27 de julho de 2012

Parabéns!

Esqueci de contar como foi a hora do parabéns....

Todo ano faço um bolo para cada um. Cantamos parabéns primeiro para a Duda, pois ela nasceu primeiro e depois para o Dudu que chegou 3 minutos depois.

Mantivemos a tradição e começamos com a Dudinha, mas como haviam algumas crianças italianas, algumas brasileiras, uma indiana e uma francesa cantamos assim : primeiro em italiano, depois em inglês e o grand finale em português. Aí, fizemos a mesma coisa com o Dudu. Foram 6 parabéns! Um recorde na história dos aniversários de crianças!

Vamos para a festa?

Nossas contas:

Aluguel do parque: 100 euros
Balões: 30 euros
Comidas: 50 euros
Deixar 2 criancinhas muito felizes: não tem preço!

Propaganda gratuita do mastercard, a gente vê por aqui!

E antes de contar TODOS os detalhes, já aviso: foram muitas emoções, muita ralação, muito calor, muita diversão, muitas alegrias! 

O dia começou agitado, pois Duda estava tão excitada que não dormiu direito. E, quando você lê: Duda não dormiu direito, entenda que Duda não dormiu e não deixou ninguém dormir direito! 

Fui cedinho para o fogão (essa vida de Amélia!) fazer uns docinhos extras, pois estava com medo que a quantidade que encomendei não fosse suficiente (isso sempre acontece)....fiz uns casadinhos no copinho que estavam deliciosos! Mas não tão bonitos, pois tive um contratempo e não consegui colocar o brigadeiro nos copinhos malditos enquanto ainda estava morno....já tentou colocar brigadeiro frio nos copinhos malditos? É muito difícil, pois simplesmente o brigadeiro luta contra você. Você quer que ele entre no copinho, mas ele não quer entrar e, normalmente, quem ganha essa batalha é o brigadeiro!

Depois do sufoco inicial, fui me organizar para deixar toda a tralha pronta para levar para o parque. Na noite anterior, marido foi comigo levar a bebida, pois estou com uma inflamação no ciático (a velhice é f***) e não posso carregar peso...Sobraram pra mim as coisinhas de decoração, os pratinhos, copinhos etc. Coisa leve, mas muita coisa. 

Arrumei a criançada cedo, pois eles ficaram na casa da Cris até a hora da festa. Foi o único modo que encontrei para fazer tudo o que precisava antes: pegar os enroladinhos de salsicha, os balões, arrumar tudo no parque.

Cheguei na Ippolandia, local escolhido pelas crianças para a festinha, e não tinha como entrar de carro. Por isso, estacionei na porta, num local proibido, e comecei a carregar as coisas. Gente, foram 4 viagens. As guirlandas eram finas, mas compridas e, na entradinha do parquinho tinha um ventinho encanado....a cena era rídicula: eu segurando 2 guirlandas de 2 metros cada, de saia, bolsa e uma caixa cheinha de tralhinhas. O vento bateu, a saia subiu, a guirlada entortou e eu quase voei! No final, deu tudo certo. Só havia a nossa festinha ontem e o parque era quase exclusivo. Lá, podem acontecer até 6 festas ao mesmo tempo. Cada pessoa que aluga o espaço-festa tem direito a 2 tendas com 8 mesas e vinte cadeiras. Escolhi a mesa 4 quando fui alugar o espaço, mas quando cheguei lá, a tendinha da mesa 4 estava preta. Tinha chovido na noite anterior e essa é a única mesa que fica totalmente embaixo de árvores (motivo pelo qual a escolhi). Como havia um bom tempo que não chovia, toda poluição e sujeirinha dos céus cairam aonde? Na tenda da mesa 4!

Falei com o responsável se poderia trocar de mesa. Ele me olhou com cara de "como assim?! Isso não existe por aqui. Já colocamos os nomes nas tendas". Aí, ele disse que iria resolver meu problema. Gente, a criatura me chega com uma esponja dessas de lavar prato e um desengordurante. Espirra num pedacinho da tenda e começa a esfregar!!!!! Impossível! Uma tenda de 2 X 2 e ele com uma esponjinha?! Ai, meus sais! Aí, já não pedi mais, só informei que iria mudar de mesa e que gostaria que ele trocasse os nomes pra mim. Não é que funcionou?! Ele nem questionou. Guardou a esponja no bolso e trocou os nomes.

Arrumei daqui, dali e às 16:30 a Cris chegou com as crianças. Estavam eufóricos. A moça que fez os salgados e os bolos chegou às 17:00 junto com os convidados. Aqui, as pessoas chegam na hora certinha. Impressionante. Às 17:10 já estavam todos os convidados na festa! O paraíso pra mim! Menos o marido que estava no trabalho e chegou beeeem mais tarde!

Algumas mães só deixaram os filhos e voltaram para buscá-los depois. Outras, as mais chegadas, ficaram todo o tempo. E se maravilharam com os salgados e doces brasileiros. Aliás, começaram pelo doce! Depois foram para os salgados, depois voltaram para os doces e TODAS sairiam com um pratinho na mão! Coisa inédita por aqui. Uma pediu para levar uns doces para o marido experimentar. A outra pediu doces e salgados. A outra levou até bolo! Como eu sou exagerada mesmo, dava para todo mundo!

Tinha coxinha, risole, esfirra, empadão de frango, bolo, brigadeiro, casadinho, beijinho, mousse de maracujá e bombom de morango. Duda pediu que eu comprasse pipoca, batata chips e marshmellows (é assim que escreve?) e foi prontamente atendida! Ah! E a bebida estava gelada! 

Das 12 crianças confirmadas, 2 não foram (Nossa! Parece relatório de pesquisa!). Ficamos com 10 crianças e foi ótimo! Brincaram até às 21:30!!

Depois da arrumação, rumamos para a casa. Achei que as crianças fossem capotar depois do banho, mas não...foram abrir os presentes! Que farra! Dudu ganhou um spray que sai a teia do homem aranha! Quase meia noite e o moleque estava na varanda jogando teia no condomínio. Duda pintou canecas e fez bijouterias! Meia noite decretei: CAMA!!! E foi assim que acabou o nosso 26 de julho. Dia do nascimentos dos meus filhos, as pessoinhas que mais bagunçam a minha vida, mas as que mais me dão prazer! Agora, fotinhos pra vocês verem como foi a farra!


















E que venham os 8, os 9, os 10, os 100 anos!!

25 de julho de 2012

E a danada chegou

Toda vez que faço uma festinha tenho uma crise de "ninguém vai vir na minha festa". Sempre tive isso. Pode ser festa para 20 ou 150 pessoas, sempre acho, na véspera, que não virá ninguém. Aí, começo a ligar desesperadamente para algumas amigas, mando SMS perguntando: Você vem, né?, um desatre. Minha irmã, Luciana Queiroz e Ivana que o digam, pois elas são as primeiras a receberem um telefonema meu na véspera de um evento! Pois bem, achei que estaria imune a essa crise por aqui e .....não é que a danada apareceu.

Gente, sério, acho que não vai vir NINGUÉM na festa das crianças!

24 de julho de 2012

Meu nome é concisão ou não

Eu falo pra caramba. Falo pelos cotovelos como diria minha avó. Sempre fui muito conversadeira e tagarela.  Marido que o diga. Só perco para uma vizinha que eu e meus pais tínhamos lá na 714, uma figura. Íamos sempre almoçar na casa dela e, ao final, quando já estávamos no carro, ela se debruçava na janela aberta e disparava a falar....e falava, falava. Lembro de, várias vezes, meu pai sair com o carro bem devagarzinho e ela atracada na janela, ia andando e falando....não largava a janela por nada nesse mundo! 

Aqui, aprendi a ser um pouquinho mais concisa em razão da dificuldade inicial com os idiomas. Acho realmente que melhorei muito. Troco coisas nas lojas e em supermercados sem explicar a minha vida. Tá certo que agora, mais de um ano depois, já me arrisco em conversas mais longas, papos no telefone e e-mails em inglês e italiano, mas sou, definitivamente, uma pessoa mais objetiva. Eu achava.....

Outro dia, uma amiguinha indiana da Duda estava aqui em casa e a mãe, que só fala inglês, me enviou um SMS perguntando se estava tudo bem. Olha a minha resposta:

- Está tudo ótimo! Elas já brincaram com as Barbies e fizeram comidinha para as bonecas com arroz e macarrão. Já lancharam. A fulaninha não quis comer fruta, mas adorou a pizza, tomou suco e comeu um muffin. Agora, elas estão desenhando e colorindo. Fique tranquila. Elas estão se divertindo.

Ontem, foi a vez da Duda ir para a casa da indiana. No meio do dia, mandei um SMS perguntando se estava tudo bem. Olha a resposta:

- yaaa

Ainda tenho muuuuuito o que aprender!

20 de julho de 2012

Dia de Turista

Toda vez que recebemos amigos ou familiares rolam alguns programinhos básicos! A galera chega cheia de vontade de conhecer Milão e as redondezas! Aliás, as pessoas têm quase certeza de que trabalhamos com turismo por aqui, pois o que mais ouvimos quando chega alguém é: "E aí?! Vamos conhecer o que hoje? O que vocês indicam?". Sempre escolhemos um final de semana para passear com as visitas e, durante a semana, os hóspedes se "viram" um pouco mais sozinhos, pois temos trabalho (o marido), escola (as crianças) e a casa (eu) para tocar. 

Muito espertamente, Paula, Lécio e Manuela vieram no período de férias das crianças e estávamos bem mais disponíveis para os passeios pela cidade e arredores. Nosso primeiro dia foi pelo centro de Milão. Demos muita sorte, pois nesse período os dias costumam ser muito quentes, mas nesse, especificamente, não. Estava nublado e sem chuva, ou seja, excelente para caminhar pela cidade.

Vou fazer um diarinho do dia que já serve como roteiro para os nossos próximos hóspedes e memória para meus pequenos, pois esse blog serve para isso também! 

1. Castello Sforzesco e Parco Sempione

Como bons turistas, pegamos o metrô e descemos na estação de Cairolli Castello, pois nossa primeira parada foi no Castello Sforzesco. O Castello é um dos principais símbolos de Milão. Foi construído no século XV por Francesco Sforza, então Duque de Milão. Ele foi construído a partir do que sobrou de um forte do século XIV. Seus jardins, fontes e torres são muito bonitos e são parada obrigatória para quem está conhecendo a cidade. Lá dentro existe um Museu com várias obras de arte. A principal delas é a Pietà de Rondanini, de Michelangelo que não conseguiu terminá-la antes de morrer. 






O Castello está em reformas (eternas, diga-se de passagem...). Sua torre central está coberta por tapumes o que deixa as fotos "desabonitadas" como diz uma amiga. Não sabemos ao certo o motivo, mas a reforma começou após a série de terremotos que aconteceram no norte da Itália este ano. 

Atravessamos até chegar na parte de trás onde fica o Parco Sempione, o principal parque público de Milão. Ele foi inspirado nos parques franceses. Tem lagos, bosques, jardins cheios de gente. No fundo do parque, fica o Arco della Pace, que era a entrada da cidade durante o domínio napoleônico na Itália. A pedido de Napoleão, o arco foi construído exatamente na direção de Paris. Aproveitamos a paradinha para tomar um sorvete e apreciar a vista.





2. Via Dante


Continuamos nosso passeio pela Via Dante, uma rua só para pedestres que eu adoro! Ela é cheia de lojinhas, restaurantes e cafés. Marido trabalha nessa rua e aproveitamos para passar por lá para uma visitinha!




3. Duomo


O Duomo ou a Catedral de Milão é o marco zero da cidade. É a mais importante e grandiosa obra da arquitetura gótica da Itália. E eu adoro! Sempre que posso, desço na estação Duomo só para dar uma "espiadinha" na Igreja. Acho que faz bem à alma!


Algumas curiosidades: sua construção em 1386 e terminou mais de 400 anos depois, em 1813. Ele é todo feito em mármore branco. Tem 157 metros de comprimento, 109 de largura e 136 torres pontiagudas. No interior, cinco naves são divididas por 40 pilares gigantescos. As laterais são todas feitas de vitrais que filtram a luz do sol e dão um colorido no ambiente. No ponto mais alto, encontra-se a Madonnina, a estátua da Madonna de Milão. Na parte mais alta, em cima do altar, tem uma luzinha vermelha sempre acessa. Reza a lenda que um dos pregos usados na crucificação de Cristo está lá. Se é verdade, não sei, mas que dá um arrepio só de olhar, dá.








Quando cheguei a Milão, encontrei o blog de uma família de São Paulo que veio passar 2 anos aqui. Eles já estavam quase de malas prontas para retornar ao Brasil quando entrei em contato com eles...uma pena. O que me restou foi ler todo o blog para pegar dicas da cidade. Li o seguinte trecho num post sobre atrações turísticas (parecido com esse que você está lendo, mas sem as experiências pessoais que são o charme e a modéstia do meu bloguinho, né?):

"Os policiais são rigorosos na entrada da igreja e não deixam ninguém entrar com joelhos e ombros a mostra e decotes exagerados. Bermudas curtas, short, minissaia, vestido de alcinha, camiseta regata não entram mesmo. Nem adianta tentar. Portanto, escolha peças de roupa comportadas. Como esse é o principal ponto turístico da cidade, tem a presença dos inconvenientes caça-turistas-desavisados oferecendo pulseirinhas e milho para dar aos pombos. Ignore-os e fuja!"

Você vão ver como seguimos todas as dicas:



Muito milho comprado dos caça turistas desavisados!
Paula, Lécio e Manuela subiram no Duomo. Meus filhotes não quiseram e eu não insisti. Eu já subi uma vez e é uma visão panorâmica da cidade bem bacana. Além do que, é possível observar por vários ângulos diferentes detalhes da arquitetura da catedral. Dá para subir a pé (200 degraus) ou de elevador. Meus hóspedes escolheram o elevador!



4. Galeria Vittorio Emanuelle

Eu adoro esse local. A arquitetura é linda, o piso é um espetáculo, as lojas são para babar, cheia de restaurantes, cafés, um hotel de luxo e ainda tem um saco de um touro para você pisar e ter sorte a vida toda! Sejam bem vindos à Galeria Vittorio Emanuelle!




Um parêntese para contar uma coisa que aconteceu com meus pais: um dia, minha mãe resolveu que ia passear por toda a galeria e meu pai, que não tem paciência alguma para esses programas, a acompanhou. Para não se cansar e deixar minha mãe à vontade, ele se sentou num dos cafés da galeria enquanto ela apreciava as lojinhas básicas que existem por lá. Depois de uma hora, ela voltou e ele já havia tomado alguns lemoncellos e um conhaque para passar o tempo. Ela sentou ao lado dele e disse:

- Vi uma bolsa linda naquela loja! Linda!

Ele, bem alegrinho por causa do alcool, bateu a mão na mesa e disse:

- Pois vou comprar agora uma de presente pra você!

Ela ficou sentada, olhando incrédula, enquanto ele se dirigia à Gucci! Chegando lá, ele pediu a atendente:

- Quero saber quanto custa esta bolsa?

A atendente:

- 3.000 euros.

Ele decidido:

- Ok. Muito obrigado. 

E voltou para a mesa onde estava minha mãe!

Eu quase chorei de tanto rir quando eles me contaram!!

Fecha parêntese.

Atrás da galeria, fica o Teatro alla Scalla, um dos mais famosos do mundo. Nele, já se apresentaram nomes como Maria Callas e Verdi. Eu nunca entrei. Só dei uma espiadinha por uma porta que estava aberta na lojinha do teatro. E meu pareceu uma coisa de outro mundo de tão lindo. Do lado de fora, me frustrei um pouco. O prédio não é tão maravilhoso assim.... Ao lado do teatro funciona o Museo Teatrale alla Scalla, que expõe objetos ligados ao teatro, fotos e pertences de artistas.



5. Corso Vittorio Emanuelle

Seguimos nosso passeio pelo Corso Vittorio Emanuelle, outra rua só para pedestre, cheinha de lojas, lojinhas e lojões, cafés e restaurantes. Cheia de pessoas indo e vindo, repleta de vida! Adoro!

Nessa hora, as crianças já estavam cansadas e a única coisa que as mantinha firmes no propósito de chegar até o fim foi a promessa de entrarmos na Disney Store. Isso mesmo, comprei meus filhos!

A máquina fotográfica do Lécio já dava sinais de cansaço também e não temos mais fotos para mostrar do resto do dia. Entramos em alguns lugares para Paula fazer a festa, sentamos num café e pagamos muito caro por um chopp, e andamos até San Babilla, outra estação de metrô que fica no famoso Quadrilátero da Moda que será assunto de outro post, pois esse aqui já está muuuuito grande e sei que já tenho leitores dormindo...

No dia seguinte, fomos ao Gardaland, mas acho que esse vocês já conhecem, não é?

19 de julho de 2012

Furador é furador...ou não?

Tenho uma amiga, a Manuela, que está me ajudando com algumas coisinhas para a festa das crianças. Ela mora no Brasil e fez os convites virtuais pra mim. Aí, no dia seguinte após ter me enviado os convites, ela sugeriu fazermos umas tags para eu colocar nos docinhos e nas lembrancinhas. Lógico que aceitei a oferta!

E ela é profissional nesses assuntos de papéis, cores, texturas etc. Olha o papo que rolou pelo facebook ontem à noite:

amiga: Amiga, qual é o tamanho do seu furador? Mede com uma regua o raio dele? Ou seria o diâmetro? De uma ponta a outra...

eu:  Meu furador é normal, daquele antigos. Da época em que só existia um tamanho! Acho que é tamanho padrão para fichário! Não tem como medir o raio/diâmetro. Essa informação ajuda??

amiga: HÃAAAAAAAAAAAAAAAAA... Eu pergunto se você tem furador e você me diz que tem um para fichário??!!!!!!!!!!!!! Minhas amigas de scrap vão morrer de desgosto quando eu contar isso!!!!!!!!! Furador, Sheyla! Sheyla, Furador!

eu: Nossa! Que chique! Não, isso eu não tenho....O que tenho pra te oferecer é um furador cinza que meu pai me deu quando eu comprei meu primeiro fichário, na 8a. serie!! Mas serve, ele faz circulinhos bons! E pequenos, eu acho. Serve? Porque aqui é difícil de achar...as papelarias são pobres de marré marré!

amiga: Nem pensar... Isso serve apenas como furador de confete!!! Veja aí então... Ou vc corta na mão (ninguém merece), ou eu faço eles quadrados!!! :-)))


Essa festa vai ser um arraso! Vai ter até confete!


17 de julho de 2012

Festa ou parto?


Gente, estou encarando um dos maiores desafios vividos em Milão até agora! Sabe o que? Fazer a festinha de aniversários dos meus filhos. Como é difícil....

As crianças se recusaram a antecipar ou adiar o aniversário. Resolveram que iriam comemorar na data certa, 26 de julho. Expliquei para eles que o pessoal viaja muito por aqui nesse período e que só alguns amiguinhos apareceriam, mas não teve jeito, estavam decididos.

Com a data definida, partimos para a escolha do local. Eles escolheram um parquinho de diversões em que é possível "alugar" um espaço para aniversários. São duas tendas com 8 mesinhas e 20 cadeiras. Aí, funciona assim: você pode decorar (se quiser), trazer comida (se quiser) e bebidas (se quiser). Eles oferecem esse espaço, duas faixas escritas buon compleanno e, tchan tchan tchan, 12 balões!! Isso mesmo que você acabou de ler, caro leitor: DOZE balões! Ou SEIS balões por aniversariante, se você preferir!

Quem me conhece a mais tempo sabe o quanto levo a sério esse negócio de aniversário. Pra mim, festa só é festa com decoração, muita comida, muita bebida, convite impresso, centrinho de mesa, mesa de guloseimas, lembrancinha e diversão. Sei que exagero às vezes, mas eu gosto mesmo desse negócio! Para terem uma ideia, no aniversário de um aninho das crianças, resolvi que o tema seria fazendinha, pois servia para os 2 e eles adoram bichinhos. Sabe o que foi o enfeite de mesa (coisa que italiano nunca ouviu falar!)? Potinhos de doces da fazenda com rótulos com as fotos dos meus pequenos. Peguei potinhos de papinhas, lavei, fervi, fiz os doces (alguns, comprei prontos), coloquei nos potes, cortei tecidos xadrez e colei nas tampas, pus os rótulos, fitinhas, comprei carrocinhas de madeira e coloquei 4 potinhos em cada carrocinha! Foram dias de trabalho, mas ficou lindinho demais. Agora, imagina minha cara quando a moça do parque/casa de festas me disse que eu tinha direito a 12 balões! Só consegui pensar: ferrou! Vou ter que correr atrás de tudo! E quando eu pensei correr, não pensei que fosse tanto. Faz 2 dias que corro, literalmente, atrás de coisas para o aniversário! E sabe porque? Por que isso não existe por aqui. Cada loja vende uma coisinha de nada. Uma tem o copo da Barbie, mas não do Homem Aranha. Outra tem a tolha do Homem Aranha, mas não a da Barbie. Outra tem carrinhos do Homem Aranha para a lembrancinha, mas nada de Barbie. Uma tem garfinhos rosa, mas não azuis. Onde tem uma coisa, não tem a outra e assim vai. É interminável.

Em Brasília, tenho contato de quase tudo pra festa. Quer uma carrocinha que faça tapiocas de camarão com ervas da Tailândia? Toma aí o telefone! Quer contratar uma nave espacial que ejete crianças no espaço? Toma aí o telefone! Quer fazer convites com pedrinhas de ouro do oriente médio? Toma aí o telefone!

Aqui?? Não tem nada. Só pratinhos, copinhos e talheres. Só! É um mar de pratinhos, copinhos e talheres que não combinam entre si. E cada um numa loja diferente!

Depois de muita pesquisa e ajuda de uma amiga, encontrei um cara que faz decoração com balões. Pesquisei na internet, olhei o horário de funcionamento e parti com Duda para lá. O horário de funcionamento era: segunda-feira das 15 às 19. Cheguei às 16:50. Adivinha? Fechada. Toquei campainha, liguei no telefone que estava na porta, nada....até que vi um bilhete colado na parede: "Saí. Se quiser falar comigo ligue no número tal ou deixe sua mensagem na caixa de correio ao lado". Liguei. Nada. Escrevi uma mensagem, coloquei na caixa do correio e fui embora. Quando entrei no carro, meu telefone tocou. Era o cara dos balões. Estava fora e só voltaria às 18! Pediu para que eu voltasse mais tarde...Aqui, normalmente, só tem um atendente nas lojas. Se a criatura adoece, se machuca, tem dor de barriga ou qualquer outra coisa, a loja tem que fechar...quem vai substituir? Deus? Até que seria uma boa! Bom, voltei às 18, encomendei 4 guirlandas (rezo para que ele tenha entendido e faça direitinho!). Na hora de dizer para quando queria os balões, ele disse: "dia 26?! Acho que não é um bom dia!". Como assim?! É o dia da festa, meu amigo! É numa quinta-feira! Não é feriado! Pedi para às 15:30, horário de funcionamento "normal" do estabelecimento! Como assim?! Depois de muito convencimento, ele ligou para um primo ou amigo e disse que essa pessoa me receberá para entregar as guirlandas. Será?! Tô, literalmente, pagando pra ver!

Bom, até agora, temos uma festinha para 12 crianças e mais 16 adultos. Não tenho comida definida. Comprei a bebida. Tenho pratinhos de diversas cores. Tenho 15 lembrancinhas. 15 pirulitos coloridos. 1 toalha da Barbie. 1 do Homem Aranha. Copinhos para colocar os brigadeiros. Meu pai comprou no Brasil e colocou no correio as sacolinhas para as lembrancinhas, pois aqui não existe (fui a 6 papelarias!). Tenho encomendads 4 guirlandas de balões. Tenho um contrato com o tal parque, escrito num guardanapo verde, por uma tal de Valentina que me GARANTIU que eu não precisava de um recibo e não precisava assinar nada....será que isso vai dar certo?!

Ai, meus sais!!

16 de julho de 2012

Alba

Fomos conhecer Alba, uma cidadezinha  de 30.000 habitantes, na região de Piemonte, cheia de atrativos e que fica a míseros 150 km de Milão. 

Trata-se de uma cidade medieval fundada nos tempos da Roma Antiga e que era conhecida como A Cidade das 100 Torres. Era assim: as famílias construíam suas casas com torres bem altas e, quanto mais alta a torre, mais rica era a família. Hoje, existem apenas umas 6 delas. Bem interessantes. 

  
Pra mim, Alba é a cidade dos tijolinhos vermelhos! Gente, quanto prédio feito de tijolinho vermelho! Lá, se alguém der como referência " moro num prédio de tijolinhos vermelhos" é como chover no molhado. Sem efeito algum! 


Além de torres e tijolos vermelhos, Alba é a terra da trufa branca. Um tipo de cogumelo que dá a alguns centímetros abaixo do solo, ou seja, difícil de ser encontrado. Só cachorrinhos muito bem treinados e inspirados é que as encontram. A trufa branca só existe nessa região e é considerado o "ouro" da culinária em razão do sabor e aroma maravilhosos. 

Alba também é a cidade onde fica fábrica da Ferrero onde se produzem diversos chocolates, tic tac e kinder ovo. A cidade fica no centro do Langhe (uma planície na região de Cuneo) e, por isso, é uma das mais importantes regiões produtoras de vinhos da Itália. Perto dela estão cidades que cedem seus nomes a alguns rótulos conhecidos como Barolo e Barbaresco. Alguns vinhos de Alba como Dolcetto D'Alba e Barbera são maravilhosos e fazem brilhar os olhinhos dos que apreciam um bom vinho!

Chegamos lá com a intenção de fazermos 2 coisas: visitar a fábrica da Ferrero e ir até Barolo conhecer as vinícolas. Quando conversamos com a recepcionista do hotel, ela nos disse que a Ferrero não está mais aberta ao público e Barolo, sede de um festival de música no final de semana, iria receber Bob Dylan e, por isso, a entrada na cidade estava proibida. Que ótimo! E agora, José? 

Ainda bem que a vida nos preparou para esses momentos e resistência à frustração e resiliência não nos falta! Mudamos os planos rapidamente. Fomos passear pelo centro histórico de Alba e depois fomos a Grinzane, cidadezinha minúscula, a 8 km de Alba, que tem um castello onde fica o Museo do Vinho e a Enoteca. 

Vamos começar por Alba. O centrinho é uma graça. Pena que estava tendo uma feira gigantesca o que atrapalhou um pouco a visão das ruazinhas...mas, como essa pessoa que vos fala é amante das compritchas desnecessárias, foi um passeio maravilhoso.



  
Andamos, andamos até chegarmos ao Duomo. Por que Italia é Italia, e cidade sem Duomo, não é italiana! Simples assim.





Almoçamos na Piazza Italia, um local cheio de restaurantes. Comi um talharim ao molho de trufas negras que estava maravilhoso. Marido foi de carne com grana padano e tartufo. Dudinha adorou um filézinho com fritas e Dudu quis um cheeseburguer....a quem esse menino puxou?! rsrsrsrs

Depois do almoço, fomos para o Castello Grinzane. A cidade é menor que Alba, mas cheia de prédios de tijolinhos vermelhos também. O Castelo vale a visita. O Museu do Vinho é muito bem feito. Paga-se 5 euros pelo ingresso com direito ao audio guia. Dentro do Castelo ainda existem uma lanchonete e um restaurante que tem excelentes avaliações no tripadvisor. Tem um menu degustação e dizem que a vista é linda. Não ficamos, pois se trata de um lugar mais reservado, mais "romântico" e com meus dois filhotinhos saltitando entre as mesas....

As crianças adoraram o audio guia como sempre, mas reclamaram das escadas. Os degraus são pequenos e bem altos! Aprendemos sobre a região, a produção de vinho, sobre as trufas, sobre Cavour (um carinha que comandou a produção de vinho por lá!) e, no final, saímos na Enoteca. Igual brinquedo da Disney, sabe?! Sempre tem uma lojinha no final....








Ao sairmos de Grinzane, vimos que estavam preparando uma festa na cidade. Montaram uma estrutura com mesas beeeem compridas, bancos e uma placa: Antipasto + Paella + Dolce + Vino = 20 euro. Fomos para o hotel, tomamos banho, trocamos de roupa e voltamos a Grinzane para a tal Paella. Desistimos. Só tinham senhorinhos e senhorinhas sentados e pareciam que todos faziam parte de uma única família. Ao lado, 4 pessoas mexiam uma panela gigantesca de paella. Tiramos uma fotinho do lugar e voltamos para Alba. Não queríamos atrapalhar o jantar da grande família!


Jantamos num restaurante que eu super indico: Enoclub, na Piazza Italia. Massa caseira maravilhosa, ao ar livre, espaço para as crianças correrem, vinho delícia! Além disso, curtir um fim de tarde, às 21:30, não tem preço!


No outro dia, mesmo sabendo do show do Bob, resovemos tentar entrar em Barolo. Impossível. Tinha um carro de polícia que nos fazia retornar. Para entrar, só com o ônibus da prefeitura ou a pé e tinha que pagar. Entrar em Woodstock com 2 crianças? Tô fora. Ficamos na portinha mesmo. Aliás, na entradinha da cidade tem uma loja de vinhos da barolo, chama-se Damilano. Pode-se fazer degustação e o atendimento é muito bom. Foi o que conhecemos da cidade!




Seguimos para Neive, uma cidade medieval, toda murada, pequenina e linda!






Aí, já era hora de voltar pra casa. Final de semana acaba rápido, né?!