25 de dezembro de 2012

O Rei

E, mais uma vez, teve o especial do Roberto Carlos...perguntei ao marido se ele sabia há quantos anos existe o programa e a resposta foi simples: sempre existiu! E eu concordei, pois desde que me entendo por gente, no período do Natal, tem o especial do Rei.

Aí, me lembrei de contar para o marido que eu, Sheyla, euzinha, já cantei com ele! Isso mesmo caro leitor! Eu já fiz coro para o Rei! Em 1986, ele esteve em Brasília para gravar um clipe no Congresso Nacional e a música era sobre crianças e meninos, sei lá. Algumas crianças, de algumas escolas, foram convidadas! Fomos cedinho para a esplanada, vestidos de branco (meu uniforme do Colégio Alvorada, no caso, com uma listra azul e uma vermelha). Passamos o dia andando e cantando lá, lá, lá, lá, lá.....Na hora do almoço, serviram um mixto frio e um copo de fanta. Marido meio incrédulo, ouviu a narrativa. Só que a internet é algo precioso demais! Não é que existe o tal clipe no YouTube?! Pronto! Nada de estória de pescador! Taí pra quem quiser ver: eu cantei com o Rei!!! Foi assim que começou minha carreira de cantora...só que não!


24 de dezembro de 2012

Ho Ho Ho

Toda vez que penso em Natal, lembro da Simone cantando com toda força: "Então bom Natal...e Ano Novo também, que seja feliz quem, souber o que é o bem." Essa musiquinha gruda na minha cabeça igual chiclete..e cansa, né não?

Já tive minha fase amo o Natal, odeio o Natal, sou indiferente ao Natal, Natal?! O que é isso?. Hoje acho que estou na fase meio amo, meio odeio. Acho que a data caiu num consumismo desenfreado e isso me irrita, mas também acho bacana as pessoas se desprenderem do dinheiro e pensar nos outros. Pronto. Decidido. Vou pensar só na caridade, paz, harmonia e amor que a data e envolve e vou escolher o lado do amo o Natal!

Hoje, privilegiadamente, teremos a chance de passar essa data com todos nossos familiares e isso, por si só, já fará com que o dia seja especial!  Dia de ouvir Simone até o ouvido cair. Dia de dar e receber presentes. Dia de comer e beber muito e só pensar na tal da barriga negativa (que descobri ser o novo must have desse verão - algo impossível, diga-se de passagem!) no próximo ano. Dia de esquecer birras, crises, problemas e só pensarmos naquilo que nos une. Dia de abraçarmos e sermos abraçados. Dia de abrirmos o coração e amar um pouco mais. Dia de acreditar naquilo que deixamos de acreditar há muito tempo. Dia de renovação!

Pra vocês que passam por aqui, meus sinceros votos de um FELIZ NATAL!



22 de dezembro de 2012

Uma casa pra chamar de minha

Eu já fui extremamente enraizada...daquelas que dizem "daqui não saio, daqui ninguém me tira", sabe? Mas mudei muito com minha Milão-experience! Tô longe de ser uma cidadã do mundo, mas que abri a mente para mudanças, abri. Principalmente, abri a mente e o coração para o conceito de lar que tanto acalentei durante anos de minha vida.

Sempre pensei que lar fosse aquele lugar conhecido, habitual, rodeado das pessoas que sempre fizeram parte da minha vida. Isso é lar sim, mas existem outras formas de lares. Outros princípios, outras maneiras, outros critérios que fazem a gente chamar de "casa" o lugar em que estamos. E, ao invés de me sentir "traindo" minhas raízes, me sinto evoluindo. Como pessoa, como mulher, como mãe, como cidadã. Vivenciar o desconhecido, o nunca antes apreciado, o estranho, é algo tão intenso, tão profundo que realmente nos muda e essa mudança, sinto informar aos que não gostam dela, é definitiva. Mas, é definitiva até que novas mudanças aconteçam porque, uma vez aberta a porta...ah! Impossível fechá-la!

Todo esse papo é por causa de um post que o marido colocou no Facebook. Quem acompanha o blog já sabe que estou em Brasília, a cidade na qual fui criada, cresci, amadureci (ou não! rsrsrsrs). É aqui que vivem meus pais, minha irmã, sobrinhas, sogros, amigas de uma vida toda, amigas de uma parte da vida, colegas de trabalho. Aqui tive meus filhos e quase todas minhas referências de vida! 

Cheguei em Brasília uma semana antes do marido e, na hora de embarcar para vir nos encontrar, ele escreveu: "saindo de casa ou voltando pra casa?". Minha primeira reação foi tentar escolher uma das opções dadas por ele. E, foi aí que percebi o quanto mudei. Senti falta de mais uma ou duas opção: "nenhuma das alternativas anteriores" ou "as duas alternativas anteriores"! E fiquei pensando: por que precisamos classificar nossas experiências? Por que devemos categorizá-las? Por conforto mental? Emocional? Talvez porque o que é definido se torna mais conhecido e, assim, mais fácil de lidar. Será? Por que temos tanta dificuldade em aceitar o novo? 

E o novo, nosso caso, é que não pertencemos mais a um só lugar. Nossa casa é lá e cá! È così! Simples assim...ou complexo assim, como queiram. Pois, se respondo que ele está saindo de casa, excluo toda a experiência e emoções vividas em Brasília. Se respondo que está apenas voltando pra casa, excluo toda uma vida de desafios, conquistas e novidades vividas na Itália. Nossa vida se expandiu, nossa mente também e, porque não, nossa casa?

Depois do primeiro impulso em responder também de forma categórica, escrevi a seguinte mensagem pra ele: "NUNCA exclua qualquer parte da sua vida! Todos os momentos, pedaços e lugares são importantes e fazem quem você é hoje! Brasília é sim sua casa onde você passou muitos anos, cresceu, trabalhou! Mas, sua casa também é o Rio de Janeiro da sua infância. Sua casa é na Barra das suas férias, primos e avós. E Milão é a casa da sua maturidade e desprendimento. Não tente responder a essa pergunta, pois CASA é onde você pode e deve ser feliz. E feliz você foi e é em todos esses lugares!! Somos privilegiados por temos várias casas e, todas elas, repletas de memórias, emoções e vida!"

E você? Está saindo, voltando ou nenhuma das anteriores? 

19 de dezembro de 2012

Brasil, meu Brasil Brasileiro

Eu e as crianças estamos em solo tupiniquim desde sexta-feira! Viemos passar o aniversário do meu pai e as festas de fim de ano por aqui. Marido vem depois, pois (como já disse) alguém realmente tem que trabalhar nessa família!

Quem pensa que viajar para o Brasil é só arrumar a mala, pegar o avião e vir, está muuuuito enganado. Nossa preparação começou dias antes com as compras dos presentes de Natal (família grande, muitas coisas pra comprar!), arrumação das roupas de verão que estavam todas guardadas desde a chegada do inverno europeu. Além disso, foram 7 dias fazendo o Rio de Janeiro caber dentro de Niterói, ou seja, 7 dias tentando colocar tudo dentro das danadas das malas. Pesa daqui, pesa dali. Pronto. 

Que nada. Nós voamos pela TAM e, da última vez que viemos ao Brasil, tínhamos direito a 2 malas de 32 kg cada um. Além dos 32 kg, a mala podia chegar a 40 kg e era possível/necessário pagar o excesso. Fomos para o aeroporto com 2 malas grandes (com mais de 32 kg cada), 2 médias com 30 kg cada e 1 pequena de mão. Na hora de pesar as malditas, a atendente, gentilmente, me informa que minha primeira mala estava com 36 kg. Respondi que sabia e peguntei se poderia pagar o excesso. Aí começou o problema. Tem uma regra que diz que quem voa Europa-Brasil-Europa tem direito a malas de 23 kg e não 32 kg que são só para quem voa Brasil-Europa-Brasil. Entendeu? Mas, a própria companhia pode autorizar o embarque de malas mais pesadas. Até aí, ok. Depois de muita conversa com o pessoal da TAM, que ficou compadecido com minha situação, foi autorizado o embarque das super-malas, mas...existe uma lei nova nos aeroportos europeus que diz que NENHUMA mala pode pesar mais do que 32 kg. Aí, veio o caos: "a senhora vai ter que remanejar o peso das malas!". Como assim?

O pessoal do check in me indicou uma lojinha que vende malas no aeroporto (acho que é a loja mais rentável do aeroporto de Malpensa!). Fui correndo pra lá, comprei a mala mais cara do mundo e voltei. Aí, a cena que se seguiu foi de filme de terror. Coloquei os malões no chão, abri e comecei a passar as coisas que estavam arrumadíssimas para a malinha-super cara-pequenina que eu havia comprado. Eu havia embalado algumas garrafas de vinho e de licor e sabia que eram elas o motivo de tanto peso...Rezei pra São Longuinho (aquele santo que acha as coisas) e comecei a enfiar as mãos na mala para achar as malditas garrafas! Só que, toda nossa roupa íntima estava na parte de cima. Linda a cena. Calcinhas, biquinis, sutiãs, cuequinhas voando de uma mala para outra em pleno aeroporto...Forrei a malinha com algumas roupas e fiz uma fileira de garrafas. Outra camada de roupas, mais garrafas, última camada de roupas e fechei a malinha. Incrível, ela pesou 15 kg!!!! E as outras ficaram com 32 e 31. Consegui! Vamos embarcar! Despede do marido. Dudu chorou pra caramba nessa hora. Administra choro da criança até o raio x. Passa pela polícia. Pronto. 

Voo quase tranquilo até Guarulhos. As crianças dormiram quase todo o tempo, mas como sacudiu um pouco, eu não dormi quase nada...Assisti a 4 filmes e li uma revista! Chegamos em Guarulhos às 4:40 da manhã. Acordei as crianças e fomos passar pela Polícia Federal e pegar as malditas malas. Peguei 2 carrinhos e comecei a empilhar nossa bagagem. Carrinhos com 3 malas cada. Pronto. Tínhamos, então, que sair do desembarque e despachar as malas, pois o check in para Brasília já havia sido feito. Agora quero ver quem sabe o que aconteceu....

As crianças ainda são pequenas e as malas pesadíssimas...quem foi que empurrou os dois carrinhos? Maestro Zezinho, uma nota. Primeiro tentei emparelha-los lado a lado. Impossível empurrar com uma mão um carrinho com mais de 60 kg...aí, pus um na frente, engatei o outro nele, empurrava com a barriga o de trás e segurava com as mãos o da frente para mantê-lo na direção certa. Visualizou? Duda e Dudu ainda resolveram discutir sobre quem iria sentar na janelinha no voo para Brasília nesse exato momento. E ainda estávamos usando roupas de frio, pois saimos de Milão com zero grau. Gente, resumindo em uma palavra: infeeeerrrrno! Eu mal conseguia respirar, suava em bicas e pedia paciência para as crianças, que faríamos um sorteio para a janelinha quando chegássemos no portão de embarque. Pegamos uma fila enorme para despachar as malas, mas pelo menos era a fila certa. Vi pessoas saindo do balcão com cara de desespero. Carreguei todas as malas para a esteira e fomos para o embarque. Raio x pela enésima vez e fomos para nosso portão. Gente, o que é aquele aeroporto de Guarulhos? Parecia uma rodoviária na década de 80. Pessoas dormindo pelo chão, filas gigantescas nos banheiros sem papel higiênico e sabão para lavar as mãos, lachonetes fechadas. O caos! E a pergunta que não quer calar: E como vai ser na Copa do Mundo? 

Bom, achamos nosso portão, mas as crianças estavam com fome. Fomos atrás de uma lanchonete. Achamos uma única aberta. Sentei as crianças e fui para a fila. Aí, veio o choque: como o Brasil tá caro! Meu Deus! Comprei 1 toddynho, 1 água mineral e 1 pão de queijo por R$ 17.50!!! Quase levantei as mãos quando a atendente me falou o valor, pois pensei que fosse um assalto! Comprei porque os pequenos estavam com fome, pois a vontade era de devolver. Um roubo!

Descemos para nossa rodoviária, ops, para nosso portão. Pegamos um ônibus e fomos para outro salão de embarque. O rapaz anunciou que não era necessário fazer fila, pois iriam embarcar por grupos descritos nos cartões de embarque. Coitado, foi solenemente ignorado. Todo mundo em fila e o pobrezinho gritava: Grupo A. E ia todo mundo. Grupo B. E ia todo mundo. Só eu, as crianças e uma outra senhora ficamos sentadas, esperando o coitadinho chamar o grupo D.

Embarcamos, as crianças cairam dormindo de novo. cada um numa perna. Tentei ler uma revista levantando os braços, mas estava impossível. Tentei lanchar, mas não podia abrir nenhuma das mesinhas ou encostaria nas crianças. Fiquei lá, esperando o tempo passar, sem me mexer. Desembarcamos e as crianças correram pra ver os avós que aguardavam ansiosamente do lado de fora. Peguei meus 2 carrinhos e fui esperar as famigeradas malas. Aí, veio um anjo caído do céu, com um carrinho gigante e disse que iria me ajudar com as malas! Quase chorei! Deus me enviou um carregador!

E em janeiro, tem tudo isso de novo!  Alguém quer ir comigo?

12 de dezembro de 2012

Dia de Ópera

Fomos eu e o marido assistir à La Boheme no Teatro alla Scala! Mas, como se trata da minha pessoa, é claro que não foi fácil chegar ao teatro....

A ópera começava às 20:00. Como marido trabalha lá perto, ele iria me encontrar na frente do teatro. Só eu que teria que me deslocar um pouco mais. Sem problema. Sou capricorniana, super planejada, pontual. Fácil. 

O que deu errado foi só o seguinte: estava chovendo e eu queria usar um vestido longo e um salto, pois imaginei que o povo daqui se arrumava para esses eventos. Aí, pensei cá com meus botões que seria inviável pegar o metrô de longo e salto, na chuva. Sem problemas, vamos acionar o plano B. Como não é possível circular de carro pelo centro de Milão antes das 19:30, resolvi pesquisei por estacionamentos bem perto do teatro para ficar rápido meu deslocamento depois que entrasse no centro. Achei um endereço no próprio site do Scala. Pronto. Coloquei no GPS e fui até a rua antes da área do centro que fica a exatos 1,3 km do tal estacionamento. Cheguei nessa rua às 19:26. Esperei até às 19:30 e entrei no centro. E quem disse que eu chegava no estacionamento? Depois de 15 minutos rodando pelas ruas mais estreitas do planeta, achei! Entrei e comecei a subir uma rampa em caracol sem fim...e subi e subi e subi até o 7o. andar!!! Nisso, marido já me ligava de 2 em 2 minutos dizendo que iam fechar as portas. Estacionei, peguei o elevador mais lento do mundo e cheguei no térreo. Quando vi onde tinha saído, percebi que o estacionamento era muuuuito longe do teatro. Uns 800 metros. Comecei, literalmente, a correr! E estava chovendo e eu estava de vestido longo e salto! Só lembrava daquelas propagandas de perfume e absorvente feminino em que a pessoa corre linda, leve e solta num salto 12 e com um vestido de calda...e olha, vou dizer uma coisa: correr de salto, com vestido longo, na chuva, não tem nada de glamouroso....

Não bastasse o desafio, marido começou a ligar de 1 em 1 minuto o que me deixava esbaforida. A esta altura, a escovinha do cabelo já estava morta e enterrada. Mas, havia luz no fim do túnel! Eis que, de repente, avisto o teatro. Todo iluminado, lindo...ninguém na porta...só o marido. Ele começou a gritar: Vem, Vem! O rapaz da porta me deixou entrar e a fechou. Pronto, cheguei! Vamos assistir a Ópera? Claro que não! 

Eles começaram pontualmente às 20:00 e eram...20:02!! Nos deixaram entrar e ficar no fundo do teatro. Só no 2o. ato poderíamos sentar...Marido ficou muito frustrado. Disse que devíamos ir embora. E eu disse que não saía dali nem amarrada. Ele saiu e foi para o bar que tem na entrada do teatro esperar o segundo ato e eu resolvi que veria La Boheme nem que fosse em pé e atrás dos fotógrafos que era onde nos colocaram. E gente, nesse momento, minhas pernas começaram a tremer e eu suava em bicas e nem conseguia respirar direito por causa da corrida e do stress...Só lembro de puxar o ar: AAAAAAHHHHH e tremer. A escova do cabelo? A essa altura eu parecia um leão! Peguei tanta chuva...Mas os efeitos da corrida foram passando e eu comecei a prestar atenção no espetáculo e ah!!! Eles me ganharam no primeiro ato. Que coisa linda! Até convenci marido a entrar e assistir em pé, lá no fundo, atrás de 3 fotógrafos e com mais 4 retardatários...

Nós não sabíamos, mas cada ato da ópera tem 20 minutos, ou seja, rapidinho terminou e nos encaminharam para nossos lugares. Sabe aonde eram? Na 2a. fila! Bem atrás da orquestra! Dava pra sentir o cheiro do maestro!


Ficamos lá, eu à la leãozinho e marido, de boca aberta. Que teatro lindo! Prestei atenção em cada detalhe e, começou o segundo ato. Gente, como ópera é triste...muito. Trágica a estória e não, não tem final feliz. Em La Boheme, a mulher morre no final. Tragédia....Ah! Dá pra entender tudo, pois na nossa frente tem um visor para acompanhar a música. Pode escolher em inglês ou italiano. Muito moderno. Confesso que sem ele, não teria entendido metade da cantoria.



La Boheme tem 4 atos e, entre eles, intervalos imensos. Nesses momentos é um burburinho só. O povo levanta, conversa, tira foto. Quase uma 25 de março...Estava lotado, inclusive os balcões. Amei a experiência, mas na próxima podia ser sem a parte inicial, né?



Lindão, né? Nasci pra frequentar lugares desse tipo! haha

11 de dezembro de 2012

Bodas de Cristal

Marido! Esse post é pra você! Só pra você, pois hoje é nosso dia! 15 anos! Já passamos pelas Bodas de papel, de algodão, acho que até das bolinhas de sabão ...e chegamos no cristal! Começou a ficar mais sólida essa relação! hehe 

Há 15 anos atrás começamos uma nova etapa de nossas vidas. Tomamos a decisão de formarmos uma família e seguirmos novos caminhos. Uma vida a dois....

Logo no início tivemos que aprender a lidar com as nossas diferenças, medos e incertezas. Afinal, as afinidades já conhecíamos. Várias vezes não falamos a mesma língua, não tivemos os mesmos desejos, não compartilhamos os mesmos pensamentos, nem os mesmos sonhos. Somos seres humanos repletos de fraquezas e defeitos. Mas, apesar das dificuldades e desafios, temos algo que nos une e que é maior e mais forte do que qualquer outra coisa: o amor! Nosso amor é maduro, forte. Nosso amor  respeita o outro, faz querer bem. Nosso amor não é de contos de fada, ele é real, precisa de atenção e de cuidados. E isso nós aprendemos a fazer. Nosso amor é tão concreto que todo mundo pode vê-lo. Basta olhar para as duas pessoazinhas maravilhosas que compartlham essa vida conosco, nos fazendo crescer e aprender a amar além dos nossos corações e mentes.

Chegamos aqui com muito esforço, muito trabalho, muita confiança e muito carinho. E tenho orgulho de nossa trajetória! É um grande prazer compartilhar a vida com você! 

E como hoje estou romântica e brega pra caramba, aí vai uma frase que li em algum lugar e que tem tudo a ver com o que sinto hoje:

"Assim como viver sem ter amor não é viver, não há você sem mim e eu não existo sem você". 

È così...semplicemente così... 

3 de dezembro de 2012

Domingo, eu vou ao Maraca...ops, ao Sansiro

Domingão combina com futebol, né? E aqui não podia se diferente. Resolvemos levar as crianças para ver Inter de Milão versus Palermo no estádio de Sansiro que fica no quintal aqui de casa. Jogo tranquilo, estádio não muito cheio, torcida animada. Perfeito para nossos pequenos.

Sentamos perto das esposas de alguns jogadores brasileiros e uma delas, mais nervosa durante o jogo, gritava e xingava o juiz, os jogadores que não passavam a bola, quem derrubava o marido dela etc...super normal pra quem tá acostumado a estádios de futebol. No meio da partida, numa jogada complicada, ela falou um palavrão bem alto. Dudu disse:

- Ei, você disse um palavrão e não pode falar palavrão.

Marido, para evitar uma saia justa, disse para o Dudu que falar palavrão no estádio pode, mas só dentro do estádio. Ele confirmou com o pai se podia mesmo. Duda também e aí começou a enxurrada de palavrões que eu nem imaginava que eles sabiam! E eles não paravam mais!!!

Marcello:  - Fuck! Fuck! Fuck! Fuck! Mãe, fuck quer dizer foda-se! Hahahahaha
Duda: - Porra! Porra! Porra! PORRA! Hihihihihi
Marcello: - Filho da puta! Fuck! Fuck! Foda-se! Hahahaha Adorei!
Duda: - Fodarse? O que significa isso?!

E aí?! Quem vai explicar pra criança?

23 de novembro de 2012

Presentinho

Se eu pudesse dar um presente para os italianos seria: sabonete e desodorante! Hoje o metrô estava impossível! E aí vem a pergunta que não quer calar: Por que meu Deus? Por que?


Nota da autora: é claro que não são todos os italianos que tem um cheirinho mais...ao natural, mas uma boa parcela da população bem que precisa de uma ajudinha.

11 de novembro de 2012

Rapidinhas...ui!

Em Zermatt, Duda arrumou uma bola de neve de estimação! Ela fez uma bola bem redondinha e carregava de um lado para outro. A bola se chama Laila. E Laila nos acompanhou por uma tarde inteira! Até que na hora de entrarmos no restaurante, Laila teve que ficar de fora. Não aceitavam bolas de neve lá dentro...Duda a arrumou bem bonitinha, num montinho de neve embaixo da placa do restaurante e disse que Laila estava feliz, pois estava voltando para casa! Eu posso com isso?

 
                                                            =================

Dudu sempre roeu unhas. Fazia mais de 3 anos que eu não cortava as unhas das mãos dele. Tentei conversar, explicar que não era bom pra ele. Nada. Quando eu via, já estavam todas roídas. Há 3 semanas, ele foi ao dentista e teve que desgastar os caninos por causa do aparelho. Um dia, fui olhar as unhas e elas estavam grandes! Enormes! E eu dei os parabéns por ele ter ficado sem roer. Ele respondeu bem tristinho: "Mãe, eu não consigo mais roer...eu roeva (misturando italiano com português) bem , mas depois que a dentista cortou meu dentinho, eu não consigo mais...você tá feliz agora, né mamãe? Muito feliz porque você vai cortar as minhas unhas né?" Aí, perguntei: "Não consegue mais de jeito nenhum, filho?" E ele: "Mãe, se eu tentar muito, eu consigo o dedão e o fura-bolo. Mas o mindinho, o maior de todos e...como é mesmo o nome desse aqui? Ah! E o seu vizinho não consigo mais...que pena né, mamãe?" 

Aprenderam o nome dos dedinhos? 


Interlaken

Foto: www.zurich.ibm.com



Interlaken significa "entre lagos". A cidade, super charmosa por sinal, fica entre dois lagos enormes: o Thun e o Birenz. Além deles, fica pertinho de uma das maiores cadeias montanhosas da Suíça. Sua localização garante turismo o ano todo. Mas, é no verão que a cidade "bomba" mesmo. Nos disseram que fica muito lotada, pois as pessoas aproveitam os lagos e as possibilidades de trilhas nas montanhas. 

A cidade é pequena, com aproximadamente 5.800 habitantes, cheia de canais, lojinhas e restaurantes. Mas, o que chamou nossa atenção foi a quantidade de turistas japoneses. A cidade estava lotada de  japoneses por todos os lados. Aliás, os japoneses dominaram a Suiça! É japa pra todo lado. Japa sozinho, japa em grupo grande, japa em grupo pequeno, japa novo, japa velho, japa adolescente, japa em família, japa para todos os gostos. Impressionante! Perguntei para o garçon de um restaurante o porquê de tantas pessoas de olhinhos puxados e ele me deu a seguinte explicação: a Suiça, como é muito cara, precisa atrair quem tem dinheiro. E quem tem dinheiro para gastar? Maestro Zezinho, uma nota. Japoneses! Aí, eles fazem marcação homem a homem lá na terra do sol nascente. Muita propaganda para atrair a galera com muito dindin. Entendeu a jogada?

Não vi um lugar em que não tivessem japoneses comprando e muito! Incrível!

Voltando ao nosso passeio...

Fomos para Interlaken porque lá fica a cadeia montanhosa de Jungfrau juntamente com a estação de Jungfraujoch, nada mais, nada menos do que a estação de trem mais alta da Europa, a 3.454 metros acima do nível do mar. Esse trem, o Jungfraubahn, é um dos passeios mais famosos da Suíça. O esquema é o seguinte: você chega à estação de Interlaken Ost, compra as passagens no guichê, entrega todo o seu dinheiro e pertences  e toma o trem em direção a Kleine Scheidegg. O percurso é circular e pode ser feito para a direita ou para a esquerda, ao gosto do freguês. Nós começamos pela direita, na estrada de Wengen e descemos pelo outro lado, por Gindewald.

Foto do site www.wazariblog.com

Existem várias paradas pelo caminho e é possível descer para conhecer as cidades. Em algumas, é necessário descer para fazer a baldeação. Na penúltima parada, trocamos de trem e o caminho quase todo é feito em túneis dentro da montanha. É tão alto que o trem fica muito inclinado. Dá até um friozinho na barriga. Dentro dos túneis, o trem para nas diversas janelas panorâmicas e os passageiros se acabam de tanto tirar fotos. As paisagens são maravilhosas e lá em cima tem neve o ano todo. Ah! E é muito frio!

1o. trem

2o. trem




3o e último trem

Lá em Jungfraujoch tem um tour com 8 etapas, tudo incluído no preço da passagem. São 2 terraços, um castelo de gelo muito bacana, uma parte bem infantil, um corredor que conta a história do local com fotos e como fizeram para vencer a montanha, tem uma homenagem às pessoas que morreram durante a construção da ferrovia (só tem italiano!) que durou 16 anos, um local de brincadeiras na neve (no dia emque subimos estava fechado). Além disso, tem 3 restaurantes e uma lanchonete. 




Fazia tanto frio e ventava tanto do lado de fora que quando eu sorri para essa foto, meus dentes encheram de gelo! Achei que eu fosse ficar de boca aberta pra sempre! Só pensava no desenho A Fuga das Galinhas em que eles falam de boca aberta o tempo todo:


Mas o efeito do botox passou rápido e voltei ao normal!




Dudu patinando no castelo de gelo

Essa é a vista do observatório Sphinx. tá vendo o terraço, na ponta esquerda da foto?
Na foto abaixo, estamos nele!

A nuvem deu uma licença rapidinha só para a montanha sair na foto
Demos muito azar, pois na hora em que subimos estava muito nublado. Não dava pra ver nada. Tudo branco. Um pena...nos disseram que dá pra ver até a Floresta Negra, na Alemanha. O pior foi que, quando começamos a descer, o tempo começou a abrir, mas só de pensar em subir tudo de novo...Ô Muphy dos infernos!

Platô na hora em que subimos

Platô num dia "normal"


Para subir, demoramos umas 2,5 horas. Ficamos umas 2 horas lá no alto e mais 2 horas de descida. Como ainda passeamos por Grindewald, o passeio durou o dia todo. É puxado, mas é muito diferente e lindo de viver! 


Início da descida

Esperando o trem


Grindewald

As crianças no parque em Grindewald
Chegamos em Interlaken e ainda fomos dar uma volta pela cidade, comer chocolate e jantar com nossos amigos japoneses!








Jantamos um foundue. Estava uma delícia, mas ainda achamos os rodízios de Gramado melhor! Ponto para o Brasil!

No próximo post minha nova paixão: Lucerna!

Suiça, baby!

Como já contei no post anterior, resolvemos aproveitar o feriado e visitar algumas cidades na Suiça. Nosso primeiro destino foi Zermatt. Nos preparamos bem, pois sabíamos que já estava nevando por lá. Trocamos os pneus do carro (pneus de inverno), tiramos os casacos pesados do armário, programamos o GPS e partimos. Ao programar o destino, a Marcella, nossa GPS, perguntou se gostaríamos de evitar estradas com balsas. Ãh??? Aí, pensamos que poderia ser interssante pegar um ferry boat e atravessar um lago ou rio. A paisagem deveria ser bacana. Colocamos NÃO EVITAR balsas e seguimos. De repente, Marcella avisa que chegamos na tal balsa. Minha primeira reação foi: mas...cadê a água?! Não tinha água. Não tinha rio, não tinha lago, não tinha mar (claro!). A "balsa" era, na verdade, um trem! Funciona assim: os carros entram enfileirados, quando dá a hora certinha, o trem parte e atravessa uma montanha. O trajeto é num túnel totalmente escuro, apertadinho e sem fim (20 minutos a travessia)! Para alguém com claustrofobia não deve ser uma sensação muito boa, não...mas nós tiramos de letra! De um lado do túnel é a Itália, do outro, Suiça. Pronto, chegamos!




Zermatt é uma cidade gracinha, que fica a 1.600 metros de altitude e com, aproximadamente, 6.000 habitantes. Trata-se de uma área livre de carros e motores. Isso mesmo. Há anos, a população decidiu que não entrariam mais carros na cidade. E, se algum engraçadinho resolver quebrar a regra, multa. E cara! O jeito é parar o carro em Tasch, uma micro cidade que fica a 5 km. Lá, existem muitos estacionamentos. Deixamos o carro no Freddy e pegamos um taxi que tem autorização para ir até a entrada da cidade, num estacionamento gelado. De lá, o taxista liga para o hotel e um carrinho elétrico vem buscar os hóspedes. O único tipo de carro que trafega pela cidade são os modelos elétricos. Garanto que o ar é bem mais limpinho por lá. Outra forma de chegar a Zermatt é de trem. Tem uma estação em Tasch e os trens saem a cada 20 minutos. Nessa brincadeira, nosso trajeto de pouco mais de 200 km foi percorrido em 4 horas! Difícil rodar de carro pela Suiça!



Fizemos o check in no hotel e fomos direto subir a montanha para conhecer o Matterhorn, uma das montanhas mais conhecidas dos Alpes. Ele tem 4.478 metros e domina a cidade pois, de qualquer ponto, é possível enxergar aquela montanha enorme de forma triangular. Lembram da embalagem do toblerone? Pois é, aquela montanha que tá na foto é o Matterhorn. Na verdade, não subimos no Matterhorn, mas chega-se bem pertinho dele. Para subir, é preciso pegar um mega teleférico. Gente, como é grande aquela estrutura. Eu, sinceramente, não faço ideia de como constroem coisas desse nível nas montanhas...muito complexo.

Nesse passeio, começamos a perceber como a Suiça é cara! Qualquer passeiozinho não sai por menos de 100 francos por pessoa! Choquei! Aliás, achei tudo caro por aquelas bandas. Aí, vem a pergunta que não quer calar: tostines vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais? Nós é que somos pobrinhos ou é caro mesmo? 

Voltando à montanha....marido tem medo de altura e o teleférico, simplesmente, se recusava a acabar. Pra piorar a situação, tava um vento digno de tornado. E aí, já viu, né? O negócio balançava, balançava. Marido suava frio e tentava não demonstrar medo para as crianças que, por sinal, adoraram o programa. 




Nosso destino final era o Glacier Paradise, a 3.883 metros. Tivemos que trocar de carrinho só uma vez. Para a subida final, as cabines que, inicialmente, são para 6 pessoas, ficam pra trás e é preciso pegar um bonde grandão, como o do Pão de Açucar do Rio. Foi uma hora para chegar até lá! Mas, a paisagem vale cada centavo de franco suiço e cada minutinho! Lindo demais!







Depois que você entra no bonde maior, a subida é pesadíssima. Tá vendo aquele pontinho na pedra láááá em cima? Pus um circulinho vermelho nele...Lá é o Glacier Paradise!


E o que tem pra fazer lá em cima? Ué, você passa frio! Tô brincando...lá tem pista de esqui, uma castelo de gelo, um bar quentinho (tomamos leite e chocolate quente!) e uma vista maravilhosa! Pode-se ver várias montanhas, inclusive a Monte Rosa que fica na Itália. Aliás, esse teleférico vai tão longe, que você entra numa parte da Itália. Coisa de doido! Lá em cima, perguntei ao condutor do bonde se ele sabia a temperatura. A resposta: - 10! Tá bom pra vocês?

O que as crianças mais gostaram foi o castelo de gelo. Um lugar diferente, geladinho, cheio de esculturas.





Achei lindo lá em cima, mas a sensação não é das melhores, não. A altitude é poderosa. Eu fiquei tontinha e bem ofegante. A pressão do marido subiu e ele teve um leve mal estar. Não é um passeio para fracos! E aí? Vão encarar?

Começamos a descida e Marcello apagou. Dormiu a volta toda. E Duda tagarelou o tempo todo. 

Já lá embaixo, fomos dar uma volta pela cidade. Brincar na neve é o passatempo predileto dos meus filhos nesses passeios. Por onde passavam, catavam um pouquinho. Até guerra de bolinhas fizeram e o marido quase acertou num cachorro suiço. Pensei que ele fosse ser preso...




Passeamos pela cidade antiga, um local cheinho de casas construídas no século XVI. Muuuito bacana. Eu adorei. E chegamos até a ruazinha principal, cheia de restaurantes e lojinhas. Uma graça, mas tudo muito caro. Pra não dizer que não compramos nada em Zermatt, eu comprei um imã de geladeira e marido, um copinho de licor. Só. 




A cidade estava bem vazia e vários negócios fechados. Era feriado de finados e, mesmo começando a temporada de neve, a cidade pára. Até o Museu do Matterhorn estava fechado...Depois do jantar, banho e cama.

No dia seguinte, acordamos com neve caindo do céu! Lindo, lindo. Fomos dar uma volta antes de seguirmos viagem para Interlaken. Fomos à igrejinha da cidade, voltamos na cidade antiga, passeamos na rua principal, mais guerrinha de neve e já era hora de pegar a estrada de novo.








Ao programarmos o GPS, a Marcella perguntou de novo se gostaríamos de evitar balsas. Como já sabíamos do que se tratava, marcamos SIM, EVITAR BALSAS! E fomos. Passamos pela tal balsa, demos um tchau e achávamos que tínhamos ganho a batalha, mas...no meio do caminho tinha uma montanha. Começamos a subir. E o nível de neve na estrada também. E a estrada estava deserta. E, de repente, um bloqueio. Sério. fecharam por causa da neve. Como havíamos visto que faltavam 15 minutos para a balsa sair, demos a volta e marido começou a correr na montanha cheia de neve ou só pegaríamos a próxima balsa 1,5 hora depois. Gente, me senti num filme de James Bond. Estrada sinuosa, cheia de neve, a mil! Preferia que fosse o filme da Pequena Sereia...





Definitivamente, viajar de carro na Suíça é um desafio!

Próximo post: Interlaken!