11 de novembro de 2012

Suiça, baby!

Como já contei no post anterior, resolvemos aproveitar o feriado e visitar algumas cidades na Suiça. Nosso primeiro destino foi Zermatt. Nos preparamos bem, pois sabíamos que já estava nevando por lá. Trocamos os pneus do carro (pneus de inverno), tiramos os casacos pesados do armário, programamos o GPS e partimos. Ao programar o destino, a Marcella, nossa GPS, perguntou se gostaríamos de evitar estradas com balsas. Ãh??? Aí, pensamos que poderia ser interssante pegar um ferry boat e atravessar um lago ou rio. A paisagem deveria ser bacana. Colocamos NÃO EVITAR balsas e seguimos. De repente, Marcella avisa que chegamos na tal balsa. Minha primeira reação foi: mas...cadê a água?! Não tinha água. Não tinha rio, não tinha lago, não tinha mar (claro!). A "balsa" era, na verdade, um trem! Funciona assim: os carros entram enfileirados, quando dá a hora certinha, o trem parte e atravessa uma montanha. O trajeto é num túnel totalmente escuro, apertadinho e sem fim (20 minutos a travessia)! Para alguém com claustrofobia não deve ser uma sensação muito boa, não...mas nós tiramos de letra! De um lado do túnel é a Itália, do outro, Suiça. Pronto, chegamos!




Zermatt é uma cidade gracinha, que fica a 1.600 metros de altitude e com, aproximadamente, 6.000 habitantes. Trata-se de uma área livre de carros e motores. Isso mesmo. Há anos, a população decidiu que não entrariam mais carros na cidade. E, se algum engraçadinho resolver quebrar a regra, multa. E cara! O jeito é parar o carro em Tasch, uma micro cidade que fica a 5 km. Lá, existem muitos estacionamentos. Deixamos o carro no Freddy e pegamos um taxi que tem autorização para ir até a entrada da cidade, num estacionamento gelado. De lá, o taxista liga para o hotel e um carrinho elétrico vem buscar os hóspedes. O único tipo de carro que trafega pela cidade são os modelos elétricos. Garanto que o ar é bem mais limpinho por lá. Outra forma de chegar a Zermatt é de trem. Tem uma estação em Tasch e os trens saem a cada 20 minutos. Nessa brincadeira, nosso trajeto de pouco mais de 200 km foi percorrido em 4 horas! Difícil rodar de carro pela Suiça!



Fizemos o check in no hotel e fomos direto subir a montanha para conhecer o Matterhorn, uma das montanhas mais conhecidas dos Alpes. Ele tem 4.478 metros e domina a cidade pois, de qualquer ponto, é possível enxergar aquela montanha enorme de forma triangular. Lembram da embalagem do toblerone? Pois é, aquela montanha que tá na foto é o Matterhorn. Na verdade, não subimos no Matterhorn, mas chega-se bem pertinho dele. Para subir, é preciso pegar um mega teleférico. Gente, como é grande aquela estrutura. Eu, sinceramente, não faço ideia de como constroem coisas desse nível nas montanhas...muito complexo.

Nesse passeio, começamos a perceber como a Suiça é cara! Qualquer passeiozinho não sai por menos de 100 francos por pessoa! Choquei! Aliás, achei tudo caro por aquelas bandas. Aí, vem a pergunta que não quer calar: tostines vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais? Nós é que somos pobrinhos ou é caro mesmo? 

Voltando à montanha....marido tem medo de altura e o teleférico, simplesmente, se recusava a acabar. Pra piorar a situação, tava um vento digno de tornado. E aí, já viu, né? O negócio balançava, balançava. Marido suava frio e tentava não demonstrar medo para as crianças que, por sinal, adoraram o programa. 




Nosso destino final era o Glacier Paradise, a 3.883 metros. Tivemos que trocar de carrinho só uma vez. Para a subida final, as cabines que, inicialmente, são para 6 pessoas, ficam pra trás e é preciso pegar um bonde grandão, como o do Pão de Açucar do Rio. Foi uma hora para chegar até lá! Mas, a paisagem vale cada centavo de franco suiço e cada minutinho! Lindo demais!







Depois que você entra no bonde maior, a subida é pesadíssima. Tá vendo aquele pontinho na pedra láááá em cima? Pus um circulinho vermelho nele...Lá é o Glacier Paradise!


E o que tem pra fazer lá em cima? Ué, você passa frio! Tô brincando...lá tem pista de esqui, uma castelo de gelo, um bar quentinho (tomamos leite e chocolate quente!) e uma vista maravilhosa! Pode-se ver várias montanhas, inclusive a Monte Rosa que fica na Itália. Aliás, esse teleférico vai tão longe, que você entra numa parte da Itália. Coisa de doido! Lá em cima, perguntei ao condutor do bonde se ele sabia a temperatura. A resposta: - 10! Tá bom pra vocês?

O que as crianças mais gostaram foi o castelo de gelo. Um lugar diferente, geladinho, cheio de esculturas.





Achei lindo lá em cima, mas a sensação não é das melhores, não. A altitude é poderosa. Eu fiquei tontinha e bem ofegante. A pressão do marido subiu e ele teve um leve mal estar. Não é um passeio para fracos! E aí? Vão encarar?

Começamos a descida e Marcello apagou. Dormiu a volta toda. E Duda tagarelou o tempo todo. 

Já lá embaixo, fomos dar uma volta pela cidade. Brincar na neve é o passatempo predileto dos meus filhos nesses passeios. Por onde passavam, catavam um pouquinho. Até guerra de bolinhas fizeram e o marido quase acertou num cachorro suiço. Pensei que ele fosse ser preso...




Passeamos pela cidade antiga, um local cheinho de casas construídas no século XVI. Muuuito bacana. Eu adorei. E chegamos até a ruazinha principal, cheia de restaurantes e lojinhas. Uma graça, mas tudo muito caro. Pra não dizer que não compramos nada em Zermatt, eu comprei um imã de geladeira e marido, um copinho de licor. Só. 




A cidade estava bem vazia e vários negócios fechados. Era feriado de finados e, mesmo começando a temporada de neve, a cidade pára. Até o Museu do Matterhorn estava fechado...Depois do jantar, banho e cama.

No dia seguinte, acordamos com neve caindo do céu! Lindo, lindo. Fomos dar uma volta antes de seguirmos viagem para Interlaken. Fomos à igrejinha da cidade, voltamos na cidade antiga, passeamos na rua principal, mais guerrinha de neve e já era hora de pegar a estrada de novo.








Ao programarmos o GPS, a Marcella perguntou de novo se gostaríamos de evitar balsas. Como já sabíamos do que se tratava, marcamos SIM, EVITAR BALSAS! E fomos. Passamos pela tal balsa, demos um tchau e achávamos que tínhamos ganho a batalha, mas...no meio do caminho tinha uma montanha. Começamos a subir. E o nível de neve na estrada também. E a estrada estava deserta. E, de repente, um bloqueio. Sério. fecharam por causa da neve. Como havíamos visto que faltavam 15 minutos para a balsa sair, demos a volta e marido começou a correr na montanha cheia de neve ou só pegaríamos a próxima balsa 1,5 hora depois. Gente, me senti num filme de James Bond. Estrada sinuosa, cheia de neve, a mil! Preferia que fosse o filme da Pequena Sereia...





Definitivamente, viajar de carro na Suíça é um desafio!

Próximo post: Interlaken!

Um comentário:

  1. Adorei. como sempre muito bem explicado. Voce daria uma boa guia turistica. Se um dia o BB não lhe quizer mais, já sabe....
    Ana Célia

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