Toda vez que recebemos amigos ou familiares rolam alguns programinhos básicos! A galera chega cheia de vontade de conhecer Milão e as redondezas! Aliás, as pessoas têm quase certeza de que trabalhamos com turismo por aqui, pois o que mais ouvimos quando chega alguém é: "E aí?! Vamos conhecer o que hoje? O que vocês indicam?". Sempre escolhemos um final de semana para passear com as visitas e, durante a semana, os hóspedes se "viram" um pouco mais sozinhos, pois temos trabalho (o marido), escola (as crianças) e a casa (eu) para tocar.
Muito espertamente, Paula, Lécio e Manuela vieram no período de férias das crianças e estávamos bem mais disponíveis para os passeios pela cidade e arredores. Nosso primeiro dia foi pelo centro de Milão. Demos muita sorte, pois nesse período os dias costumam ser muito quentes, mas nesse, especificamente, não. Estava nublado e sem chuva, ou seja, excelente para caminhar pela cidade.
Vou fazer um diarinho do dia que já serve como roteiro para os nossos próximos hóspedes e memória para meus pequenos, pois esse blog serve para isso também!
1. Castello Sforzesco e Parco Sempione
Como bons turistas, pegamos o metrô e descemos na estação de Cairolli Castello, pois nossa primeira parada foi no Castello Sforzesco. O Castello é um dos principais símbolos de Milão. Foi construído no século
XV por Francesco Sforza, então Duque de Milão. Ele foi construído a partir do que sobrou de um forte do século XIV. Seus jardins, fontes e torres são muito bonitos e são parada obrigatória para quem está conhecendo a cidade. Lá dentro existe um Museu com várias obras de arte. A principal delas é a Pietà
de Rondanini, de Michelangelo que não conseguiu terminá-la antes de morrer.
O Castello está em reformas (eternas, diga-se de passagem...). Sua torre central está coberta por tapumes o que deixa as fotos "desabonitadas" como diz uma amiga. Não sabemos ao certo o motivo, mas a reforma começou após a série de terremotos que aconteceram no norte da Itália este ano.
Atravessamos até chegar na parte de trás onde fica o Parco Sempione, o principal parque público de Milão. Ele foi inspirado nos parques
franceses. Tem lagos, bosques, jardins cheios de gente. No fundo do
parque, fica o Arco della Pace, que era a entrada da cidade durante o
domínio napoleônico na Itália. A pedido de Napoleão, o arco foi construído exatamente
na direção de Paris. Aproveitamos a paradinha para tomar um sorvete e apreciar a vista.
2. Via Dante
Continuamos nosso passeio pela Via Dante, uma rua só para pedestres que eu adoro! Ela é cheia de lojinhas, restaurantes e cafés. Marido trabalha nessa rua e aproveitamos para passar por lá para uma visitinha!
3. Duomo
O Duomo ou a Catedral de Milão é o marco zero da cidade. É a mais importante e grandiosa obra da arquitetura gótica da Itália. E eu adoro! Sempre que posso, desço na estação Duomo só para dar uma "espiadinha" na Igreja. Acho que faz bem à alma!
Algumas curiosidades: sua construção em 1386 e terminou mais de 400 anos depois, em 1813. Ele é todo feito em mármore branco. Tem 157 metros de comprimento, 109 de
largura e 136 torres pontiagudas. No interior, cinco naves são divididas por 40
pilares gigantescos. As laterais são todas feitas de vitrais que filtram a luz do sol e dão
um colorido no ambiente. No ponto mais alto, encontra-se a
Madonnina, a estátua da Madonna de Milão. Na parte mais alta, em cima do altar, tem uma luzinha vermelha sempre acessa. Reza a lenda que um dos pregos usados na crucificação de Cristo está lá. Se é verdade, não sei, mas que dá um arrepio só de olhar, dá.



Quando cheguei a Milão, encontrei o blog de uma família de São Paulo que veio passar 2 anos aqui. Eles já estavam quase de malas prontas para retornar ao Brasil quando entrei em contato com eles...uma pena. O que me restou foi ler todo o blog para pegar dicas da cidade. Li o seguinte trecho num post sobre atrações turísticas (parecido com esse que você está lendo, mas sem as experiências pessoais que são o charme e a modéstia do meu bloguinho, né?):
"Os policiais são rigorosos na entrada da igreja e não deixam ninguém entrar com joelhos e ombros a mostra e decotes exagerados. Bermudas curtas, short, minissaia, vestido de alcinha, camiseta regata não entram mesmo. Nem adianta tentar. Portanto, escolha peças de roupa comportadas. Como esse é o principal ponto turístico da cidade, tem a presença dos inconvenientes caça-turistas-desavisados oferecendo pulseirinhas e milho para dar aos pombos. Ignore-os e fuja!"
Você vão ver como seguimos todas as dicas:
 |
Muito milho comprado dos caça turistas desavisados! |
Paula, Lécio e Manuela subiram no Duomo. Meus filhotes não quiseram e eu não insisti. Eu já subi uma vez e é uma visão
panorâmica da cidade bem bacana. Além do que, é possível observar por vários ângulos diferentes detalhes
da arquitetura da catedral. Dá para subir a pé (200 degraus) ou de
elevador. Meus hóspedes escolheram o elevador!
4. Galeria Vittorio Emanuelle
Eu adoro esse local. A arquitetura é linda, o piso é um espetáculo, as lojas são para babar, cheia de restaurantes, cafés, um hotel de luxo e ainda tem um saco de um touro para você pisar e ter sorte a vida toda! Sejam bem vindos à Galeria Vittorio Emanuelle!
Um parêntese para contar uma coisa que aconteceu com meus pais: um dia, minha mãe resolveu que ia passear por toda a galeria e meu pai, que não tem paciência alguma para esses programas, a acompanhou. Para não se cansar e deixar minha mãe à vontade, ele se sentou num dos cafés da galeria enquanto ela apreciava as lojinhas básicas que existem por lá. Depois de uma hora, ela voltou e ele já havia tomado alguns lemoncellos e um conhaque para passar o tempo. Ela sentou ao lado dele e disse:
- Vi uma bolsa linda naquela loja! Linda!
Ele, bem alegrinho por causa do alcool, bateu a mão na mesa e disse:
- Pois vou comprar agora uma de presente pra você!
Ela ficou sentada, olhando incrédula, enquanto ele se dirigia à Gucci! Chegando lá, ele pediu a atendente:
- Quero saber quanto custa esta bolsa?
A atendente:
- 3.000 euros.
Ele decidido:
- Ok. Muito obrigado.
E voltou para a mesa onde estava minha mãe!
Eu quase chorei de tanto rir quando eles me contaram!!
Fecha parêntese.
Atrás da galeria, fica o Teatro alla Scalla, um dos mais famosos do mundo. Nele, já se
apresentaram nomes como Maria Callas e Verdi. Eu nunca entrei. Só dei uma espiadinha por uma porta que estava aberta na lojinha do teatro. E meu pareceu uma coisa de outro mundo de tão lindo. Do lado de fora, me frustrei um pouco. O prédio não é tão maravilhoso assim.... Ao lado do teatro funciona o Museo Teatrale alla Scalla, que expõe objetos ligados ao teatro, fotos e pertences
de artistas.

5. Corso Vittorio Emanuelle
Seguimos nosso passeio pelo Corso Vittorio Emanuelle, outra rua só para pedestre, cheinha de lojas, lojinhas e lojões, cafés e restaurantes. Cheia de pessoas indo e vindo, repleta de vida! Adoro!
Nessa hora, as crianças já estavam cansadas e a única coisa que as mantinha firmes no propósito de chegar até o fim foi a promessa de entrarmos na Disney Store. Isso mesmo, comprei meus filhos!
A máquina fotográfica do Lécio já dava sinais de cansaço também e não temos mais fotos para mostrar do resto do dia. Entramos em alguns lugares para Paula fazer a festa, sentamos num café e pagamos muito caro por um chopp, e andamos até San Babilla, outra estação de metrô que fica no famoso Quadrilátero da Moda que será assunto de outro post, pois esse aqui já está muuuuito grande e sei que já tenho leitores dormindo...
No dia seguinte, fomos ao Gardaland, mas acho que esse vocês já conhecem, não é?