A Laura é uma italianinha de 6 anos que mora no nosso condomínio e, por coincidência, estuda na mesma escola dos meus filhos. Como a mãe dela trabalha (isso é meio raro lá na escola...), o avô é quem a busca todos os dias. Ele também mora no nosso condomínio.
Outro dia, chegamos quase no mesmo horário da escola e as crianças começaram a brincar com a Laura. Ficamos eu e o avôzinho, que é um senhor extremamente simpático e que logo começou a puxar papo comigo. O diálogo que se segue pode parecer algo simples para vocês, mas requer extrema concentração e discernimento da minha parte, por isso, imaginem o meu drama:
Vôzinho: bla, bla, bla, i bambini possano giocare, bla, bla, bla (entendi que era algo relativo a importância das crianças de poderem brincar na rua)
Eu pensei: Concordo plenamente, com esse clima maravilhoso, é ótimo poder descer para eles brincarem, isso também é fundamental para a construção das relações sócio-afetivas dos meus filhos, tão importantes para seu período adaptativo.
Eu falei: Si, certo! Scusa, ma io non parlo bene ancora...
Vôzinho: Ma Lei parla benissimo. Bla, bla, bla. Quanti anni hai? Bla, bla, Laura, maggio 6, bla, bla. Festa. (entendi que ele perguntou quantos anos tinham as crianças, que pareciam do tamanho da Laura que faria 6 anos em maio e teria uma festa!)
Eu pensei: Que bom que eles têm praticamente a mesma idade, isso vai facilitar para meus filhos, ainda mais que ela estuda na mesma escola. Eles têm 5, mas farão 6 em Julho, dia 26. Eles adoram festa de aniversário. A festinha da Laura vai ser aqui no condomínio?
Eu falei: Loro hanno 6, luglio 26. Ah! festa! Si, vá bene! Molto bene!
E continuamos a conversa, dessa maneira, por mais uma hora...No final de semana seguinte, o pai da Laura encontrou comigo e com o Guto, ops Márcio, e disse que o pai dele havia conversado comigo e estava impressionado o quanto eu sabia falar em italiano!
Eu tenho quase certeza de que ele lê pensamentos!
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