Sou uma pessoa que não fala muitos palavrões....xingo só de vez em quando e mesmo assim, nunca é de uma maneira muito grosseira. Isso, é porque sou phynna pra caramba!! E modesta, claro. Mas, na semana passada, senti falta de não ter tido uma aula de italiano para aprender os palavrões mais chulos que possam existir. Nunca se sabe quando vamos precisar deles....Brincadeiras a parte, o que aconteceu não foi nem um pouco divertido.
Eu levei as crianças ao McDonalds, pois eles iriam brincar com 3 amiguinhas brasileiras. Como todo mundo sabe, nos Mc's da vida têm aqueles brinquedões que atraem as crianças como imã. E, aqui, os Mc's não são diferentes.
Chegamos, as crianças brincaram, lancharam e pediram para brincar mais um pouquinho. Eu e a outra mãe deixamos. Ficamos em uma mesa de fora do brinquedão, mas que dava para ver perfeitamente tudo o que acontecia por lá. Tava bem vazio e calmo. De uma hora para outra, o lugar encheu de meninos que chegaram para uma festa que ia acontecer num dos salões que existem só para isso.
Estava tudo tranquilo até que chamei as crianças para irmos embora. Elas saíram do brinquedão e foram a um tapete onde ficam guardados os tênis. Um molequinho, de mais ou menos 4 anos, resolveu implicar com o Marcello. Chutou a canela dele e deu um soco no queixo. Dudu não pensou duas vezes e devolveu o carinho com toda a força que tem nos punhos e deus alguns socos no rosto do menino. Quando vi, o Marcello estava dando ganchos de direita e de esquerda sem parar no italianinho. Comecei a correr em direção ao tapete, mas o pai do molequinho chegou antes de mim e começou a gritar com o Marcello. Isso mesmo, ao invés de tirar o filho de lá, ele começou a berrar com o Marcello, com o rosto bem colado nele. Fiquei louca e já cheguei gritando: Não grita com meu filho!! E o homem enlouquecido, olhou pra mim, encostou o rosto bem perto e gritou: Grito sim! Olha o que ele fez com meu filho. Eu berrava: Você não grita com ele. Você fala comigo e EU falo com meu filho, mas você NÃO grita com o meu filho!!
Gente, minha vontade era dar um tapa na cara desse homem que não parava de gritar nem comigo, nem com Marcello que já estava no meu colo chorando. Ainda bem que ainda consegui pensar que se eu fizesse isso, ele faria a mesma coisa e o negócio vai ficar pior. Comecei a gritar que o cara era louco - pazzo - em italiano. Acreditem, o único xingamentozinho que sei. Eu não enxergava mais nada, me tremia toda e gritava: Tu sei pazzo! O homem enfurecido me chamou de FDP, em italiano. Eu já não raciocinava mais em italiano e comecei a responder em português mesmo: FDP é você!! Nisso, senti uma pessoa me puxando. Era a outra mãe brasileira que já tentava a algum tempo me tirar dali e eu nem tinha percebido. Ela me tirou e o maluco ficou lá gritando palavras horríveis. Gente, que nervosismo, que estresse. Foi uma das piores situações que já passei....
Conversei depois, bem depois, com Marcello que me disse que o tal garotinho já estava batendo nele desde que chegou. O pontapé e o soco foram só a gota d'água para ele. Conversei com ele que tudo tem um limite e que ele não pode se defender socando o outro sem parar. E disse o que mais acredito nesta vida: que violência gera violência. E isso é um mal da humanidade. E nós temos que fazer a nossa parte para isso acabar.
Meu filho se defendeu, não da forma que acho mais adequada na vida, mas se defendeu. E eu defendi meu filho, não da forma que acho mais adequada na vida, mas defendi. O ideal para mim é que, num momento de briga entre duas crianças (e gente, isso acontece em qualquer lugar e com qualquer criança em algum momento da vida!), os pais devem ser maduros o suficiente para separá-las e conversar com elas. Era o que eu ia fazer quando entrei no brinquedo. Tirar o Marcello e ter uma conversa séria com ele. Mas, quando vi aquele adulto berrando com meu filho, qualquer teoria de como dar exemplos na vida foi por água abaixo. Impressionante: violência gera mesmo violência. Mesmo que verbal! Eu estava fora de mim e o italiano com os dentes amarelos e tortos também!
Mas, uma sensação horrível me invadiu ainda no dia desse episódio lamentável: a sensação de impotência foi gigantesca! É impossível nos defendermos e defendermos nossos pequenos de tudo e de todos. Nunca saberemos quando a violência irá acontecer e qual será nossa reação a ela. Só sei que isso ter acontecido num outro País em que eu ainda não domino completamente o idioma foi horrível. Me senti limitada e diminuída na frente do italiano de dentes estragados que acha que precisa gritar com os outros para resolver seus problemas. Lamentável, lamentável.
E vocês? Como teriam reagido?
Nenhum comentário:
Postar um comentário