30 de agosto de 2013

Coisas de Milão


Fui comprar uma garrafinha de água num bar e tinha essa placa:

"Por culpa de alguns, não vendemos fiado pra nenhum" (mais ou menos isso)

Ficou claro né? Fiado? Nem amanhã! Adorei a rima...

Agora, a pérola. Entrei no caixa automático do banco italiano e tinha essa linda colagem (feita por uma criança de 10 anos, provavelmente). Como boa brasileira desconfiada que sou, sai do caixa automático, sem fazer nenhuma transação e entrei na agência. Avisei que haviam colado uns avisos no caixa automático e a atendente me esclareceu que era pra eu ficar tranquilo que eles tinham feito a "plaquinha". Se fosse no Brasil, seria clonagem de cartão, na certa!

Tecnologia bancária de ponta

E aí? você colocaria seu cartãozinho aí?

Parco della Cave

Marido adora correr. Corre pra todo lado, em todas as cidades e, garanto, essa é uma ótima maneira de conhecer os lugares. Como ele tem um espírito, digamos, mais aventureiro do que eu, já correu por Milão toda. Pelo menos, a Milão perto da nossa casa.

Eu também adoro correr, mas adoro correr em circuitos circulares ou ruas em que você deve ir e voltar pelo mesmo caminho. Enraizada, eu? Rotineira? Imagina!  

Pois bem, moramos em Milão há quase 3 anos e eu só tinha corrido em um parque aqui pertinho de casa que adoro. A volta completa dá mais ou menos 4 km e você termina no ponto onde começou. Perfeito pra mim. 

Marido me falava há meses de um parque chamado Parco della Cave que não é longe de casa e tem um laguinho gracinha. Ele já descobriu mil caminhos pra chegar e sair desse parque e sempre me dizia para tentar ir pra lá. Na semana retrasada, a cidade estava deserta e aproveitei o trânsito inexistente para me arriscar em novas aventuras. Pra quê? Me diga, pra quê? Pra me perder, ué!

Milão deserta na semana do ferragosto
Primeiro, marido disse que eu tinha que passar pelo estacionamento do estádio Sansiro, pegar uma via por cima de um túnel (muito conhecido meu, pois é um dos caminhos para a escola das crianças), seguir pelo Hospital San Carlo. Aí, já comecei a me confundir. Tinha uma rua com uma bifurcação e marido tinha dito que eu devia sempre seguir reto. Como devo seguir reto se uma rua vai para a direita e a outra pra esquerda? Fui pra direita, pois foi a que me pareceu mais reta. Quando acabou o tal hospital, tinha uma via que ia pra trás dele e uma a direita. Como marido tinha dito reto no hospital, fui pra via que dava atrás dele. Não era, claro. Depois de uns 5 minutos correndo, comecei a notar que eu não ia chegar em parque algum. Voltei e segui pela direita. Depois de mais uns 5 minutos, encontrei! Parco della Cave, na placa! Entrei.


A pista lá é de pedrinha, mas reta e boa pra correr. Vi um córregozinho e fui seguindo pra ver se avistava o tal laguinho. E fui fazendo um circulo. Até que passei por uma mata e achei o tal lago! Viu como eu sou super situada? Ahã.



Depois de ter dado a volta no laguinho (ou não...), percebi que haviam 2 pistas: uma pertinho do lago, de asfalto, e outra mais por fora, a de pedrinhas. Como já estava há uns 15 minutos na de asfalto (nem sei como mudei de uma pista pra outra...), resolvi que era hora de voltar para a de pedrinha para não perder a minha saída. De repente, mato. Mato pra todo lado. Um córregozinho que não era o primeiro, definitivamente. Grama a perder de vista. Continuei na pista de pedrinha. Uma hora ia achar a minha saída. Depois de mais 20 minutos. Nada. Mato, bichinho sobrevoando, córrego. Gente? Quase nenhuma. E os prédios afastados? Todos amarelinhos iguais ao que eu tinha fotografado pra não me perder (ironia do destino). Pra onde olhava, predinho amarelinho. Tô perdida, pensei. Não! Isso é um parque: tem começo, meio e fim, disse pra mim mesma. E continuei. Nada. Mato, mato, grama, grama. Liguei pro marido. Sabe o que ele fez? Gargalhou! 

Depois de tê-lo divertido. Ele tentou saber onde eu estava. Não reconheceu o que eu estava descrevendo, mas lembrou do GPS do celular. Coloquei o hospital como destino. O GPS me disse que chegaria lá em dois minutos, pra continuar naquele caminho. E pra onde o GPS me mandou? Pra uma granja! Numa rua sem saída. Tinha galinha, galo, pintinho e dois portões que davam nas "costas" do hospital. Tentei abrir os portões e, lógico, estavam fechados. Comecei a voltar. O GPS recalculou. Me fez entrar numa estrada pequena, de terra mesmo, 500 metros, vira à direita, à direita de novo. Onde fui parar? Na granja de novo!!! Não é possível!!! Vou morar nesse parque?

Meus amigos de penas

Voltei e peguei outro caminho. Reiniciei o GPS que tentou me fazer voltar e eu me recusei. E andei e andei e o troço realculava a rota, recalculava a rota. Até que....em um mato em que era possível ver um prédio amarelinho de novo, ele me mandou seguir! Ahá!!! A minha saída. Super fácil! Levei só 1h30 dentro do parque!

Saí e mandei uma mensagem pro marido: Parco della cave, never more!

E aí? Quem quer que eu seja sua próxima guia de viagem?


26 de agosto de 2013

Málaga

Chegamos da Sardenha num sábado às 19:00. Fomos pra casa, desarrumamos as malas da primeira semana de férias, arrumamos as de Málaga e às 4:00 da manhã do domingo acordamos pra ir pra Espanha. Em uma palavra: sono. Eu, marido, crianças, todo mundo com sono! Mas, como tudo tem seu lado bom, chegamos cedo em Málaga e ainda foi possível aproveitar o dia.

Málaga fica na região da Andaluzia (Andalucia em castelhano), no sul da Espanha. Faz fronteira com Portugal e é a comunidade autónoma espanhola mais populosa com mais de 8 milhões de habitantes. O nome vem do árabe Al-Andalus, que se refira às regiões que estiveram sob o domínio mulçumano entre 711 e 1492. Aliás, a influência é muito grande. Em Granada, uma das cidades que visitamos, esta influência pode ser admirada em Alhambra, o principal ponto turístico da cidade.

O clima ameno ao longo de todo o ano, torna a Andaluzia um destino agradável seja no verão ou no inverno. A região está dividida em oito províncias: Sevilha, Cádiz, Huelva, Málaga, Jaén, Granada e Almeria.


Mapa retirado da wikipedia

Desembarcamos, pegamos o carro e seguimos para Torrox-Costa, a 50 km de Málaga. A região é uma graça. Montanhas de um lado e o mar do outro. Cheia de cidadezinhas com casinhas brancas. Um charme. 



A estrada é excelente e foi fácil chegar no hotel. Fizemos o check in e fomos almoçar. Depois, um passeio rápido pelo calçadão e pela praia. Depois da Sardenha, estamos com um grave problema: todas as praias parecem mais....feinhas. Na verdade, Torrox-Costa é assim: uma micro cidade, com um calçadão legal, praia de areia escura, mar gelado e escuro também. A praia tem estrutura de caminhas e guarda-sol pra alugar. Além disso, conta com muitos restaurantes e algumas lojinhas no calçadão. É tanto bar e restaurante que a Duda chamou o lugar de "restaurantelândia". 






Como a praia não era uma "brastemp" e o hotel era, ficamos lá por dentro mesmo. Ficamos no Iberostar Málaga Playa. O hotel tem um portão na piscina e basta passar o cartão/chave e você já sai no calçadão. Ou seja, ficamos no conforto da piscina e, quem quisesse, era só dar uns passinhos e chegava no mar. Marido foi bastante. Eu e as crianças, não. 

O hotel tem uma equipe de lazer excelente, apesar do pouco espaço disponível para os pequenos (o clubinho é uma casinha beeem pequena). Meus filhos participaram de algumas atividades e gostaram muito. Tem uma equipe de lazer para os adultos também. Eles promovem jogos durante o dia, aulas de ginástica, shows e festas. Tudo muito animado. 

Diferentemente do Iberostar de Maiorca (aquele em que era preciso lutar para pegar uma caminha), neste tinha caminha pra todo mundo, mas...não pode deixar a caminha vazia por mais de 45 minutos. Nos avisaram isso na chegada, mas não imaginávamos que levavam tão a serio esse negócio. No nosso segundo dia, marido acordou cedo para correr e já levou as toalhas para colocar nas caminhas. Quando voltou da corrida, sentou na caminha e depois foi nos encontrar no café da manhã. Quando chegamos na piscina, nas nossas caminhas tinham papeis dizendo que nossas coisas estavam com o salva vidas, pois havíamos passado mais de 45 minutos fora...E é assim mesmo, tinha um salva vida carrasco que a gente acha que ele tem meta de recolhimento de toalhas. Ele fica rodeando todas as caminhas e perguntando: "quantas são suas? 4? Ah! Tá bom." No terceiro dia, mudamos o esquema tático. Marido saia pra correr, voltava e ficava na caminha. Eu descia e ele subia pra se arrumar. Aí, ele descia com as crianças e íamos tomar café em, no máximo, 30 minutos. Pronto! Não perdemos mais caminhas. Era uma diversão acompanhar o salva-vidas-tenho-que -atingir-minha-meta-de-recolher-100-toalhas-ao-dia enlouquecido atrás de "infratores".

Uma coisa bacana que aconteceu foi termos encontrado uma família de brasileiros no hotel. Eles são de Caxias do Sul e estavam passando 12 dias na Espanha. Era um casal muito simpático e duas filhas, uma de 7 anos e a outra de 9. Uns amores. Duda e a mais nova ficaram muito amigas. Passavam o dia inteiro de um lado para outro, brincando, nadando, conversando. Santo sossego! hahahaha

Dudu brincava com elas também, mas era muita mulher pra ele...só no último dia que ele fez 2 amigos. Jogaram futebol, basquete, foi ótimo. 




Clubinho: uma casinha e uma piscininha


Como o esquema do hotel era all inclusive, fizemos todas as nossas refeições por lá. Achei a variedade muito boa e a qualidade também. As sobremesas não me apeteceram, mas já estou acostumada a isso por aqui. Mas, pra compensar, tinha churros com calda de chocolate no café da manhã. Todos os dias! E eu, definitivamente, não posso mais me hospedar em um lugar que tem churros no café da manhã todos os dias! Voltei rolando e invocando o mantra: "churros, sai deste corpo que não te pertence". Mas, não teve jeito. O churros "garrou" em mim e tá aqui até hoje!!



O pessoal do restaurante é extremamente simpático, mas eles tem aquela regra infame de que homem tem que jantar de calças compridas. Já havíamos passado por isso uma vez num hotel no Brasil e marido teve que usar uma calça emprestada do hotel, pois ele não tinha levado nenhuma. E isso aconteceu de novo. Em pleno verão europeu, 40 graus na sombra, calça comprida pra quê? Nos avisaram que no primeiro dia tava tudo bem, mas que deveríamos providenciar a roupa adequada para o dia seguinte. Marido não se fez de rogado e foi falar com o gerente do hotel. Argumentou e o gerente decidiu que a partir daquele dia a regra estava abolida. Segundo ele, não fazia sentido. Marido poderoso esse meu! Era o único de bermuda todo dia!

Bolos com gosto de vento



Depois do jantar, sempre tinha algum evento. Show de Flamenco, quiz (era de músicas de filmes! Fui para a final, mas perdi pois não sabia o tema de O Aviador. Você sabe?), festa tropical (me acabei no Gustavo Lima e você! E o cantor espanhol cantando "Ai se eu te pego" com sotaque?! Muito bom! Só faltou o Show das Poderosas! hahahahaha Meu lado brega, amou). Participamos de tudo!

E vocês devem estar perguntando: e vocês não saiam do hotel? Sim! Todos os dias tinham passeios no calçadão e marido se animou com o mar algumas vezes. A cidade, realmente, não oferece muita coisa. Mas gostamos muito do hotel.

No último dia, fizemos o check out e fomos para Granada. 

Granada está localizada na Andaluzia oriental, no sul da Espanha. Seus principais pontos turísticos são: Alhambra (patrimônio da humanidade pela UNESCO) e a Catedral. Eu lembrava da cidade por causa das reportagens das corridas de touros que acontecem por lá. Sabem aquelas corridas que soltam o touro no meio da rua e o povo sai correndo? Acontece durante uma semana na cidade.

Estacionamos o carro bem no centro e tínhamos poucas horas para rodar por lá. Como deveríamos voltar até Málaga neste mesmo dia para pegar o voo para Milão, decidimos que a melhor forma de conhecer a cidade seria fazendo um city tour. Vimos um dos ônibus passando e entramos. A volta completa, sem descer, demora aproximadamente 1h30. Resolvemos descer apenas em Alhambra.

A cidade era uma capital mulçumana e as influências são muitas. Só em 1400 e bolinhas que os cristãos retomaram a cidade. Mas, muitos mulçumanos permaneceram por lá. Existem ruas em que a arquitetura é toda mulçumana apenas de um lado da rua. Muito interessante.













Alhambra é um rico complexo palaciano/fortaleza. A grande atração está em seu interior que exibe elementos da arquitetura islâmica. O passeio completo deve ser agendado e dura, aproximadamente, 5 horas. O melhor horário de visitação - no verão - é o da manhã. Chegamos a uma da tarde e o calor senegalês acabou com a gente. Como não tínhamos 5 horas, entramos por uma parte gratuita em que é possível passear por alguns jardins, visitar um museu e uma igreja. E foi só o que fizemos. Infelizmente, não visitamos os palácios que dizem serem lindos por dentro. Fica pra próxima!

Continuamos nosso passeio pela cidade que estava vazia...verão, o povo estava todo na praia! A cidade é super limpa, arborizada e me pareceu bem bacana. Por se tratar de cidade universitária, é cheia de praças com bares. Sugiro passar, pelo menos, uns 2 dias por lá pra explorar bem o local.










Saímos de lá e fomos direto para Málaga. Demos uma voltinha pela cidade e fomos para o aeroporto. Uma coisa que chamou nossa atenção foi a qualidade dos aeroportos da Espaha. Todos seguem um padrão semelhante. São amplos, limpos, funcionais e arejados.

Espanha, sua linda, até a próxima!

14 de agosto de 2013

Não existe lugar melhor do que a nossa casa

Meus filhos pediram pra ver Twister, aquele filme antigo sobre tornados. Encontrei na internet e baixei pra eles assistirem. Eles estão amando e rola altos papos sobre o filme.

Duda: - Eu sei porque o nome da máquina de bolinhas é Dorothy. É por causa do Mágico de Oz. A moça do filme é do Kansas, igual a Dorothy.

Dudu: - É? E o que é Kansas?

Duda: - Kansas é a roça na América, igual Alexânia* é no Brasil!


Pense numa mãe gargalhando!


* Meu sogro tem uma terrinha lá em Alexânia e o pessoal que mora por lá diz que mora na roça. Entendeu a ligação?

12 de agosto de 2013

Eu aguento?!


No sábado passado nós estávamos na piscina aqui do condomínio e chegou um casal. De cara, marido percebeu que o biquini da senhora era brasileiro, pois não era uma tenda de circo (apesar disso ter melhorado muito por aqui, viu? Tenho visto bíquinis super bonitos e muito usáveis). Não deu 10 minutos e ela se aproximou, perguntando se éramos brasileiros. Resumindo, a moça já foi 20 vezes ao Brasil. É completamente apaixonada e conhece tudo. De Rio Branco a Fortaleza. De Natal a Curitiba. Impressionante. Ela até fala algumas palavras em português. E ama, ama muito a natureza. Aliás, ela é tão natureba que até chorou quando entrou na Floresta Amazônica e percebeu que aquilo tudo estava em sintonia, harmonia, blá, blá, blá.

Bom, estávamos falando de praias e ela me perguntou uma praia que eu gostava. Disse a ela que amo Búzios, no litoral do Rio. Gosto tanto que já fui muitas vezes e acho, sinceramente, Geribá uma das praias mais lindas que existem. Aí, a critura-amo-a-natureza-e-tals se vira e "Ah! Não gostei muito de Búzios, não. A areia é meio escura", assim disse a italiana que mora num lugar onde a maioria das praias é de pedra! Posso com isso?!

8 de agosto de 2013

Sardegna, o paraíso é aqui




Férias de verão por aqui. Tanto sol e calor pediam destinos refrescantes, né? Essa estória de fazer turismo em cidade grande sob um sol de 40 graus não rola. Marido teve 2 semanas de férias e escolhemos 2 lugares que proporcionaram muita sombra, água fresca e diversão: Sardegna e Málaga. Quer conhecer?

A Sardegna é a segunda maior ilha do mediterrâneo. Fica ao sul de Córsica e ao norte da Tunísia. O acesso é pelo ar ou pelo mar. Existem ferrys que saem de diversas cidades e voos diretos de Milão. Escolhemos o avião pela rapidez. Em 1.15h estávamos aterrisando em Cagliari, a capital, que fica no sul da ilha.

Nosso hotel ficava em Villasimius, uma cidadezinha a 50 km de Cagliari. 

O Hotel

O Ata Tanka Village foi uma sugestão de uma família de amigos que esteve por lá em 2012 e adorou. E eu adorei também. O hotel é enorme e parece mais uma vila do que um hotel propriamente dito. Lá tem tudo. Quer fazer aulas de tênis? Tem por lá. Quer andar a cavalo? Tem também. Fazer curso de cerâmica? Tá no lugar certo. Quer fazer passeio de barco para mergulhar? Eles oferecem o passeio e o curso! Quer ir para o centrinho de Villasimius? Tem trenzinho que te leva até lá. Além disso, tem clubinho para bebês, crianças e adolescentes. Tem aluguel de bicicleta, aulas de futebol, discoteca, shows e uma piazza cheia de lojinhas onde você encontra roupas, sapatos, brinquedos, farmácia, mercadinho, sorveteria, galeria de arte, souvenirs etc...Ah! Já ia esquecendo...lá também tem praia! E que praia! Pedacinho do paraíso. Certeza!












São vários tipos de apartamentos, espalhados por todo o terreno. Tem apartamento perto do mar, da piscina, no morro (juro que fiquei com pena de quem morava no alto do morro...imagina esquecer o protetor solar e ter que subir aquilo tudo? Só de trenzinho mesmo!). O nosso era antigo, simples, mas bem amplo: quarto, sala com 2 camas de solteiro, cozinha, 2 banheiros e uma varanda que, segundo o marido, é ótima pra fazer um churrasquinho.

A moça que me atendeu no telefone quando liguei preocupada com a qualidade dos quartos, me disse que havia solicitado um quarto próximo à praia para nós. Realmente, nosso quarto não era dos mais longes, mas mesmo assim era longe pra caramba. Quando eu descobri o trenzinho verde que passa de 15 em 15 pelo hotel, virei freguesa. Se o trem tivesse pasando, eu pulava dentro. Com criança, sem criança, o importante era aproveitar a carona. 

O hotel oferece sistema de meia pensão e estão incluídos o café da manhã e o jantar. Para consumir lá dentro, os hóspedes recebem um cartão e devem colocar crédito para efetuar os pagamentos. Como um cartão pré-pago. Em cada bar, lanchonete, lojinha, tem uma máquina para recarregar o cartão. Não dá trabalho algum e a conta não é uma surpresa no final. Gostei do sistema.

Uma coisa não gostei: o preço das coisas. Achei tudo muito caro por lá. Por exemplo, o aluguel de uma bicicleta infantil custa 15 euros/dia. 2 crianças por sete dias: 210 euros. Dá pra comprar 2 bicicletas! Vimos muitas pessoas que levaram a própria bicicleta. Se vai de ferry boat, com o próprio carro, vale a pena. Outra coisa muito cara eram as barraquinhas de praia. Nas primeiras filas, um guarda-sol com 2 caminhas: 50 euros/dia. Na terceira fila, 30. Na quarta, 24. A partir da quinta, 12. Ah! Tinham também umas super barraquinhas com uma tenda imensa, 4 caminhas, mesa, cadeiras, cordão de isolamento e segurança. Tudo isso pela bagatela de 180/dia. Vai encarar?




Caminhas carérrimas



As caminhas na piscina são gratuitas. Existem muitas e não é preciso acordar às 7 da manhã para pegar uma. Tem espaço pra todo mundo.

O atendimento do pessoal é encantador. A equipe de lazer sabe agradar aos pequenos e grandinhos. Na nossa estadia, assistimos a 2 shows: Mágico de Oz e Mary Poppins. Muito boa a qualidade. Além disso, o espaço dos clubinhos são separados por idade. Tem um baby club só para os pequenos, um mini club para os maiorzinhos (os meus!) e um maxi club para os adolescentes. Todos os espaços são bem conservados e com muitas atrações. No mini club tinha brinquedo inflável, brinquedão, campo de futebol, mesa para atividades. Excelente. 


Nossa rotina

A ideia original era rodar pela ilha e visitar Porto Cervo, a Costa Smeralda etc...até que eu descobri que a Sardegna é tão grande que da Villasimius até Porto Cervo são 322 km! Cheguei à conclusão de que a Sardegna é quase um continente e desistimos da empreitada. Além disso, a praia do hotel era tão boa, a rotina no hotel tão agradável que optamos por ficar na região mesmo.

Todo dia marido acordava pra correr. Era o tempo em que eu acordava a criançada, vestia todo mundo, arrumava a tralha para o dia. Tomávamos café da manhã e praia! Marido ficava com as crianças e eu ia caminhar (minha protusão de disco não permite mais minhas corridinhas...arrasada!). Duda passava o dia entre a praia/piscina e o clubinho. Dudu não se animou muito com o clubinho, não. Ele preferia o mar (amou os primeiros dias que tinham muitas ondas!) e a bicicleta. O almoço era sempre num restaurante que tem na praia mesmo, mas optamos por fazer lanches durante o dia, pois o café da manhã era muito farto e o jantar também.

À noite, chegávamos cedo no restaurante para evitar filas e depois ou íamos para os shows ou para a pracinha tomar um vinho, dar uma volta pelas lojinhas. O clubinho sempre fazia uma "dança baby" depois do jantar. Todos esses hotéis com equipe de lazer tem uma programação semelhante. Sempre tem o momento da dancinha e eles apresentam um personagem. No Ata era o Flinck, um cachorro/esquilo/gambá/rato que os pequenos gostavam muito. Os meus já estão passando dessa fase. Duda até tirou uma foto com o bicho não identificado, Dudu não deu a menor pelota pra ele.










No centro de mergulho, eles ofereciam mergulho com snorkel. Marido se inscreveu com as crianças. O passeio é feito num barquinho com 12 pessoas. Eles foram para uma ilha perto da praia de Villasimius. Passaram pertinho do farol e rodearam uma ilha ao lado. Eles amaram!! Queriam fazer o mergulho com cilindro no dia seguinte! Eu não fui, pois sabia que não aproveitaria nada! Apesar de ter entrado (e muito!) no mar dessa vez, ainda não tô preparada para enfrentar alguns inimigos: os peixinhos coloridos!










Tinha uma loja de cerâmica no hotel que oferecia cursos para as crianças. Duda queria aprender a fazer vasos há mais de um ano e eu não encontrava em Milão. Fui lá para fazer a matrícula, mas o curso tinha começado no dia anterior e a Dudinha não poderia fazer o curso de tornio e decoração. Depois de muita negociação (na verdade, deixei o povo da loja doido), convenci o senhorzinho que faz o tal do tornio a dar uma aula particular pra Duda e a encaixei na aula de decoração feita não com o vaso que seria feito pela Duda, mas por uma peça já pronta da loja. Como desmembrei o curso todo, ainda paguei mais barato! Acho que aprendi a arte da negociação na Turquia! :)

No dia seguinte, fui levar Duda para sua aula particular de fazer vasos. Perguntei se eles lembravam de mim, a mãe que fez a maior confusão com a agenda deles e o senhorzinho me respondeu: "Não fez confusão nenhuma, a senhora é muito expressiva!". Me acabei de rir. Pentelhação é sinômimo de expressividade na Sardegna! Ponto pra mim! Nem preciso dizer que Duda amou a aula, né? #ghostfeelings




A Região

Villasimius tem um centrinho bem pequeno e bonitinho com lojinhas, restaurantes, bares. Fica lotado no final da tarde e é difícil andar pelas ruas, pois as calçadas são pequenas e o movimento de carros é intenso. Tem que tomar muito cuidado com as crianças. O centrinho fica a 1 km do hotel. Perto dele tem uma praia também que depois descobrimos se tratar da mesma praia do hotel, só que em pontas opostas.






Do outro lado, tem o porto de Villasimius, com um centrinho comercial, uma prainha e opções de passeios de barco pela região.






Aniversário das crianças

Durante nossa estadia, comemoramos o aniversário dos meus pequenos. 8 aninhos!!! Queríamos fazer alguma coisa especial e avisamos à equipe de lazer de cantou parabéns na praia com os amiguinhos do hotel. À noite, encomendamos um bolo escrito "Auguri Maria e Marcello". O maitre do restaurante foi tão bacana que reservou uma mesa para nós e a equipe de lazer colocou alguns balões coloridos. Além disso, tinha uma turma do lazer jantando ao nosso lado e quando o bolo chegou eles cantaram "Tanti Auguri a Te" bem alto e uma parte do restaurante cantou junto! Foi lindo! Meus bebês adoraram!! Nós também!















Depois disso tudo, ainda fecharam a noite jogando mini-golf. Eles estavam no paraíso! 


Cagliari

No dia de irmos embora, passamos umas horinhas em Cagliari. Cidadezinha linda demais, com um centrinho antigo com tudo que tem direito: lojas, bares e muitos restaurantes. Passamos por algumas igrejas, umas ruínas e fomos para o centro. escolhemos um restaurante chamado Grota Marcello. Do lado de fora é um restaurante normal, mas por dentro...é uma gruta. Trata-se do local de refúgio da população durante a segunda guerra. Eles mantiveram a estrutura original e montaram um restaurante dentro. Muito bacana.











A Sardegna vai deixar saudades...eu ficaria um mês por ali, fácil. Já vimos que existem várias casas pra alugar e ficam muito mais em conta do que um hotel como o Ata. Quem sabe? Além disso, a ilha conta com 8 regiões e cada uma tem seu charme próprio. Para conhecê-las, é preciso tempo e determinação. Li em um site que é interessante se hospedar na região a ser visitada e que seria necessário reservar 2 a 3 dias para cada uma delas, ou seja, tem muita coisa pra ver/fazer!! Ainda é um destino turístico predominantemente de italianos e é pouco conhecida pelos brasileiros. Uma pena, pois um lugar lindo desses devia ser visto por todos!

Ciao Sardegna! Alla prossima!