Chegamos em Berlim bem tarde. Pegamos
um taxi e fomos direto para o hotel. Chegando lá... surpresa! O booking errou
nossa reserva e nos colocou num quarto para 3 pessoas e eles não tinham quartos
maiores disponíveis. Mas, como onde dormem 3, dormem 4 (mesmo que mal!), nos
ajeitamos por ali mesmo. Criançada e marido dormiam amaçarocados na caminha de
casal (não era grande) e eu na caminha extra. Três noites assim. Mas, estávamos
em Berlim, nada iria estragar nosso passeio.
Depois de nos alojar, saímos pra
jantar. Por sinal, nosso hotel era muito bem localizado. Ficava a apenas 2
quarteirões do Checkpoint Charlie, um posto militar americano que ficava entre
as Alemanhas ocidental e oriental. O posto tá lá, de pé, e durante todo o dia é
possível tirar fotos com falsos soldados por absurdos 5 euros! Ainda é possível
carimbar o passaporte, mas isso também é pago. Meio Disney o negócio. Você
brinca e depois cai numa lojinha! Além do posto, tem um museu muito
interessante ao lado. Depois falo sobre ele.
Bom, beeem em frente ao Museu do
Checkpoint tinha um restaurante italiano. Não pensamos 2 vezes. Pasta, cotoleta
e cerveja alemã! Estávamos em casa! hahahaha
No dia seguinte, acordamos
cedinho, pois iríamos fazer o City Tour. Tem um ponto em frente ao Museu do Checkpoint.
Compramos 2 dias de city tour (paga 1 e leva 2) e valeu muito. Como já falei
algumas vezes, é a melhor opção para conhecer cidades grandes com crianças.
Nossa primeira
parada foi em East Side Gallery. Após a derrubada do muro de Berlim, em 1989,
artistas do mundo todo foram chamados pra pintar os 1,3 km do muro que ficou de
pé, transformando-o em um museu a céu aberto. As imagens expressam, das mais
diversas formas, desejos e aspirações de liberdade, paz e igualdade. Lembranças
da época difícil, de medo e tensão foram pintadas. Essa parte do muro fica bem
perto do rio Spree, onde é possível fazer um passeio de barco. Muito linda a
paisagem.
Do outro lado da rua
tem um estádio e bem em frente tem uma escultura de ursinho do Romero Britto.
Bem legal. #orgulhodeserbrasileiro
Pegamos nosso ônibus e seguimos
até o Portão de Brandemburgo, cartão postal da cidade. Este monumento foi
símbolo da Alemanha dividida e foi a única porta de Berlim que restou. Bem ao
lado, encontra-se o Monumento aos Judeus Mortos. São 2.711 blocos alinhados de
forma irregular. Dizem que o monumento foi desenhado dessa maneira para
produzir intranquilidade, confusão. E provoca isso mesmo. A sensação não é das
melhores. Percorremos alguns corredores e, à medida em que você vai andando em
direção ao meio, as pedras vão ficando mais altas e parece que você ficará
sufocado. Estranho. Como estava muito frio, o ambiente fica mais fúnebre ainda.
Por baixo do Monumento, existe um
museu subterrâneo. O acesso é gratuito e é possível ter acesso a muitas
informações e documentos sobre a perseguição e o extermínio dos judeus. Ficamos
na fila por uns 15 minutos, pois são liberados grupos de 10 a 15 pessoas a cada
5 minutos. A atendente que estava na porta disse que não era aconselhável para
as crianças, pois tinham fotos muito pesadas, mas nós não tínhamos opção. Ou
não entrávamos ou íamos com eles. Preferi prepará-los para o que viria.
Expliquei que eu iria olhar as coisas primeiro e diria a eles o que poderia ser
lido e visto. Funcionou bem, mas a parte das cartas encontradas é realmente
muito para uma criança. Marcello cansou rápido. Maria Eduarda é mais curiosa e
queria ler as mensagens, ouvir os vídeos. O museu é muito bem feito e deixa um
pergunta no ar: pra que isso? Não existe resposta pra tanta prepotência, violência
e descaso com a vida humana...
É possível passar horas ali dentro,
mas ficamos apenas uns 45 minutos. Saímos e fomos almoçar bem em frente ao
monumento. Restaurante delícia. Salsichas, batatas e cerveja! Perfeito.
Seguimos para o Reichtag, o parlamento
alemão. O edifício, maravilhoso por sinal, foi restaurado em 1999. A parte
externa foi conservada, mas a parte interna foi inteiramente reformada. É
possível visitá-lo por dentro e ir até o alto da cúpula. Tentamos comprar os
bilhetes com antecedência, mas não estavam mais disponíveis. A fila para
comprar os tickets era gigantesca e acabamos deixando para o outro dia. Mas,
não conseguimos, pois nos outros dias, o caos se repetia. Uma pena. Deve ser
lindo por dentro. Motivo pra voltar no. 3.487!
Voltamos para o Portão de Brandemburgo
para pegar nosso amigo ônibus. Aí, demos um passeio gigantesco dentro do ônibus
até chegarmos no Palácio de Charlottenburg.
Descemos nesta parada no segundo dia. É um bairro sofisticado e cheio de opções
de lazer como teatros, museus e restaurantes. Além disso, tem o palácio e
vários jardins, pontos ótimos para fotos!
Resolvemos descer em numa rua super
famosa por lá, chamada Kurfurstendamm. Fácil, né? O apelido é melhor: Kudamm. É
uma rua charmosa, cheinha de lojas. O ponto alto é a Kadewe, uma loja gigante
tal como a Harrods de Londres ou as Galerias Lafayettes de Paris. Deixamos pra
conhecer a loja no segundo dia de passeio, mas estava fechada. Era um domingo e
não sabíamos que não abria neste dia...pena...
Pegamos o ônibus e seguimos até a Potsdamer
Platz. É uma praça que foi o antigo centro da cidade. Ela foi quase que completamente
destruída durante a guerra e passou mais de 40 anos num sono de Bela
Adormecida, como terreno baldio da cidade entre Leste e Oeste. Após a reunificação,
surgiu a oportunidade de se construir um novo centro urbano e voi la. A praça é
fantástica. Um prédio que chama a atenção é o Sony Center, super modernoso, com
cinemas e restaurantes em sua praça central. Ali, fica também um parquinho do
Lego para as crianças.
Estava tendo uma feira de Natal na
Potsdamer e aproveitamos para passear um pouco. As crianças escorregaram numa
pista de gelo e aproveitamos para ver as diversas barraquinhas com produtos
alemães. Adoramos!
Saímos de lá e fomos para nosso ponto
inicial: o Museu do Checkpoint Charlie. Antes de jantar, ainda entramos nele
para conhecer. O museu é fantástico e pode-se passar horas lá dentro. Ficamos
pouco, pois já estávamos cansados e com fome. Mas, aproveitamos para conhecer
um pouco mais sobre a Alemanha dividida. A história dessa cidade impressiona.
Numa noite, as pessoas foram dormir e, quando acordaram, não tinham mais
liberdade para ir e vir. As linhas de trem foram interrompidas e uma cerca
impedia as pessoas de fazerem coisas simples como ir trabalhar. Da noite para o
dia, pessoas perderam empregos e deixaram de falar/ver seus familiares. Coisa
de doido! No museu, são retratadas diversas formas de fuga utilizadas pelos
cidadãos. Gente contorcida em motor de fusca, buracos feitos no muro. Gente bem
sucedida e gente que morreu...tem de tudo.
Saímos de lá e fomos comer no mesmo
restaurante italiano da noite anterior. Mexer em time que tá ganhando, pra
que?!
No dia seguinte, pegamos o ônibus e
descemos em Alexanderplatz. É uma das mais conhecidas
e, provavelmente, uma das maiores praças de Berlim. Ela foi muito destruída
durante a segunda guerra e começou a ser restaurada na década de 60, ganhando
novos prédios e construções. Lá, além de diversas lojas e um shopping, fica a
famosa Torre de TV com seus 368 metros de altura, sendo uma das construções
mais altas da Europa. Nós subimos e adoramos a vista 360 graus da cidade. Valeu
muito o passeio!
Saímos de lá e
fomos no AquaDom e Sea Life. São duas atrações (ficam em prédios diferentes),
mas coladinhas uma na outra. O Sea Life é um aquário bem bonitinho. As crianças
adoraram! No final, basta atravessar um pátio para chegar ao AquaDom. Na
verdade, foi a parte que mais gostamos do passeio. É um aquário cilíndrico,
vertical, com 25 metros de altura. No meio, tem um elevador. Enquanto o
elevador sobe, uma guia vai explicando os peixinhos que estamos vendo. É bem
diferente. Só não é possível comprar ingresso só para o AquaDom. É necessário
comprar o combinado com o Sea Life.
Foto AquaDom retirada do site Simplesmente Berlim |
Saímos de lá e
fomos passear pela Unter den Linden, uma das avenidas mais famosas de Berlim.
Ela vai dar lá no Portão de Brandenburgo e possui diversas atrações. Vimos a Ópera
de Berlim, a Universidade Humboldt etc..Chegamos na Ilha dos Museus que fica
bem ao lado da Catedral de Berlim. Maravilhosa e gigantesca!
A ilha possui
5 museus: Antigo, Novo, Pergamon, Galeria Nacional Antiga e Bode. Infelizmente, não entramos em nenhum...eu
queria demais entrar no Pergamon que é o mais visitado da cidade, mas não
tínhamos tempo para isso (Berlim merece, pelo menos, uns 7 dias!). Apenas
passamos por todos eles. No finalzinho da ilha, tinha uma feirinha e
aproveitamos para comer um hot dog maravilhoso, caríssimo e delicioso!
Seguimos para
a Bebelplatz que foi a praça onde os nazistas queimaram livros em 1933. No chão
da praça tem uma placa de vidro em que se pode ver uma sala subterrânea com
estantes de livros vazias.
Em nosso
passeio no ônibus, havíamos visto a Hofbrauhaus Munchen, uma cervejaria que
havíamos ido em Munique. Resolvemos ir comer lá. A cervejaria é enorme e
tradicional, os garçons usam roupas típicas e tem um palco onde tocam músicas
da Bavária. Muito bacana. Chegamos no meio da tarde e estava bem tranquilo. Fomos
super bem atendidos. As crianças comeram os famosos schnitzel de porco (cotoletas,
na Itália) e eu e marido fomos de joelho de porco. Íamos pedir um pra cada, mas
nossa garçonete sugeriu dividirmos. Muito sensato. O prato é imenso! Mas foi,
sem sombra de dúvidas, a melhor carne de porco que já comi na vida. Sabe a
pururuca perfeita? Isso mesmo!
Pegamos nosso
ônibus e fomos para Charlottenburg.
Passeamos um pouquinho por lá, pegamos o ônibus novamente e descemos na Kadewe
que estava fechada...fomos então para a Gendarmenmarkt. É mais uma das praças de Berlim. Lá, vimos a Kozerthaus (casa de concertos) e as catedrais “gêmeas”: Francesa e Alemã. Estavam montando uma feirinha de Natal por lá que seria inaugurada aquela noite...perdemos. Aliás, toda cidade que visitamos estavam montando suas feirinhas. Perdemos todas!Passeamos mais um
pouco e voltamos para o hotel. Estávamos exaustos!
Palácio e Charlottenburg |
No dia
seguinte, só teríamos a manhã para passear, pois teríamos que ir para o
aeroporto cedo. Demos uma volta na Gendarmenmarkt e voltamos para o hotel. Pegamos
nossas coisas e fomos para o aeroporto: Budapeste, aí vamos nós!!
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