30 de agosto de 2013

Parco della Cave

Marido adora correr. Corre pra todo lado, em todas as cidades e, garanto, essa é uma ótima maneira de conhecer os lugares. Como ele tem um espírito, digamos, mais aventureiro do que eu, já correu por Milão toda. Pelo menos, a Milão perto da nossa casa.

Eu também adoro correr, mas adoro correr em circuitos circulares ou ruas em que você deve ir e voltar pelo mesmo caminho. Enraizada, eu? Rotineira? Imagina!  

Pois bem, moramos em Milão há quase 3 anos e eu só tinha corrido em um parque aqui pertinho de casa que adoro. A volta completa dá mais ou menos 4 km e você termina no ponto onde começou. Perfeito pra mim. 

Marido me falava há meses de um parque chamado Parco della Cave que não é longe de casa e tem um laguinho gracinha. Ele já descobriu mil caminhos pra chegar e sair desse parque e sempre me dizia para tentar ir pra lá. Na semana retrasada, a cidade estava deserta e aproveitei o trânsito inexistente para me arriscar em novas aventuras. Pra quê? Me diga, pra quê? Pra me perder, ué!

Milão deserta na semana do ferragosto
Primeiro, marido disse que eu tinha que passar pelo estacionamento do estádio Sansiro, pegar uma via por cima de um túnel (muito conhecido meu, pois é um dos caminhos para a escola das crianças), seguir pelo Hospital San Carlo. Aí, já comecei a me confundir. Tinha uma rua com uma bifurcação e marido tinha dito que eu devia sempre seguir reto. Como devo seguir reto se uma rua vai para a direita e a outra pra esquerda? Fui pra direita, pois foi a que me pareceu mais reta. Quando acabou o tal hospital, tinha uma via que ia pra trás dele e uma a direita. Como marido tinha dito reto no hospital, fui pra via que dava atrás dele. Não era, claro. Depois de uns 5 minutos correndo, comecei a notar que eu não ia chegar em parque algum. Voltei e segui pela direita. Depois de mais uns 5 minutos, encontrei! Parco della Cave, na placa! Entrei.


A pista lá é de pedrinha, mas reta e boa pra correr. Vi um córregozinho e fui seguindo pra ver se avistava o tal laguinho. E fui fazendo um circulo. Até que passei por uma mata e achei o tal lago! Viu como eu sou super situada? Ahã.



Depois de ter dado a volta no laguinho (ou não...), percebi que haviam 2 pistas: uma pertinho do lago, de asfalto, e outra mais por fora, a de pedrinhas. Como já estava há uns 15 minutos na de asfalto (nem sei como mudei de uma pista pra outra...), resolvi que era hora de voltar para a de pedrinha para não perder a minha saída. De repente, mato. Mato pra todo lado. Um córregozinho que não era o primeiro, definitivamente. Grama a perder de vista. Continuei na pista de pedrinha. Uma hora ia achar a minha saída. Depois de mais 20 minutos. Nada. Mato, bichinho sobrevoando, córrego. Gente? Quase nenhuma. E os prédios afastados? Todos amarelinhos iguais ao que eu tinha fotografado pra não me perder (ironia do destino). Pra onde olhava, predinho amarelinho. Tô perdida, pensei. Não! Isso é um parque: tem começo, meio e fim, disse pra mim mesma. E continuei. Nada. Mato, mato, grama, grama. Liguei pro marido. Sabe o que ele fez? Gargalhou! 

Depois de tê-lo divertido. Ele tentou saber onde eu estava. Não reconheceu o que eu estava descrevendo, mas lembrou do GPS do celular. Coloquei o hospital como destino. O GPS me disse que chegaria lá em dois minutos, pra continuar naquele caminho. E pra onde o GPS me mandou? Pra uma granja! Numa rua sem saída. Tinha galinha, galo, pintinho e dois portões que davam nas "costas" do hospital. Tentei abrir os portões e, lógico, estavam fechados. Comecei a voltar. O GPS recalculou. Me fez entrar numa estrada pequena, de terra mesmo, 500 metros, vira à direita, à direita de novo. Onde fui parar? Na granja de novo!!! Não é possível!!! Vou morar nesse parque?

Meus amigos de penas

Voltei e peguei outro caminho. Reiniciei o GPS que tentou me fazer voltar e eu me recusei. E andei e andei e o troço realculava a rota, recalculava a rota. Até que....em um mato em que era possível ver um prédio amarelinho de novo, ele me mandou seguir! Ahá!!! A minha saída. Super fácil! Levei só 1h30 dentro do parque!

Saí e mandei uma mensagem pro marido: Parco della cave, never more!

E aí? Quem quer que eu seja sua próxima guia de viagem?


2 comentários:

  1. Detalhe: o tal parque fica a 1,5 km de casa, literalmente, dentro da cidade.... rsrs

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    1. Seu comentário só piora minha situação, marido! :)

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