Eu desapareci, eu sei. Não dei
explicações, nada. Mas, não tá fácil escrever este post, não. Já pensei mais de
mil maneiras de escrevê-lo, mas nenhuma me agrada. A verdade? O bloguinho
acabou...Pois é...è finito.
O objetivo do È così era contar,
pra família, amigos distantes e amigos que fiz durante esses quase 3 anos, o
que estávamos vivendo na Itália, mas...o sonho acabou e já
estamos em terras tupiniquins novamente e, desta vez, pra sempre! Eu sei, eu
sei que não devemos dizer “nunca” e “sempre”, pois o futuro a Deus pertence, mas o fato é que voltamos
pra ficar! E aí, o blog perdeu o sentido, sabe?!
A mudança? Não foi fácil.
Principalmente a parte emocional de todo o processo. A parte da ralação foi
algo assombroso também. Foi tanto documento, tanta mala e tanta caixa que deu medo algumas vezes. Mas, conseguimos e eu
conto depois.
Ao mesmo tempo em que fiquei
feliz de voltar, fiquei triste ao partir. Dual assim. No melhor estilo “tudo,
ao mesmo tempo, agora”. Voltar para perto dos amigos, familiares, voltar a
trabalhar, voltar pra terra da gente, não tem preço. Mas, é impossível não
sofrer com as perdas e distanciamento natural dos amigos que lá ficaram, da
casa, dos passeios que a Itália nos proporcionou. Deixa eu ver se consigo me
explicar melhor:
Quando soube que mudaria pra
Itália, era evidente que sentiria falta de tudo e todos por aqui, mas tínhamos
prazo de validade na terra da pasta.
Sabia que teria contato quase diário com a família e veria os amigos quando
viéssemos de férias para o Brasil ou quando eles fossem nos visitar em Milão (o
que aconteceu muuuito! Ainda bem!). Só que a volta é diferente. Eu não vou
voltar tão cedo à Itália, talvez nem volte a Milão. E as pessoas que ficaram
por lá? Talvez nunca mais as veja...e isso é real. E vou dizer uma coisa: sofri
muito por isso! Justo eu, que me julgava a rainha do desapego, me vi aos
prantos no pátio da escola dos meus filhos, no último dia de aula deles,
abraçada a uma mãe que nem era tão minha amiga assim. Chorava copiosamente
agarrada a uma camiseta com a foto de todos os amiguinhos dos meus filhos
(presente que organizaram para as crianças! Lindo, diga-se de passagem). A mãe
que me consolava dizia: “Calma. A gente ainda vai se ver um dia”, mas a verdade
é que a chance de tornar a vê-la é minúscula, pra não dizer inexistente...só
pra ter uma ideia, faz um mês e meio que voltamos e não tive nenhum contato com
ela. Nada. Nem e-mail, nem whatsapp, nem sinal de fumaça. Cada uma cuidando da
própria vida.
É claro que ainda troco mensagens
com algumas pessoas.Tem as amigas brasileiras que enchem minha caixa de
mensagens, comentários em fotos do facebook, dizendo que estão com saudades. Tem
as amigas italianas que mandam notícias também. Rola um telefonema aqui e outro
ali. Só. E a pergunta que não quer calar: até quando isso vai durar? Num bom
italiano: Bo!
Deu pra entender agora? A ida
para a Itália significava um até breve pra tudo que deixávamos no Brasil. A
volta para o Brasil significou um adeus a tudo que vivemos na Itália.
Tá, tá bom, isso aqui tá quase
virando um dramalhão mexicano, mas é como sinto. Sei que existem as lembranças,
as fotos, as experiências...a Itália tá impregnada em mim e não vai sair, mas
sinto falta. Já sinto falta das estações definidas, das possibilidades de
viagens, da segurança da cidade, do transporte disponível para todos, do idioma
cantado, das comidas maravilhosas, dos vinhos nacionais, de ter tempo para meus
filhos. Estou tão saudosa que até dos vizinhos encrenqueiros e da minha micro
vaga de garagem sinto falta! Era divertido.
Mas, agora é bola pra frente. As
crianças já estão matriculadas na nova escola, eu já voltei ao trabalho, nossa
casinha está quase pronta (resolvi destruir as paredes e pisos! Coisa de
doido!)), marido tá menos estressado, a família tá feliz. Eu também. Saudade?
Faz parte da vida e vou ter que lidar com ela. Perspectivas? As melhores
possíveis!
A vocês que me acompanharam por
aqui, meu muito obrigada pela paciência e companhia! Vou ainda colocar alguns
posts da última viagem que fizemos (maravilhosa por sinal!) e contar da
mudança, pois este blog é também um diário para os meus filhotes. Quero que
eles tenham a possibilidade de ler o início, o meio e o final di nostra piccola vitta italiana.
Depois? Não sei...quem sabe um blog sobre como tá difícil a vida no Brasil?
Gargalhei.
É difícil, super te entendo! Mas mantenha um outro blog, vc escreve super bem! Me divirto com seus posts! Amei o È cosi e fui leitora assídua, sentirei saudades! 😘
ResponderExcluirObrigada pelo apoio e incentivo!!! Vou imprimir os posts do blog e autografar uma via pra vc!! Hahahahahahaha
ResponderExcluirSheyla entendo tudo o que você disse, mas olha, nunca diga nunca... quem sabe... como vc ainda não sabe se vai ou não continuar o blog, uso esse comentário para uma vez mais agradecer por todo o apoio que você me deu naquela minha época de turbulência, você é uma pessoa incrível, isso dá pra notar pelo teu jeito de escrever e pelas fotos no seu blog que sempre, sempre me fizeram sorrir bastante. Um forte abraço a você e meu único desejo ( com ar bem dramático igualzinho a novela mexicana ) Sheyla querida, o meu grande desejo para você e toda a sua família é que vocês sejam muito, muito felizes! Independentemente da localização geográfica :-) Beeeeeijos!!!! ( eu estou totalment sem tempo por isso não passei antes por aqui ) baci de novo!
ResponderExcluirOi Flor!! Obrigada pelo carinho! Voltar é bom, mas não é fácil!!! Bjs
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