1 de julho de 2013

Cruzeiro - Parte 2

No segundo dia, chegamos em Bari que fica lá no calcanhar da bota e é a segunda cidade mais importante do sul da Itália. Como marido já conhecia a cidade e estava muito cansado, resolveu ficar com as criancinhas no navio, curtindo uma piscininha. Eu fiquei muito indecisa se iria ou não fazer o city tour com meus pais. O motivo? Era aniversário do marido. Mas, ele me convenceu, pois o passeio era de apenas 3 horinhas e às 14:30 já estaríamos no navio. Fui. 

Como minha mãe não fala inglês ou italiano, compramos a excursão em espanhol. Nós e todos os outros brasileiros que estavam no navio! O nosso ônibus foi o último a sair do porto de Bari, pois 4 brasileiros atrasaram horrorres. Tinha um senhor espanhol que eu achei que fosse esganar a guia. Ele berrava com ela para irmos embora. Ela não arredou o pé. E a vegonha quando subiram os 4 brasileiros? Ai ai e nem pediram desculpas...brasileiro ainda atrasa muito, né?

Saímos do porto e foi a primeira vez que vi o naviozão ali, parado, gigantesco! Muito lindo. O ônibus andou uns 800 metros e parou. Descemos e a guia disse que faríamos o restante a pé. E assim foi: 3 horas caminhando num sol de rachar a cuca! 

Bari é uma centro universitário famoso por suas praias, centro histórico e culinária. Antes da Segunda Guerra Mundial, Mussolini fundou a universidade. A cidade foi violentemente bombardeada durante a guerra, mas foi toda reconstruída. Nosso city tour foi na cidade antiga e terminamos com um rápido passeio pela parte mais moderna. Assim, começamos o passeio pelo castelo que tem por lá. Perguntei o nome à guia umas 3 vezes e ela me dizia que diria depois. Juro que achei que ela iria contar uma história bacana e revelar um nome original, mas depois de algum tempo, comecei a desconfiar que ela não sabia o nome do negócio, pois não voltava ao assunto. Até que meu pai perguntou a ela de novo e ela disse: Castelo de Bari. Jura? Todo essa enrolação pra isso? Tá bem, então. 

O castelo é lindo e muito antigo. Está em excelente estado de conservação e hoje é um espaço para eventos e mostras culturais.



Seguimos em direção à Igreja de São Sabino, mas antes passamos por umas ruelas em que ficam muitas senhoras fazendo um tipo de pasta característico da região. Chama orechiette, porque parecem orelhas. São feitas só de sêmola e água e moldeladas manualmente, uma a uma, em tamanhos diversos. Bacana. 





As ruas são bem estreitas, mas existem outras que são mais estreitas ainda. Era uma estratégia de guerra. Os cavalos se assustavam com as passagens mais estreitas, derrubando o inimigo.

Chegamos na igreja que é bem bonitinha. Simples, bonita e muito bem conservada.



Continuamos o passeio pelas ruelas de Bari, pois o objetivo era chegar à basílica de São Nicolau, padroeiro da Rússia, das criancinhas e dos marinheiros. Nicolau virou santo, pois fez voltar à vida 3 crianças que foram brutalmente assassinadas. Assim, ele se tornou o padroeiro das crianças e é a principal referência à figura do Papai Noel.

A igreja é a maior e mais famosa da cidade. Resta apenas uma torre das originais, pois a segunda caiu durante um terremoto, em 1613. No interior, reina a simplicidade o que a torna linda. Além disso, lá dentro tem a tumba original do Santo.






Na saída da igreja, estava saindo uma noiva. Claro que ficamos prestando atenção. Os convidados estavam com arroz na mão e, assim que os noivos apareceram, jogaram com empolgação os grãozinhos! Teve um que se empolgou demais e ficava jogando no cabelo e rosto da noiva. Depois de umas 3 vezes, a noiva olhou pra ele e gritou muito alto: BBBAAAASSSSTA! A praça inteira ouviu! Que dia feliz na vida desta noiva!


A noivinha colorida tento tirar os grãos de cabeleira
Saimos dali e fomos para o lugar que mais gostei da cidade: a orla. Basta atravessar a muralha e já é possível ver o calçadão e o mar. Bem lindo!





O muro é largo como em Lucca e existem casas, árvores e estradas nele. Demos toda a volta e, nessa hora, já estávamos derretendo! Muito quente! Se me perguntarem o que a guia disse nesse momento, vou responder: Bo! Sei lá. Tico e Teco não raciocinavam mais. Só voltaram a ter alguma atividade depois que meu pai comprou duas cervejas geladas pra nós!






Nesse lugar, eles colocavam, nuas, as pessoas
 que não pagavam suas dívidas e as
mulheres que traiam seus maridos.
Os maridos que traiam as mulheres?
Não, esses estavam no bar, bebendo cerveja!



Depois do derretimento cerebral e corporal, pegamos nosso ônibus que deu uma voltinha de 5 minutos para vermos o teatro da cidade e uma das principais avenidas e nós deixou no porto.

Chegando no navio, fui direto para a recepção. O negócio foi o seguinte: como era aniversário do marido, pedi aos amigos e familiares que me enviassem videos, desejando felicidades. Depois de quase 2 meses de trabalho, recebendo email, enviando email, tentando editar o tal video, enviando tudo para um cara em Brasília que trabalha com isso, envolvendo as sobrinhas para ir buscar e negociar com o cara, reservar sala de projeção no navio, encomendar bolo e champagne, a mocinha me disse que não havia sala disponível para a minha comemoração. Como?! Isso mesmo. O rapaz da agência de turismo me enviou um e-mail confirmando a reserva da sala e a equipe do navio disse que não havia recebido. Fiquei doida. Tinha que passar o video no dia certo. Falei com Deus e todo mundo. Chamei gerente, meu pai brigou e só depois que mostrei o email de confirmação foi que começaram a entender que eu havia me programado, sim. Eu estava tão arrasada que a atendente olhou para a gerente, olhou pra mim e disse: "Sei que é proibido, mas posso emprestar meu laptop. É suficiente?". Eu só consegui responder: "Eu aceito". Ela trocou a encomenda do bolo e do champgne para aquela hora, na nossa cabine. Subi correndo para ver se o filme funcionaria no notebook da Anastasia. Cheguei na cabine, liguei o negócio e o windows me pede a senha de acesso. Ah! Sem falar que a linguagem do computador era, nada mais, nada menos do que grego. Literalmente. Tava tudo em grego. E pra conseguir a senha? Outro parto. Liguei na recepção e existiam 2 Anastasias. Uma italiana e uma grega. E quem achava a grega? Ela estava no intervalo. Depois de falar com umas 15 pessoas, a Anastasia Grega atendeu! Aleluia! Me passou a senha e....FUNCIONOU!! 

Nisso, meus pais chegaram na nossa cabine e o bolo e a champagne também. Mandei um SMS para o marido convocando ele e as crianças a comparecerem com urgência na cabine. Em 5 minutos eles estavam lá! E foi lindo e emocionante. O video ficou ótimo! Marido amou! Cantamos parabéns, comemos bolo e tomamos uma champagne sabor pirulito! Perfeito!





A noite, a comemoração continuou no restaurante do navio, com jantar italiano!






No dia seguinte? Katakolon, Grécia!

2 comentários:

  1. Ai Sheyla que linda suas viagens hahahaha
    E pensar que eu morei em Bari e vi mais coisas aqui no seu blog que quando estava lah hahahaha
    Nossa, seu marido è cara do seu sogro!!!!
    Estou indo por partes, hoje li a parte 2 do cruzeiro, amanha a 3!

    Beijos!

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    1. Oi Gisa! Que bom ter vc por aqui! Adoro minhas viagens! Nao tem cemitério da 2 a guerra mas são bem legais!!! Meu marido parece muito com o pai, sim!!! Bjs

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