14 de outubro de 2012

Ora pois pois

Marido teve um encontro de trabalho em Lisboa. O evento começou numa quinta-feira à noite e continuou por toda a sexta-feira. Basta saber somar 2 e 2 para sacar que eu e as crianças pegamos uma caroninha, né? Embarcamos na quinta-feira depois do almoço e duas horas depois chegamos na terrinha. 

Fomos direto para o hotel onde seria o evento e onde ficamos hospedados. Hotel muito bacana, por sinal. Marido seguiu para o trabalho e eu catei as criancinhas para irmos ao famoso Aquário de Lisboa. Queria fazer um programa mais infantil nessa primeira tarde, pois o dia seguinte seria mais puxado para eles. Pegamos um táxi e rumamos para o Parque das Nações (taxi em Lisboa é algo super acessível. Aliás, a cidade tem um sistema de transporte público maravilhoso. As estações de metrô são verdadeiras obras de arte, mas com um preço tão camarada, acabei optando pelo taxi nesse primeiro dia). 

O Parque das Nações foi criado para a Expo 98. Era uma parte da cidade meio abandonada que foi totalmente revitalizada. Ficou muito legal. Além do Oceanário, lá tem um Centro de Convenções, Cassino, o Shopping Vasco da Gama (nome super original, né não?) e um teleférico em que é possível passear ao longo do Tejo. 

As primeiras impressões da cidade foram ótimas. Diferentemente dos italianos, os portugueses que cruzaram nosso caminho foram todos muito simpáticos. O nosso taxista, por exemplo, resolveu me explicar todo o caminho. Eu jurava que em Portugal se falava português....me enganei! Eu não entendi metade do que ele tentava me falar. A todo instante eu o interrompia, me desculpava e pedia para ele repetir. Impressionante! Ou desaprendi o português ou aquele homem falava um dialeto! Só sei que ele também não me entendeu, pois queríamos ir direto para teleférico e ele nos deixou no Parque das Nações, mas do outro lado. Andamos pra caramba. Mas o passeio foi super agradável.









O passeio no teleférico pode ser de ida e volta ou só ida. Escolhemos a segunda opção, pois a atendente nos avisou que do outro lado ficava o oceanário. Perfeito. Descemos e fomos direto pra lá. Marcello não estava muito animado com o passeio no aquário, pois disse que já viu muito peixe nessa vida, mas depois que entrou, enlouqueceu. Ficou tão animado que dava pulinhos de alegria. Queria ver tudo, ler o nome dos peixes, tirar fotos. Adorou. Duda já estava animada mesmo antes de chegar. Uma coisa bacana do aquário é que eles criaram um mascote: o Vasco (olha a criatividade!). É um menininho mergulhador que ensina as crianças a salvarem os oceanos. O Vasco aparece em todo o passeio em forma de bonecos e, no final, existem filmes dele e vários jogos para as crianças. Rola uma identificação natural. Marcello gostou tanto que trouxe um Vasquinho de pelúcia pra casa!







Estava acontecendo uma exposição temporária de tartarugas gigantes e as crianças queriam muito ver. Compramos o ingresso e entramos. Tinha um piso de vidro em que passavam as tartarugas e você podia, literalmente, ficar em cima delas. Muito legal!





Saindo de lá, seguimos para o shopping. As crianças estavam com fome e já passava das 19 horas. Demos uma voltinhas e fomos parar aonde? No Mc Donalds! Eles adoraram. Chegamos no hotel muito tarde, muito cansados e marido já tinha partido para o evento do trabalho. Nós não fomos, pois era um jantar com clientes e pessoas importantes. Imagina eu lá com duas criancinhas cansadas?! Bora pra cama que amanhã é outro dia. Nem vi marido chegar!

Na empresa do marido, existem pessoas que trabalham em várias cidades da Europa. Em Lisboa são duas: um homem e uma mulher. Como eles iam trabalhar e várias esposas acompanharam os maridos (como eu!), a esposa do colega e o marido da colega que moram por lá, nos pegaram no hotel para um passeio tradicional por Lisboa. Gente! Que pessoal bacana e disponível! Formamos um grupo de 10 pessoas e rodamos o dia inteirinho pela cidade. Eu já havia até pensado que, caso as crianças se cansassem, para não atrapalhar o passeio do resto do grupo, eu voltaria com elas para o hotel, mas não foi preciso. A filha do pessoal que mora em Lisboa foi conosco. Ela é uma mocinha linda e educada de 13 anos e, por coincidência, muito amiga de uma amigona das crianças de Brasília. Mundo pequeno, né? As crianças se agarraram com a Laura (principalmente a Duda) e meu passeio foi tranquilo, tranquilo. Eu corria para um lado e Laura para o outro! ha ha ha

Fizemos o básico: Torre de Belém, Monumento aos Navegadores, Mosteiro dos Jerônimos (alguém me explica o que é aquela catedral! Acho o Duomo de Milão a igreja mais linda que já vi por fora, mas a dos Jerônimos é a mais bela por dentro! Me apaixonei!), almoçamos na Cervejaria Portvgália, comemos Pastéis de Belém (os legítimos!), fomos em Chiado, vimos o elevador Santa Justa, tiramos foto com Fernando Pessoa e tomamos uma cerveja no café A Brasileira. Simplesmente, perfeito!




















No final do passeio, as crianças me deram um susto! largaram minhas mãos e saíram correndo ladeira abaixo lá em Chiado. Laura saiu correndo e eu também. Sabe o que era? Eles viram um cara fazendo bolas de sabão gigante! Pulavam a cada bola que o homem fazia. Como dei moedas para eles darem para o rapaz, ele, gentilmente, deixou as crianças fazerem bolas também. Pronto! Estavam no céu!

À noite, fomos para o hotel, tomamos banho correndo e saímos para o último evento do trabalho do marido. Uma confraternização no Clube do Fado. Muito bacana, mas vou te dizer uma coisa: depois de um tempo escutando fado, você começa a chorar. E não são lágrimas normais, não. São lágrimas de sangue! Gente, que música triste. Quanto drama! Se não fosse portuguesa, diria que era mexicana. A emoção não vem nem da alma, vem das entranhas do ser cantante, Uma coisa!

Foram 3 shows. Num deles, uma coisa emocionante aconteceu. Uma menina bem novinha, com um vozeirão e uma tristeza na voz que cantava. Depois de 4 músicas, um dos senhores que tocavam violão, disse que essas músicas eram de um compositor muito famoso em Portugal: o sr. Fulano de Tal e que ele estava ali presente. Nessa hora, um senhorzinho de 174 anos se levanta, todos aplaudem. Aí, o músico continuou contando que a menina que estava cantando era a neta dele! Ai, gente! Me arrepiei! E...chorei lágrimas de sangue! 



Fechamos a noite com chave de ouro. Hotel e cama! 

Amanhã eu conto o resto. Tem uma tentaiva de ida à Sintra, Boca do Inferno, Cascais e Brazilian Day Lisboa!

Ah! Esqueci de contar...no dia em que chegamos do Oceanário, enquanto eu pegava um mapa com a recepcionista do hotel, Marcello jogava o bonequinho do Vasco para cima. Jogava bem alto para ele bater no teto e voltar. Só que o teto do hotel tinha uns rebaixamentos em gesso e num desses arremessos, Vasco foi parar lá dentro. Imaginem o barulho que a criança fez...além disso, ele mobilizou todo o pessoal da recepção que olhava para cima pensando em como resgatar o boneco. Nisso, a Gerente do hotel ouviu o choro e veio ver o que estava acontecendo. Marcello contou chorando e ela disse que chamaria o sr. Pontes para resgatar o Vasco. Pronto! A ORV - Operação de Resgate ao Vasco estava começando! Marcello não parava de chorar, Duda estava quase dormindo num dos sofás da recepção, a Gerente tentava acalmar meu filho. Eis que surge seu Pontes. Um homem imenso com uma escada gigantesca na mão. Mostramos o lugar e lá foi seu Pontes. E procura daqui, dali. Não acha. Marcello chora. Seu Pontes muda a escada de lugar, cavuca o gesso e tira o bonequinho de lá, 20 minutos depois do "acidente". Agradecemos seu Pontes, agradecemos a Gerente, agradecemos a todos da recepção que estavam na torcida e seguimos para o elevador. Quando vejo, lá está Marcello lançando o Vasco para o céu de novo....Pára menino! Pára agora que eu não vou chamar seu Pontes de novo, não!

Um comentário:

  1. Adoro os seus posts. Rio que me acabo.
    Ai que saudade de Portugal....Bjs.Tine

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