19 de dezembro de 2012

Brasil, meu Brasil Brasileiro

Eu e as crianças estamos em solo tupiniquim desde sexta-feira! Viemos passar o aniversário do meu pai e as festas de fim de ano por aqui. Marido vem depois, pois (como já disse) alguém realmente tem que trabalhar nessa família!

Quem pensa que viajar para o Brasil é só arrumar a mala, pegar o avião e vir, está muuuuito enganado. Nossa preparação começou dias antes com as compras dos presentes de Natal (família grande, muitas coisas pra comprar!), arrumação das roupas de verão que estavam todas guardadas desde a chegada do inverno europeu. Além disso, foram 7 dias fazendo o Rio de Janeiro caber dentro de Niterói, ou seja, 7 dias tentando colocar tudo dentro das danadas das malas. Pesa daqui, pesa dali. Pronto. 

Que nada. Nós voamos pela TAM e, da última vez que viemos ao Brasil, tínhamos direito a 2 malas de 32 kg cada um. Além dos 32 kg, a mala podia chegar a 40 kg e era possível/necessário pagar o excesso. Fomos para o aeroporto com 2 malas grandes (com mais de 32 kg cada), 2 médias com 30 kg cada e 1 pequena de mão. Na hora de pesar as malditas, a atendente, gentilmente, me informa que minha primeira mala estava com 36 kg. Respondi que sabia e peguntei se poderia pagar o excesso. Aí começou o problema. Tem uma regra que diz que quem voa Europa-Brasil-Europa tem direito a malas de 23 kg e não 32 kg que são só para quem voa Brasil-Europa-Brasil. Entendeu? Mas, a própria companhia pode autorizar o embarque de malas mais pesadas. Até aí, ok. Depois de muita conversa com o pessoal da TAM, que ficou compadecido com minha situação, foi autorizado o embarque das super-malas, mas...existe uma lei nova nos aeroportos europeus que diz que NENHUMA mala pode pesar mais do que 32 kg. Aí, veio o caos: "a senhora vai ter que remanejar o peso das malas!". Como assim?

O pessoal do check in me indicou uma lojinha que vende malas no aeroporto (acho que é a loja mais rentável do aeroporto de Malpensa!). Fui correndo pra lá, comprei a mala mais cara do mundo e voltei. Aí, a cena que se seguiu foi de filme de terror. Coloquei os malões no chão, abri e comecei a passar as coisas que estavam arrumadíssimas para a malinha-super cara-pequenina que eu havia comprado. Eu havia embalado algumas garrafas de vinho e de licor e sabia que eram elas o motivo de tanto peso...Rezei pra São Longuinho (aquele santo que acha as coisas) e comecei a enfiar as mãos na mala para achar as malditas garrafas! Só que, toda nossa roupa íntima estava na parte de cima. Linda a cena. Calcinhas, biquinis, sutiãs, cuequinhas voando de uma mala para outra em pleno aeroporto...Forrei a malinha com algumas roupas e fiz uma fileira de garrafas. Outra camada de roupas, mais garrafas, última camada de roupas e fechei a malinha. Incrível, ela pesou 15 kg!!!! E as outras ficaram com 32 e 31. Consegui! Vamos embarcar! Despede do marido. Dudu chorou pra caramba nessa hora. Administra choro da criança até o raio x. Passa pela polícia. Pronto. 

Voo quase tranquilo até Guarulhos. As crianças dormiram quase todo o tempo, mas como sacudiu um pouco, eu não dormi quase nada...Assisti a 4 filmes e li uma revista! Chegamos em Guarulhos às 4:40 da manhã. Acordei as crianças e fomos passar pela Polícia Federal e pegar as malditas malas. Peguei 2 carrinhos e comecei a empilhar nossa bagagem. Carrinhos com 3 malas cada. Pronto. Tínhamos, então, que sair do desembarque e despachar as malas, pois o check in para Brasília já havia sido feito. Agora quero ver quem sabe o que aconteceu....

As crianças ainda são pequenas e as malas pesadíssimas...quem foi que empurrou os dois carrinhos? Maestro Zezinho, uma nota. Primeiro tentei emparelha-los lado a lado. Impossível empurrar com uma mão um carrinho com mais de 60 kg...aí, pus um na frente, engatei o outro nele, empurrava com a barriga o de trás e segurava com as mãos o da frente para mantê-lo na direção certa. Visualizou? Duda e Dudu ainda resolveram discutir sobre quem iria sentar na janelinha no voo para Brasília nesse exato momento. E ainda estávamos usando roupas de frio, pois saimos de Milão com zero grau. Gente, resumindo em uma palavra: infeeeerrrrno! Eu mal conseguia respirar, suava em bicas e pedia paciência para as crianças, que faríamos um sorteio para a janelinha quando chegássemos no portão de embarque. Pegamos uma fila enorme para despachar as malas, mas pelo menos era a fila certa. Vi pessoas saindo do balcão com cara de desespero. Carreguei todas as malas para a esteira e fomos para o embarque. Raio x pela enésima vez e fomos para nosso portão. Gente, o que é aquele aeroporto de Guarulhos? Parecia uma rodoviária na década de 80. Pessoas dormindo pelo chão, filas gigantescas nos banheiros sem papel higiênico e sabão para lavar as mãos, lachonetes fechadas. O caos! E a pergunta que não quer calar: E como vai ser na Copa do Mundo? 

Bom, achamos nosso portão, mas as crianças estavam com fome. Fomos atrás de uma lanchonete. Achamos uma única aberta. Sentei as crianças e fui para a fila. Aí, veio o choque: como o Brasil tá caro! Meu Deus! Comprei 1 toddynho, 1 água mineral e 1 pão de queijo por R$ 17.50!!! Quase levantei as mãos quando a atendente me falou o valor, pois pensei que fosse um assalto! Comprei porque os pequenos estavam com fome, pois a vontade era de devolver. Um roubo!

Descemos para nossa rodoviária, ops, para nosso portão. Pegamos um ônibus e fomos para outro salão de embarque. O rapaz anunciou que não era necessário fazer fila, pois iriam embarcar por grupos descritos nos cartões de embarque. Coitado, foi solenemente ignorado. Todo mundo em fila e o pobrezinho gritava: Grupo A. E ia todo mundo. Grupo B. E ia todo mundo. Só eu, as crianças e uma outra senhora ficamos sentadas, esperando o coitadinho chamar o grupo D.

Embarcamos, as crianças cairam dormindo de novo. cada um numa perna. Tentei ler uma revista levantando os braços, mas estava impossível. Tentei lanchar, mas não podia abrir nenhuma das mesinhas ou encostaria nas crianças. Fiquei lá, esperando o tempo passar, sem me mexer. Desembarcamos e as crianças correram pra ver os avós que aguardavam ansiosamente do lado de fora. Peguei meus 2 carrinhos e fui esperar as famigeradas malas. Aí, veio um anjo caído do céu, com um carrinho gigante e disse que iria me ajudar com as malas! Quase chorei! Deus me enviou um carregador!

E em janeiro, tem tudo isso de novo!  Alguém quer ir comigo?

5 comentários:

  1. ai que deliciaaaaaaaaaaa Brasil eu queria ir junto sim ehheheh sem volta ehehhe,mas è verdade qto nos ficamos sem ir no brasil por um tempo a hora que voltamos parece tudo caro heheh tive esta mesma impressao!Mas menina que delicia passar ano novo no calorzao ai aproveita mesmo!!!E um bom natal a vce e sua familia!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Pode deixar que vou aproveitar!! Um Feliz Natal e um Ano Novo maravilhoso pra vc!! Bj

      Excluir
  2. Não posso deixar voce "acreditando em papai Noel". Fui eu que perguntei pro vigilante da porta de saida do desembarque se tinha carregador lá dentro. Ele disse que sim e mostrou o cara. Pedi pra ele deixar Duda entrar novamente no desembarque pra indicar ele pra mãe. Ele foi gentil e deixou. Aí Duda fez o resto. Apresentou o carregador a voce..... Eu fui o dedo de Deus....

    ResponderExcluir
  3. Não dá pra comparar preço no Brasil com os praticados por Guarulhos. É o aeroporto mais caro que conheço!!! Cheguei de Milão morrendo de fome, e não tive coragem de comprar comida em nenhuma das DUAS lanchonetes. Aliás, absurdo um aero internacional em sampa ter apenas dois lugares pra se comer.

    Quanto ao embarque, isso é em qualquer lugar. O carinha diz que cada grupo vai ser chamado, mas o povo ignora, faz aquela muvuca. Acho uma pobreza! Até tentei fazer a fina na ida pra Itália e deixei os desesperados entrarem todos antes de me levantar, mas com isso fiquei sem espaço pra colocar minha mala de mão no avião, vê se pode! Eu e a menina que viajou do meu lado ficamos sem espaço no porta bagagem da NOSSA fileira. Povo é muito mal educado.

    ResponderExcluir