e aquilo ali é o paraíso particular dele. Chega, pega um cavalo, põe uma roupa de gosto duvidoso e fica em êxtase! Eu sempre tentei achar o meu espaço por ali, mas vou confessar, é difícil. Minha primeira tentativa de uma interação produtiva foi frustrante. Decidi que ia começar a plantar árvores frutíferas. Pesquisei, fui a uma loja, comprei sementes, balde, pá, luva. Falei com ele que me incentivou pra caramba. Cheguei na fazenda, arregacei as mangas e na primeira escavada, uma minhoca pulou na minha mão!!! Na MINHA mão!!!! Esqueci que na terra tem bichinhos....Minha experiência acabou ali, na primeira escavada...Sou, definitivamente, um desastre naquele ambiente.

Uma coisa que eu adorava fazer era alimentar os patos e as galinhas. Enchia um balde com milho e chamava todo mundo, mas tinham uns gansos mais assanhados que vinham voando na minha direção....aí, eram gritos de pavor! Desisti da alimentação também.

Outra tentativa frustrada de adaptação foi com relação aos cavalos. Andei com o Guto a primeira vez e foi muito divertido. Corremos, passeamos muito. Também, era ele que estava dirigindo o bicho. Depois, foi a minha vez de ir sozinha. O cavalo só ia para aonde ele queria. Aliás, não lembro muito do cavalo saindo do lugar. Guto sempre tentou me explicar que é a gente que comanda o bicho, mas eu tenho sérias dúvidas acerca dessa afirmativa.

Marido tentou me levar para pescar. Já sabe o resultado, né? Não cheguei perto da isca, não tirei o peixe do anzol e morri de pena dos bichinhos. Aliás, por falar em peixes, me lembrei da primeira vez em que fui à fazenda. Eu namorava o Guto há um mês e fomos em um grupo de 5 casais. Pessoas que eu mal conhecia. Num fim de tarde, ele chamou a mim e outro casal (a Débora e o Amilcar) para irmos a um riacho perto da casa dar comida aos peixes. Me enganou dizendo que seria divertido. Fomos os quatro, atravessamos um matagal de mais de um metro de altura e chegamos perto do tal riacho. Ele jogava a comidinha e dizia empolgado: Olha o tanto de peixe! Eu não via nada...nada! De repente, um barulho começa lá por perto. Coach, coach, coach! Perguntei ingenuamente o que era. A resposta? São sapos, oras! Sapos! Pânico! Pavor! Terror! Eu só havia trocado umas 5 palavras com a Débora até aquele momento, mas me agarrei nela como quem se agarra num pedaço de madeira depois de um naufrágio. Gente, eu tremia e minha vontade de sair de lá se tornou insuportável. Mas, estava começando o namoro...Guto tão empolgado por eu estar ali....aguentei e o braço da Débora deve se lembrar até hoje de mim!

Eu tentei tudo: coelhos, pintinhos, gatinhos, cachorros, bezerros. Meu sogro, coitado, já me deu de presente vaca, bezerro, égua. Acho que já tive até um porco! Nada. Adoro saber que meus bichinhos estão ali, mas ir até lá, dar comida, pisar no cocô das vaquinhas, entrar no chiqueiro...não é a minha praia.

Tive a minha fase de filmes. Como sair da casa era um grande desafio, passávamos na locadora de vídeos antes de ir e eu escolhia uns 5 ou 6 filmes para o final de semana. Nunca fui tão atualizada com as obras cinematográficas. Tive a minha fase dos livros. Li muito na fazenda! De tudo um pouco. Me tornei mais culta por causa dela! ha, ha 

Bom, acontece que a minha fazenda começou a se resumir a casa e ao que existe ao redor dela: um gramado, uma piscina e um quiosque.

Depois que as crianças nasceram, achei que eu fosse ficar mais corajosa. Corajosa por elas. Engano. Eu finjo que aquilo é natural para que elas não tenham medo das coisas, mas pra mim, não é. Duda começou a gritar outro dia por causa de um besouro maluco que dava rasantes nas nossas cabeças. Eu, tranquilamente, disse a ela que o besouro era um bichinho bem tolinho, pois voava, voava, batia com a cabeça na parede, caia emborcado no chão e não conseguia se desvirar sozinho. Em resumo, um mané. Ela aceitou a explicação. Eu, não. Quando vejo um, me dá vontade de gritar!

O que eu gosto na fazenda é dos programas que poderíamos fazer na cidade: churrasco, jogo de cartas, sentar e conversar, festa junina, natal com o pessoal que mora por lá. Isso me deixa muito contente.

Aí, vocês podem se perguntar por que eu continuo indo. E eu respondo com facilidade: por que a fazenda, para mim, é sinônimo de família. E família....não se abandona! Seja ela com bicho ou sem bicho! Aliás, acho muito válido que os padres acrescentem na hora do casamento: Você, aceita fulano...e promete ser fiel, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza....na cidade e na fazenda, até que a morte os separe? SIM! 

2 de fevereiro de 2012

Chamonix - O retorno

Antes de virmos para o Brasil, voltamos a Chamonix para aproveitar a temporada de esqui. Minha sobrinha, a Luiza - que não estava no Canadá - foi conosco e levamos também a Cris, o Cléber, o Rafa e a Nicole (turma que foi conosco para Innsbruck). Saímos de Milão no sábado bem cedinho, mas acabamos demorando na estrada, pois o túnel do Mont Blanc estava fechado por causa de uma avalanche. Esperamos abrir e seguimos para a festa branca!

Decididamente, é muita neve. Chegamos, deixamos as malas no hotel (não tinha vaga no hotel que ficamos anteriormente...uma pena, pois o Hotel Éden nem se compara ao anterior) e, quando íamos para a montanha, fomos avisados de que TODAS as pistas estavam fechadas por causa da nevasca do dia anterior. Sem problemas, pra que precisamos de montanha se temos neve na porta do hotel?



O difícil foi tirá-los da brincadeira. Depois de pedir, chamar, implorar, conseguimos ir para o centro da cidade. E cada montinho de neve que encontravam no caminho, virava um verdadeiro playground!


Almocinho básico, passeio, muita brincadeira na porta do hotel que não era o nosso, escorrega no meio da rua, macarons e hotel!




Fui comprar macarons (um docinho francês que parece um biscoito recheado. É suspiro de um lado, do outro e pode ser recheado com diversos sabores. Delicioso!) e o resto do grupo ficou do lado de fora me esperando. As crianças sentaram na vitrine da loja e colocaram as pazinhas de neve no chão. Cléber, de brincadeira, jogou uma moedinha de um euro na pazinha. Eles adoraram e ficaram com as mãos estendidas pedindo moeda para quem passava. Vexame!! Chamei os 3 para irmos embora e a Duda se vira e diz: "Mas mãe, a gente só ganhou uma moeda e nós somos três!". Que talento para pedir dinheiro no sinal! Já têm profissão!!


Fomos para o hotel. Nosso quarto tinha uma escada com 3 camas no telhado e um quarto embaixo. Um banheirinho, uma salinha e uma geladeira ecológica! Com a falta de frigobar e afins, deixamos as comidinhas para o café da manhã, água e sucos na varanda. Como estava - 5o. lá fora, funcionou super bem!



No dia seguinte, as pistas estavam abertas e seguimos rumo a Argentire. Marido e Cléber foram esquiar e eu, Cris, Luiza e crianças fomos brincar! E muito! Levamos nossas pás, alugamos trenós, fizemos um forte, anjinhos, levamos bronca de todas as pessoas que trabalham na estação de esqui. Todo lugar que íamos com as crianças, vinha alguém para dizer que não podíamos ficar ali, pois se tratava de espaço privado. Depois que alugamos os trenós, perguntamos onde podíamos ir para brincar. O rapaz indicou uma direção. Quando chegamos, tinha uma descida bacana e ninguém por ali e começamos a escorregar. De repente, vem uma francesa gritando conosco. Isso mesmo, ela não veio falar com a gente, já chegou gritando para descermos que era lugar particular, que estávamos estragando a neve e gritava, gritava, gritava. Ah! A barraqueira que vive em mim ganhou vida e fui berrar com ela também. Eu tentava explicar que o rapaz da loja havia dito para irmos para lá. Ela não escutava. Eu comecei a gritar: "Listen to me! You are not listening to me!!!! It was not our idea! LISTEN TO ME!!!" Aí, ela ouviu. Outra pessoa chegou nesse momento e nos explicou educadamente que o lugar indicado pelo rapaz do trenó era ali perto, mas não era aquele. Ah, bom! Mas precisa chegar chegando? Odeio que me tratem como moleque! Fico com muita raiva! E grito em qualquer idioma que meu cérebro permirtir!


A montanha proibida

estragando a neve da montanha proibida!

Olha o mico!!
O que chamou nossa atenção em Argentiere foi a quantidade de pessoas querendo pegar o bondinho para ir para o alto. Como no dia anterior ninguém pôde aproveitar, nesse dia todo mundo foi para a montanha. Todo mundo encoxando todo mundo. Nada contra, muito pelo contrário, mas tô fora desse mega calor humano com pessoas desconhecidas. Ficamos na parte debaixo mesmo!



Depois, almoço e estrada! Final de semana bacana, com pessoas queridas, briga e muita brincadeira! Inesquecível!